Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Brasil assume presidência do G20 e do B20 ainda neste ano
O governo
brasileiro vai presidir o fórum econômico e a CNI vai liderar o mecanismo
empresarial da organização. A plenária do setor privado de 2023 acontece de 25
a 27 de agosto, na Índia
Em dezembro
deste ano o Brasil assumirá a presidência do G20 e dos mecanismos de diálogo do
grupo, como o Business 20 (B20), que tem a Confederação Nacional da Indústria (CNI) como representante
brasileiro. Reconhecido como o principal fórum para cooperação econômica
internacional, o G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União
Europeia. O foco é a abordagem de questões globais como comércio, mudanças
climáticas, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio
ambiente e anticorrupção.
O B20 atua
como o fórum global de diálogo, fazendo uma ligação entre a comunidade
empresarial e os governos que compõem o G20. O objetivo é entregar
recomendações de políticas concretas para influenciar a agenda do bloco. A
edição deste ano é liderada e sediada pela Índia, e a plenária do B20 acontece
de 25 a 27 de agosto, em Nova Delhi.
O
presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, lembra que a instituição acompanha os
trabalhos do B20 desde 2010 e tem atuado para representar os interesses do
setor privado e contribuir para o posicionamento brasileiro em temas
estratégicos para o país. O representante da entidade vai liderar uma delegação
de mais de 20 representantes do setor para a plenária em Nova Delhi.
“O fórum é
estratégico para posicionar a indústria brasileira como ator global relevante
na formulação de pautas prioritárias. Com o Brasil à frente do G20 e a CNI
liderando o B20 teremos uma oportunidade única para alavancar as prioridades e
influenciar as discussões e adoções de políticas junto às principais economias
do mundo”, afirma Alban.
Entenda o
que são e como funcionam os grupos, e quais as vantagens para o Brasil ao
liderar os fóruns no próximo ano:
O que é o
G20?
O G20 é um
fórum internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em
desenvolvimento do mundo. Com presidência anual e rotativa, tem como membros
permanentes África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil,
Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália,
Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e o bloco da União Europeia. Além
disso, alguns países podem ser convidados a participar das cúpulas anuais e das
discussões que ocorrem nos encontros.
O objetivo
do grupo, formado em 1999, é aproximar países com economias desenvolvidas ou em
processo de desenvolvimento para alinhar ações nas principais temáticas
econômicas globais relacionadas ao mercado financeiro, comércio, investimento e
desenvolvimento econômico sustentável. Juntos, os membros do G20 representaram
87% do PIB global, 62% da população mundial, e mais de 75% do comércio
internacional em 2022, de acordo com dados do Banco Mundial.
Um dos
principais trabalhos do G20 em cada ciclo é um comunicado expressando os
compromissos e a visão de futuro dos membros, elaborado a partir das
recomendações escolhidas e dos resultados das reuniões ministeriais e outras
linhas de trabalho.
A Cúpula do
G20 está prevista para os dias 9 e 10 de setembro de 2023, em Nova Delhi.
Qual a
relevância do G20?
O G20 tem
uma liderança global significativa. Nas últimas duas décadas, o bloco
desempenhou um papel crucial na coordenação de respostas a crises globais, como
a estabilização dos mercados financeiros e o lançamento de um estímulo
econômico global para enfrentar a crise financeira de 2008. Além disso, assumiu
a liderança na luta global contra a pandemia, com um estímulo fiscal de mais de
US$ 5 trilhões para minimizar as perdas de emprego e renda resultantes da
pandemia de coronavírus.
No âmbito
das políticas econômicas internacionais, o G20 foi fundamental no
desenvolvimento de instrumentos para combater a evasão fiscal, prática que
custa aos governos cerca de US$ 100 a US$ 240 bilhões em perdas de receitas
fiscais corporativas por ano. Em 2015, o G20 facilitou o primeiro acordo da
história sobre essa questão, que foi atualizado em 2021 para abranger as
implicações fiscais da digitalização da economia.
O que é o
B20?
O B20 é o
fórum de diálogo mundial que conecta a comunidade empresarial aos governos do
G20. Desde 2010, a CNI é a entidade que representa o setor privado brasileiro
no âmbito do B20. Em cada edição o fórum reúne cerca de 900 representantes
empresariais dos países-membros.
O B20 é um
espaço estratégico para construção de consensos e prioridades de políticas
econômicas globais, e tem a missão de propor recomendações de relevância para a
comunidade empresarial, influenciando o processo de tomada de decisões nas pautas
prioritárias nos países do G20. Todo ano, o grupo trabalha em propostas para
serem entregues antes da cúpula do G20, de forma que haja tempo suficiente para
a análise do material que auxilia os líderes globais.
As
recomendações do B20 são elaboradas por forças-tarefas e conselhos de ação, que
se reúnem durante o ano. São formadas por líderes empresariais de países do G20
e abordam temas como comércio e investimento, inovação e transformação digital,
descarbonização, sustentabilidade, financiamento e infraestrutura, entre
outros.
Além do
B20, considerado o mais influente, o G20 conta com grupos de engajamento como o
Women20 (W20), que aborda questões de equidade de gênero; o Labour20 (L20), de
trabalho; o Science20, de academias de ciências; e o Youth20 (Y20), de
juventude.
Qual o tema
da atual edição do B20?
O tema do
B20 Índia é Negócios responsáveis, acelerados, inovadores, sustentáveis e
equitativos (R.A.I.S.E, na sigla em inglês). O objetivo é discutir como a
comunidade empresarial do G20 deve se esforçar para alcançar um crescimento
equitativo, adotando práticas de negócios que sejam responsáveis e
sustentáveis. Isso significa que as empresas devem buscar não apenas o lucro,
mas também contribuir para o desenvolvimento econômico e social de uma maneira
que beneficie também o meio ambiente.
As
discussões desta edição são realizadas por meio de sete forças-tarefas e dois
conselhos de ação, focados em áreas específicas:
- Cadeias
Globais de Valor Inclusivas para um Comércio e Investimento Globais Resilientes
- Futuro
do Trabalho, Capacitação e Mobilidade
- Transformação
Digital
- Financiamento
para Recuperação Econômica Global
- Energia,
Mudança Climática e Eficiência de Recursos
- Tecnologia,
Inovação e P&D
- Inclusão
Financeira para Empoderamento Econômico
- Conselho
de Ação em ESG nos Negócios
- Conselho
de Ação para a Integração Econômica Africana: Uma Agenda para o Comércio Global
Qual a
relevância da presidência brasileira do B20?
Assim como
no G20, a presidência do B20 é rotativa e exercida pela principal representação
empresarial do país-sede. Assim, em dezembro de 2023 a Confederação da
Indústria da Índia (CII) passará a liderança do B20 à CNI, que representa o
setor privado brasileiro no fórum do B20 desde 2010. A liderança segue até
dezembro de 2024.
O B20
oferece uma oportunidade para influenciar as decisões do G20 de acordo com as
prioridades da indústria brasileira. Nesse fórum, a CNI tem a capacidade de
posicionar a indústria nacional em discussões globais que se alinham às
prioridades apresentadas no Plano de Retomada da Indústria da CNI, incluindo a
descarbonização, a adaptação à era digital, o futuro do trabalho, o fomento à
inovação e a inserção estratégica da indústria brasileira nos mercados
internacionais.
Com o Brasil e a CNI à
frente do B20 em 2024, o setor industrial terá um papel central para liderar e
guiar a construção de consensos e prioridades de políticas econômicas globais
para subsidiar as discussões do G20.
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