Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Taxas de juros elevadas e dificuldade para acessar crédito marcam trimestre
Questões
afetam a demanda interna e as intenções de investimento dos empresários.
Percepção foi constatada na Sondagem Industrial, pesquisa mensal da CNI, que
ouve mais de 1.600 industriais
As
indústrias relataram incômodo com as taxas de juros elevadas e assinalaram
a questão como um dos principais problemas no primeiro trimestre de
2023. A situação foi constatada na Sondagem
Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que consulta mais
de 1.600 empresas de pequeno, médio e grande porte de todo Brasil. No primeiro
trimestre deste ano, os três principais problemas citados pelos empresários
industriais foram: elevada carga tributária; demanda interna insuficiente; e as
taxas de juros elevadas.
Essa última
questão chama atenção dos economistas da CNI, pois está ganhando cada vez mais
relevância e, no período citado, alcançou a maior assinalação de toda a série
histórica (28,8%). Desde 2022, em todos os trimestres, esse problema foi
bastante apresentado pelas indústrias e marca um percentual acima de 20%
consecutivamente.
“Essa
percepção por parte dos empresários afeta outras questões diretamente ligadas
aos juros, agravando a percepção de demanda interna insuficiente, aumentando a
dificuldade de obter crédito e influenciando os investimentos”, afirma o
gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
>> Confira a
entrevista completa com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Condições
financeiras das indústrias pioraram
Com relação
às condições financeiras, a Sondagem
Industrial mostra que as indústrias indicaram piora no trimestre,
com insatisfação dos empresários com a margem de lucro, que caiu de 47,3 pontos
para 44,8 pontos, e com a situação financeira, que caiu de 51,8 pontos para
49,7 pontos.
O índice
que mensura a facilidade de acesso ao crédito apresentou queda expressiva de
4,7 pontos no trimestre, passando de 42,7 pontos para 38,0 pontos. Com a queda,
o indicador ficou não só abaixo da linha divisória de 50 pontos, como também
abaixo da média da série histórica, de 39,8 pontos.
“Essa
dificuldade para acessar crédito está relacionada ao aumento da restrição nos
critérios de concessão, dada a taxa de inadimplência alta, inclusive em razão
de eventos adversos de grandes empresas varejistas”, explicou Azevedo.
Estoques
ainda estão acima do planejado
Houve pouca
mudança de fevereiro para março nos níveis de estoques das indústrias
brasileiras. O índice de evolução do nível de estoques foi de 50,5 pontos em
março.
Já o índice
do nível de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou 0,7 ponto,
registrando 51,9 pontos em março. Desde julho de 2022, esse índice vem ficando
acima dos 50 pontos, revelando que os empresários estão com dificuldades para
ajustar seus estoques. Valores acima de 50 pontos indicam que o nível de
estoques está acima do planejado pelos empresários.
Apesar
disso, a produção industrial aumentou na passagem de mês e registrou 53,7
pontos, acima da média histórica do mês de março (51,2 pontos). Porém, apesar
do alto percentual, o número não indica um nível de produção excepcionalmente
forte, mas sim uma retomada, pois os seis meses anteriores apresentaram
indicadores abaixo da linha dos 50 pontos.
Indústria
se mostra mais otimista e intenção de investir apresenta estabilidade
Em abril de
2023, a maioria dos índices de expectativas mostrou altas moderadas: houve
aumento dos índices de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas e
de quantidade exportada. Essas variações revelam maior otimismo dos
empresários, com expectativas de crescimento nos próximos seis meses.
O índice de
intenção de investimento do empresário industrial manteve-se inalterado em 53,6
pontos e apresenta certa estabilidade desde novembro de 2022, o que indica que
há intenção de investir na indústria.
Mais notícias
SENAI de Ji-Paraná realiza ações práticas para turma de Técnico em Edificações
Selic está em patamar excessivo e incompatível, afirma CNI
Banco Central não deve insistir em aumento da Selic, defende CNI