IMPRENSA
29 de July de 2022 - 09h06

A- A A+

Produtividade na indústria cai há um ano e meio, aponta CNI

A queda é provocada por efeitos conjunturais, também vistos no indicador de produtividade global do trabalho neste ano. As economias ainda se recuperam da Covid-19 e sofrem com os frutos da guerra

 

A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o último trimestre de 2021. O dado é medido pelo volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção. Na mesma base de comparação, as horas trabalhadas cresceram 2,2% acima do aumento registrado pelo volume produzido, 0,8%, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

É o sexto trimestre consecutivo de queda do indicador, que atingiu o nível mais baixo da série desde o terceiro trimestre de 2012. A perda acumulada de produtividade chega a 10% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, última alta registrada pelo indicador, afastando-se ainda mais do nível anterior à crise da covid-19.

 

>> Sonora com a gerente de Política Industrial, Samantha Cunha, com detalhes da pesquisa

 

A gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, explica que a queda na produtividade se deve a efeitos conjunturais. Esses efeitos também são vistos no indicador de produtividade global do trabalho, que, segundo previsão do Conference Board, ficará estagnado neste ano.

 

“As economias ainda se recuperam dos efeitos da covid-19 e agora sofrem os impactos da Guerra da Ucrânia. No Brasil, a falta ou o alto custo da matéria-prima se tornou uma das maiores dificuldades da indústria desde o segundo trimestre de 2020, diante dos efeitos da pandemia. O início do conflito entre Rússia e Ucrânia intensificou os problemas das cadeias de suprimento, elevando as incertezas”, explica Samantha.

 

Como a guerra na Ucrânia afeta produtividade do trabalho?

 

Os impactos da guerra intensificam restrições de insumos para produção, afetam diversas cadeias produtivas como a de alimentos, eletrônica e automobilística, com desabastecimento ou aumento do custo de insumos. “Além disso, os recentes lockdowns nos principais centros de manufatura e comércio na China, tendem a agravar as interrupções de fornecimento nas cadeias produtivas”, avalia o estudo.

 

O conflito acentuou as dificuldades em conseguir insumos e matérias-primas, além do aumento dos preços e as dificuldades logísticas, como indisponibilidade de navios, contêineres e aumento do preço dos fretes. Com isso, espera-se que a produtividade do trabalho na manufatura continue caindo ou estagnada enquanto persistirem os efeitos da covid-19 e da guerra.

 

“Passados esses efeitos, a produtividade deve recuperar o nível anterior à pandemia, retornando à trajetória de baixo crescimento. O crescimento sustentado da produtividade depende da superação das ineficiências estruturais do Brasil, como o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento”, pondera o estudo.


Mais notícias

Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica

SENAI de Ji-Paraná realiza ações práticas para turma de Técnico em Edificações

Selic está em patamar excessivo e incompatível, afirma CNI

Banco Central não deve insistir em aumento da Selic, defende CNI