Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
25 por cento das indústrias do Norte e Nordeste consideram infraestrutura boa ou ótima; no Sudeste, 64 por cento
Pesquisa da
CNI ouviu 2.500 empresários de todo o país. Dados mostram enorme disparidade na
distância média para escoamento de produtos entre as regiões. No Norte, mais de
1,6 mil km; no Sudeste, 660 km
As regiões
brasileiras têm uma enorme disparidade em relação às condições de
infraestrutura e logística. Essa realidade é evidenciada por pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta
sexta-feira (11), que ouviu 2.500 empresários de indústrias de médio e grande
portes de todo o país. De acordo com os dados, somente 25% dos entrevistados do
Norte e do Nordeste consideram boas ou ótimas as condições de infraestrutura da
região.
De outro
lado, 64% dos empresários do Sudeste apontam as condições de infraestrutura
regional como boas ou ótimas. Em seguida, os empresários da região Sul também
mostram satisfação alta, de 57%, seguidos pela região Centro-Oeste, com 46%. A
média nacional da pesquisa ficou em 56%.
O principal
gargalo de infraestrutura apontado em todas as regiões é o transporte, com
média nacional de 73%. No Norte, o índice é ainda maior – de 82%. Na sequência,
aparecem o Sul (81% apontam o transporte como maior gargalo), Nordeste (76%),
Centro-Oeste (73%) e Sudeste (68%).
“Quando
avaliamos a situação das rodovias, ferrovias e portos das regiões Norte e
Nordeste fica muito evidente a disparidade na qualidade desses ativos em
relação ao Sul e ao Sudeste. Isso evidencia a necessidade de mais investimentos
para reduzirmos o déficit de infraestrutura e o desbalanceamento entre as
regiões”, afirma o gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de
Castro.
Gargalos
para a indústria
A
infraestrutura das rodovias foi a maior queixa dos empresários, apontada por
88% dos respondentes do Norte e por 62% do Sudeste. Em seguida, foi mencionada
a infraestrutura das ferrovias como sendo um dos maiores gargalos para o
transporte de carga no país – a maior parte, 40% entre os empresários do
Sudeste, e a menor, 18% do Norte.
Os dados
mostram ainda que os serviços de transporte por rodovias são avaliados como
bons ou ótimos por 46% dos empresários. Entre as regiões, destaca-se o Sudeste,
onde 59% consideram os serviços de transporte rodoviário bons ou ótimos. Em
contraste aparece o Norte, com índice de somente 9% bom ou ótimo.
>> Acesse
aqui o infográfico com dados da pesquisa.
Quando
questionados sobre as principais obras, os industriais mencionaram a melhora a
infraestrutura das estradas – resposta de 49% dos entrevistados no Norte e de
31%, do Centro-Oeste; e ampliação/duplicação de rodovias – opção de 45% dos
respondentes do Sul e de 23%, do Sudeste.
Ferrovias
Os dados
nacionais mostram que 38% das indústrias mudariam operação de rodovia para
outro modal, sendo que 28,5% optariam por transferir a operação para as
ferrovias caso houvesse condições de infraestrutura adequadas para o escoamento
dos produtos. A substituição dos caminhões por trens é uma preferência mais
intensa entre os empresários do Centro-Oeste, seguidos das regiões Sudeste e
Sul. Segundo os empresários, a grande vantagem das ferrovias é a redução de
custos e a agilidade. Segundo a pesquisa, 32% dos empresários industriais
consideram novas autorizações ferroviárias como prioridade para o setor
industrial.
A expansão da malha ferroviária foi a escolhida entre os
empresários do Nordeste (34%), do Sul (34%) e do Sudeste (31%). Para os
respondentes do Centro-Oeste (42%) e do Norte (28%), a conclusão das obras da
Ferrovia Norte-Sul é a mais importante medida para o escoamento da produção das
indústrias de suas regiões.
Frete
A avaliação
sobre as ferrovias nacionais é positiva para apenas 16% dos entrevistados. No
Centro-Oeste está concentrado o maior nível de satisfação, com 22% de bom ou
ótimo. Em contrapartida, no Nordeste o índice de bom ou ótimo é de apenas 6% -
por lá 45% dos empresários consideram as ferrovias ruins ou péssimas.
O custo do
frete, por sua vez, representa, em média, 15% do preço final dos produtos. Os
empresários do Norte e do Nordeste são aqueles que mais sofrem com este custo:
19% e 18%, respectivamente. Para 66% das indústrias, o preço do frete é
elevado. A região Centro-Oeste registra o maior índice, com 78% as empresas
classificando como alto ou muito alto. Na sequência aparecem Nordeste (72%),
Sul (68%), Sudeste (64%) e Norte (60%).
Portos
Já os
serviços portuários são classificados como bons ou ótimos por 39% dos industriais.
No Sul, esse índice é de 48%, enquanto no Nordeste, de 34%. A infraestrutura
portuária do país é considerada o principal gargalo logístico para as empresas
escoarem suas produções destinadas à exportação.
Distâncias
que tornam o transporte rodoviário inadequado
O modal
rodoviário é indicado apenas para pequenas e médias distâncias, mas segundo a
pesquisa somente 48% dos industriais escoam a produção em trajetos com média
inferior a 500 quilômetros. As distâncias percorridas, conforme a pesquisa, são
de 885 km em média no país. No Norte, há uma enorme distorção, o que reflete a
baixa eficiência do transporte na região. Por lá, 34% das empresas dizem que
suas mercadorias percorrem distâncias de mais de 2 mil km, enquanto no Sudeste
só 4%.
Metodologia
A pesquisa
encomendada pela CNI foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou
2.500 executivos de grandes e médias empresas industriais, nas 27 unidades da
Federação, sendo 500 em cada região. O campo foi feito entre os dias 23 de
junho e 9 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou
para menos, com intervalo de confiança de 95%.
>>
PRINCIPAIS DADOS DA PESQUISA
Duas
principais obras para melhorar a indústria
Norte – Melhorar
infraestrutura das estradas (49%) e ampliação/duplicação de rodovias (32%)
Nordeste – Melhorar
infraestrutura das estradas (42%) e ampliação/duplicação de rodovias (26%)
Centro-Oeste –
Ampliação/duplicação de rodovias (34%) e melhorar infraestrutura das estradas
(31%)
Sudeste – Melhorar
infraestrutura das estradas (34%) e ampliação/duplicação de rodovias (23%)
Sul –
Ampliação/duplicação de rodovias (45%) e melhorar infraestrutura das estradas
(36%)
Duas
principais obras para melhorar o escoamento da produção das indústrias
Norte –
Conclusão de obras da Ferrovia Norte-Sul no trecho de Tocantins a São Paulo
(28%) e novas autorizações ferroviárias (27%)
Nordeste – Novas
autorizações ferroviárias (34%) e conclusão das obras da Fiol no trecho da
Bahia a Tocantins (33%)
Centro-Oeste –
Conclusão de obras da Ferrovia Norte-Sul no trecho de Tocantins a São Paulo
(42%) e novas autorizações ferroviárias (39%)
Sudeste – Novas
autorizações ferroviárias (31%) e desestatização do Porto de Santos (30%)
Sul – Novas
autorizações ferroviárias (34%) e Concessão das Rodovias Integras, no Paraná
(26%)
Distância média percorrida para o transporte de produtos
Brasil – 885 km
Norte – 1.658 km
Nordeste – 1.134 km
Sul – 1.069 km
Centro-Oeste – 997 km
Sudeste – 660 km
Condições
da infraestrutura para a indústria
Brasil -
boa (47%) ou ótima (9%)
Sudeste -
boa (55%) e ótima (9%)
Sul - 57% -
boa (48%) e ótima (9%)
Centro-Oeste
- 46% - boa (34%) e ótima (12%)
Nordeste -
25% - boa (22%) e ótima (3%)
Norte - 25%
- boa (23%) e ótima (2%)
Avaliação
dos serviços de infraestrutura por região:
Transportes
por rodovias
Brasil –
Boa (37%) e ótima (9%)
Sudeste –
Boa (47%) e ótima (12%);
Centro-Oeste
– Boa (33%) e ótima (7%)
Sul – Boa
(30%) e ótima (6%)
Nordeste –
Boa (19%) e ótima (2%)
Norte – Boa
(8%) e ótima (1%)
Ferrovias
Brasil –
Boa (13%) e ótima (3%); Ruim (13%) e péssima (18%)
Centro-Oeste
– Boa (16%) e ótima (6%); Ruim (4%) e péssima (21%)
Sudeste –
Boa (16%) e ótima (3%); Ruim (13%) e péssima (16%)
Sul – Boa
(12%) e ótima (2%); Ruim (13%) e péssima (18%)
Norte – Boa
(5%) e ótima (2%); Ruim (10%) e péssima (19%)
Nordeste –
Boa (5%) e ótima (1%); Ruim (15%) e péssima (30%)
Serviços de
transporte aéreo
Brasil –
Boa (46%) e ótima (10%); Ruim (5%) e péssimo (3%)
Sudeste –
Boa (50%) e ótima (11%); Ruim (4%) e péssimo (2%)
Sul – Boa
(44%) e ótima (10%); Ruim (5%) e péssimo (3%)
Centro-Oeste
– Boa (10%) e ótima (41%); Ruim (6%) e péssimo (6%)
Norte – Boa
(40%) e ótima (9%); Ruim (5%) e péssimo (9%)
Nordeste –
Boa (38%) e ótima (7%); Ruim (6%) e péssimo (5%)
Serviços de transporte por hidrovias
Brasil –
Boa (14%) e ótima (2%); Ruim (10%) e péssimo (11%)
Norte – Boa
(33%) e ótima (7%); Ruim (6%) e péssimo (5%)
Sul – Boa
(15%) e ótima (2%); Ruim (8%) e péssimo (12%)
Sudeste –
Boa (14%) e ótima (2%); Ruim (10%) e péssimo (10%)
Centro-Oeste
– Boa (10%) e ótima (1%); Ruim (8%) e péssimo (14%)
Nordeste –
Boa (9%) e ótima (2%); Ruim (13%) e péssimo (16%)
Portos
Brasil –
Boa (33%) e ótima (6%); Ruim (6%) e péssimo (5%)
Sul – Boa
(39%) e ótima (9%); Ruim (4%) e péssimo (3%)
Sudeste –
Boa (32%) e ótima (4%); Ruim (7%) e péssimo (5%)
Norte – Boa
(32%) e ótima (4%); Ruim (6%) e péssimo (9%)
Nordeste –
Boa (27%) e ótima (7%); Ruim (6%) e péssimo (6%)
Centro-Oeste – Boa (13%) e
ótima (4%); Ruim (7%) e péssimo (8%)
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