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COPOM: CNI espera que Banco Central inicie em breve a redução da Selic
Política
monetária atual é fortemente contracionista, pois a taxa de juros brasileira é
uma das maiores do mundo. No entanto, instituição avalia que ainda é necessária
para manter a desaceleração da inflação
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirma entender a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, devido ao patamar atual da inflação e das expectativas para 2022 e 2023 em relação a alta de preços. No entanto, a CNI espera que, com a continuidade do movimento de queda da inflação, o Copom inicie em breve o processo de redução da Selic. O Brasil tem, hoje, uma das maiores taxas de juros reais do mundo.
“Os juros em nível mais baixo deixam de representar entrave
tão intenso ao consumo e aos investimentos e, assim, permitem melhor desempenho
da economia. E, além disso, não comprometem o processo de combate à inflação.
Para permitir um início mais rápido e uma queda mais intensa da taxa de juros,
é importante o controle dos gastos públicos e compromisso com o equilíbrio
fiscal. ”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Na avaliação da CNI, a política monetária se encontra no
campo contracionista, desde dezembro de 2021, com taxa de juros real
desestimulando a atividade econômica. Atualmente, a intensidade dessa política
contracionista é bastante forte, pois a taxa de juros real – que desconsidera
os efeitos da inflação – está em torno de 8,0% ao ano, o que representa 4,0
pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, aquela que não estimula e nem
desestimula a atividade econômica.
A Selic em 13,75% ao ano restringe a atividade econômica e
deve ser suficiente para manter a inflação desacelerando nos próximos meses. As
desonerações tributárias de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações,
além do arrefecimento dos preços de alimentos, que provocaram variação negativa
do IPCA nos meses de julho, agosto e setembro, reforçam o movimento de
desaceleração da inflação.
Além disso, a política monetária restritiva tem produzido
impactos sobre as expectativas inflacionárias. Para 2022, a expectativa de
inflação, medida pelo último Boletim Focus do BC, caiu de 5,9% para 5,6% nas
últimas quatro semanas. No mesmo período, a expectativa para 2023 passou de
5,0% para 4,9%.
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