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CNI considera acertada queda de 0,5 na taxa básica de juros
Indústria
espera que, mantido o cenário de controle da inflação nos próximos meses, sejam
realizados novos e mais intensos cortes na Selic nas reuniões à frente
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera acertada a decisão do Comitê de Política Monetária Copom), do Banco Central, de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, mantido o cenário de controle da inflação nos próximos meses, é necessário que os cortes na Selic sejam mais intensos. Antes da reunião do Copom, a taxa de juros estava 4,8 pontos percentuais acima da taxa neutra, aquela não estimula nem desestimula a atividade econômica.
“A decisão foi acertada, uma vez que não compromete o
processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e
da economia. As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões
para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também
representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da
inflação”, avalia Robson Andrade.
A Selic em alta tem comprometido significativamente a
atividade econômica em 2023. Na comparação de junho de 2023 com junho de 2022,
a produção da indústria de transformação caiu 1,5%. Já o setor de serviços
registrou queda de 2% em maio em comparação com dezembro de 2022, na série
livre de efeitos sazonais.
Os impactos da Selic alta também são sentidos no mercado de
crédito. No primeiro semestre de 2023, na comparação com o último semestre de
2022, as concessões de crédito às empresas caíram 5,2% (queda de 8,0%, em
termos reais). Além disso, tem ocorrido aumento nos níveis de inadimplência e,
consequentemente, maior provisionamento pelos bancos – também por conta de
eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil –, o que
compromete ainda mais a oferta de crédito.
A indústria entende que a continuidade do ciclo de redução
da Selic exige boa coordenação entre política monetária e política fiscal. A
expectativa da CNI é que o Congresso aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal
que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga
tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de
juros.
Por que a SELIC deveria cair mais?
Desde fevereiro de 2022, a política monetária encontra-se
em terreno contracionista, com a taxa Selic em nível suficiente para desaquecer
a atividade econômica e, assim, controlar a inflação. Nos últimos meses, isso
ficou ainda mais evidente: o IPCA desacelerou fortemente, chegando a 3,2% no
acumulado em 12 meses até junho. Além disso, o IPCA-15, que visa antecipar o
resultado da variação dos preços no mês, apresentou queda de 0,07% em julho,
reforçando a tendência favorável da inflação.
Ainda, as expectativas de inflação têm passado por
sucessivas revisões para baixo, conforme indica o Relatório Focus, do Banco
Central. Para 2023, a inflação esperada caiu para 4,8%; enquanto para 2024 e
2025, caiu para 3,9% e 3,5%, respectivamente.
Com essa queda das expectativas de inflação para os
próximos 12 meses, mesmo com a Selic estável em 13,75% ao ano, a política
monetária estava se tornando cada vez mais contracionista. A taxa de juros real
que em janeiro estava em 7,6% ao ano, se encontrava em 9,3% ao ano, antes da
reunião, o que representam 4,8 pontos percentuais acima da taxa de juros
neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica.
A apreciação da taxa de câmbio nos últimos meses também
representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação,
especialmente sobre os preços dos grupos Produtos Industriais e Alimentos.
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