Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Produtividade na indústria cai há um ano e meio, aponta CNI
A queda é
provocada por efeitos conjunturais, também vistos no indicador de produtividade
global do trabalho neste ano. As economias ainda se recuperam da Covid-19 e
sofrem com os frutos da guerra
A
produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 1,5% no
primeiro trimestre de 2022, na comparação com o último trimestre de 2021. O
dado é medido pelo volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na
produção. Na mesma base de comparação, as horas trabalhadas cresceram 2,2%
acima do aumento registrado pelo volume produzido, 0,8%, de acordo com estudo
da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
É o sexto
trimestre consecutivo de queda do indicador, que atingiu o nível mais baixo da
série desde o terceiro trimestre de 2012. A perda acumulada de produtividade
chega a 10% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, última alta
registrada pelo indicador, afastando-se ainda mais do nível anterior à crise da
covid-19.
>> Sonora com
a gerente de Política Industrial, Samantha Cunha, com detalhes da pesquisa
A gerente
de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, explica que a queda na
produtividade se deve a efeitos conjunturais. Esses efeitos também são vistos
no indicador de produtividade global do trabalho, que, segundo previsão do Conference Board, ficará
estagnado neste ano.
“As
economias ainda se recuperam dos efeitos da covid-19 e agora sofrem os impactos
da Guerra da Ucrânia. No Brasil, a falta ou o alto custo da matéria-prima se
tornou uma das maiores dificuldades da indústria desde o segundo trimestre de
2020, diante dos efeitos da pandemia. O início do conflito entre Rússia e
Ucrânia intensificou os problemas das cadeias de suprimento, elevando as
incertezas”, explica Samantha.
Como a
guerra na Ucrânia afeta produtividade do trabalho?
Os impactos
da guerra intensificam restrições de insumos para produção, afetam diversas
cadeias produtivas como a de alimentos, eletrônica e automobilística, com
desabastecimento ou aumento do custo de insumos. “Além disso, os recentes
lockdowns nos principais centros de manufatura e comércio na China, tendem a
agravar as interrupções de fornecimento nas cadeias produtivas”, avalia o estudo.
O conflito
acentuou as dificuldades em conseguir insumos e matérias-primas, além do
aumento dos preços e as dificuldades logísticas, como indisponibilidade de
navios, contêineres e aumento do preço dos fretes. Com isso, espera-se que a
produtividade do trabalho na manufatura continue caindo ou estagnada enquanto
persistirem os efeitos da covid-19 e da guerra.
“Passados esses efeitos, a
produtividade deve recuperar o nível anterior à pandemia, retornando à
trajetória de baixo crescimento. O crescimento sustentado da produtividade
depende da superação das ineficiências estruturais do Brasil, como o baixo
investimento em pesquisa e desenvolvimento”, pondera o estudo.
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