Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Importância do mercado externo para a indústria brasileira aumentou em 2022
Estudo da
CNI mostra que a relevância voltou a crescer após um período de leve queda. O
resultado reflete um aumento significativo no volume de produtos exportados em
relação ao que é produzido no Brasil
A
importância do mercado internacional para as exportações da indústria de
transformação brasileira aumentou em 2022, de acordo com o estudo Coeficientes de Abertura Comercial (CAC), divulgado nesta
sexta-feira (29). Um dos quatro indicadores do estudo, o coeficiente de
exportação – que reflete a parcela da produção direcionada ao mercado externo
–, teve um crescimento de quase dois pontos percentuais, (p.p.) atingindo 20,3%
e superando os 18,6% de 2021. A alta é resultado do aumento do volume de
produtos exportados em comparação com o que foi produzido no Brasil.
O CAC é um estudo anual produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). O periódico mede o grau de integração da indústria brasileira com o comércio exterior, por meio de quatro coeficientes – dois que avaliam as exportações e dois que medem a participação das importações no mercado brasileiro.
“Os
resultados dessa edição dos Coeficientes de Abertura Comercial reforçam a
relevância das exportações e do comércio internacional como um todo para o
aumento da competitividade da indústria brasileira e para a retomada do
crescimento econômico do país”, avalia a gerente de Comércio e Integração
Internacional da CNI, Constanza Negri.
Participação
das exportações na produção de celulose e papel aumentou
Mesmo em um
cenário internacional de recuperação, a maior parte dos setores da indústria
aumentou a participação das exportações na produção interna. Dos 23 setores
avaliados, 15 concluíram o ano de 2022 com aumento no coeficiente de
exportações, sete registraram queda e um permaneceu constante, na comparação
com 2021. As altas, no entanto, foram significativas para cinco dos 15 setores.
Destaque do
coeficiente de exportação, o setor de celulose e papel registrou um dos maiores
crescimentos no indicador. A produção voltada para o mercado externo aumentou
em 6,5 p.p, de 37,9% em 2021 para 44,3% em 2022, alcançando o valor mais alto
registrado na série em preços constantes.
No setor,
embora a demanda interna tenha crescido, o mercado internacional estimulou a
produção doméstica. Assim, ocorreu um aumento significativo no valor das
exportações, com crescimento de 21,0% entre os anos de 2021 e 2022.
Aém do
setor celulose e papel, outros setores registraram altas mais expressivas entre
2021 e 2022: fumo (10,2 p.p.); madeira (3,2 p.p.); veículos automotores (2,7
p.p.); e alimentos (2,7 p.p.). Nos setores de veículos, alimentos e fumo, as
exportações também impulsionaram a produção doméstica, mesmo diante do
crescimento da demanda interna. Já em madeira, a redução da demanda interna foi
maior do que a externa. E na comparação do mesmo período, as maiores quedas
foram registradas por outros equipamentos de transporte (-1,3 p.p.); e móveis
(-1,2 p.p.).
Presença de
importados no mercado brasileiro cresceu novamente
A
participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional – medida pelo
coeficiente de penetração das importações – foi recorde pelo segundo ano
consecutivo e aumentou 1,1 p.p em 2022 em relação ao ano anterior, alcançando
25,9%. Ainda assim, desacelerou na comparação com o índice registrado entre
2020 e 2021, quando cresceu 2,8 p.p.
Com o resultado
de 2022, o indicador atingiu o nível mais alto da série histórica em preços
constantes. Essa dinâmica foi influenciada pela volta ao consumo dos
brasileiros no período, especialmente em setores como vestuário e acessórios; e
de investimentos, como máquinas, apesar da desvalorização do real e da
defasagem na resposta da quantidade importada à taxa de câmbio.
Uso de
insumos importados na produção brasileira foi recorde
O uso de
insumos industriais importados pela indústria brasileira também aumentou em
2022 e registrou valor recorde. O resultado, segundo o CAC, reflete o
crescimento do consumo de matéria-prima importada e a redução no consumo de
insumos domésticos. Essa participação de insumos estrangeiros em relação ao
total usado pela indústria de transformação é medida pelo coeficiente de
insumos industriais importados, e teve crescimento moderado de 0,6 p.p., de
24,5% em 2021 para 25,1% em 2022, considerando preços constantes.
Entenda os
quatro coeficientes de abertura comercial
1. Coeficiente
de penetração das importações: avalia a participação dos produtos importados no
consumo brasileiro.
2.
Coeficiente de insumos industriais importados: mede a participação dos insumos
industriais importados no total de insumos industriais adquiridos pela
indústria de transformação brasileira.
3.
Coeficiente de exportação: mede a participação das vendas externas no valor da
produção da indústria de transformação. Com isso, mostra a importância do
mercado internacional para a indústria.
Mais notícias
SENAI de Ji-Paraná realiza ações práticas para turma de Técnico em Edificações
Selic está em patamar excessivo e incompatível, afirma CNI
Banco Central não deve insistir em aumento da Selic, defende CNI