Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Cresce preocupação dos empresários com os juros altos, aponta CNI
Para 13 dos
24 dos setores industriais analisados, taxas de juros elevadas apareceram entre
os cinco principais problemas no terceiro trimestre do ano. Fator recebeu 24,2%
das menções, o maior desde 2017
A
preocupação dos empresários com a taxas de juros elevadas cresce há seis
trimestres e, entre julho e setembro, tirou o sono de praticamente um quarto
dos industriais. Desde o início de 2017, não se via nada parecido. De acordo
com a Nota Econômica
25, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre os
principais problemas observados pelo setor industrial, os juros receberam 24,2%
das menções. Para se ter uma ideia, as altas taxas ocupavam 13ª no ranking de
principais problemas enfrentados pela indústria de transformação, no primeiro
semestre de 2021. Atualmente, subiu para o quarto lugar.
A falta ou
alto custo da matéria-prima segue em primeira posição com 39,4% das respostas.
Mas esse fator tem perdido força. Em segundo e terceiro lugar estão: elevada
carga tributária (34,2%) e demanda insuficiente (24,3%). Esses dois fatores
aparecem com tendência de alta. Apesar disso, suas assinalações ainda podem ser
consideradas baixas na comparação histórica.
O gerente
de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que os juros passaram a
ser vistos como um problema pelo industrial desde que a Selic, taxa básica de
juros, iniciou sua trajetória de crescimento. A Selic saiu de 2% ao ano, seu
menor patamar histórico, para 13,25% ao ano, entre março de 2021 e junho deste
ano.
“A Selic
permanece nesse patamar, mas os efeitos da mudança significativa do seu nível
têm sido gradualmente mais percebidos pelos empresários, tornando-se um
problema cada vez mais relevante para muitos setores da indústria de
transformação”, explica Marcelo.
55% das
indústrias de biocombustíveis consideram os juros o principal problema da
produção
Dos 24
setores da indústria de transformação avaliados, 13 afirmam que o problema de
taxas de juros elevadas está entre os cinco principais desafios. No setor de
Biocombustíveis, mais da metade das empresas considera esse o principal
problema. No setor Produtos de material plástico, os juros também aparecem em
primeiro lugar, tirando o sossego de 36,8% dos industriais entrevistados.
A taxa de
juros também se destaca como problema importante nos setores: Alimentos;
Calçados e suas partes; Celulose e papel; Madeira; Máquinas e equipamentos;
Máquinas e materiais elétricos; Metalurgia; Produtos de limpeza, perfumaria e
higiene pessoal; Produtos de metal; Vestuário e acessórios; e Têxteis.
“Considerando
a evolução da série histórica para esse problema e a percepção dos industriais,
as taxas de juros elevadas devem continuar no topo do ranking para a maioria
dos setores, visto que a Selic deve permanecer em nível elevado”, afirma
Marcelo Azevedo.
Falta de
trabalhador qualificado começa a se tornar uma preocupação para o industrial
A falta ou
o alto custo de trabalhador qualificado vem ganhando relevância dentre os
principais problemas enfrentados pela indústria de transformação. Desde o
terceiro trimestre de 2020, os percentuais de assinalação para esse item
ficaram acima dos 10%, chegando ao maior resultado registrado da série
histórica no terceiro trimestre de 2022, com 16,5% de apontamentos pelos
empresários.
Dos 24
setores avaliados, 15 apresentaram aumentos nos percentuais entre o segundo e o
terceiro trimestre do ano. As maiores variações percentuais foram para Móveis e
Metalurgia, ambos com 14 pontos percentuais de aumento.
Além disso,
os setores Calçados e suas partes, Celulose e papel, Móveis e Veículos
automotores consideram o problema como terceiro mais relevante, com 35,7%,
21,4% e 30,2% e 19,2% das citações pelos industriais, respectivamente. No caso
de Veículos automotores, essa questão ocupa a 3ª posição, empatada com o
problema de taxa de câmbio, que também está com o mesmo percentual de citações.
Baixa
qualidade da educação básica afeta produtividade industrial
O
economista da CNI explica que essa questão afeta a produtividade e a
competitividade da indústria brasileira. “Para lidar com esse problema de falta
ou alto custo de trabalhador qualificado, , a maioria das empresas promove a
capacitação de seus trabalhadores, mas encontra obstáculos na baixa qualidade
da educação básica e na falta de interesse dos trabalhadores em se qualificar”,
explica o economista.
Diante desse desafio, a CNI
avalia que, no curto prazo, é necessário um esforço de qualificação e de
requalificação da força de trabalho. Já no longo prazo, é preciso intensificar
os esforços para melhorar a qualidade da educação básica no Brasil, priorizando
a educação profissional.
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