Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
CNI lança plano com estratégias para que a indústria seja mais produtiva, inovadora e verde em 10 anos
Mapa Estratégico 2023-2032 aponta
caminhos para a neoindustrialização do país, com metas referentes a
sustentabilidade, diversidade, melhoria do ambiente de negócios e aumento da
inclusão social
A Confederação
Nacional da Indústria (CNI) projeta
que o Brasil tem potencial para, dentro de uma década, ter uma indústria
digital e verde, mais inserida no mundo, além de ser um país mais inclusivo e
igualitário e com um setor público mais eficiente. Também deve ser capaz de
aumentar a eficiência energética, modernizar a infraestrutura de rodovias e
ferrovias e alcançar o desempenho médio nas provas de matemática e ciências dos
países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
entre outros avanços. Mas, antes, é preciso ter projetos e visão de longo prazo.
Os diagnósticos, as soluções
e as metas para o Brasil ter uma nova indústria e chegar fortalecido daqui a
uma década estão no Mapa Estratégico da Indústria 2023-2032, lançado pela CNI, na sexta-feira (20). O
documento reúne ações concretas em oito fatores-chaves: Ambiente de negócios;
Ambiente econômico; Baixo carbono e recursos naturais; Comércio e integração
internacional; Desenvolvimento humano e trabalho; Desenvolvimento produtivo,
tecnologia e inovação; Educação e Infraestrutura.
“Estamos atentos a questões
sociais, ambientais e de governança, com destaque para a agenda ESG. Temos
importantes desafios para os próximos anos, que incluem o que podemos fazer
dentro das empresas para o aumento da produtividade e da inovação, além da
agenda de Estado, como a reforma tributária e o imperativo da descarbonização,
que impulsiona a corrida pelo domínio das rotas tecnológicas verdes. Somados a
isso, há o cenário externo, com o acirramento de conflitos geopolíticos, que
acelera movimentos de reorganização de cadeias globais de valor. Temos muito
trabalho pela frente”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Ele alerta que o futuro das
empresas e o desenvolvimento econômico e social do Brasil dependem de conhecer
os desafios e elaborar estratégias adequadas para enfrentá-los. Para Robson
Andrade, o Brasil deve aproveitar as oportunidades de inserção internacional
com as mudanças que marcaram o início da década de 2020, com protagonismo nas
agendas de descarbonização e digitalização.
Educação é fundamental para o sucesso dos demais fatores-chaves da
competitividade
A CNI inovou nesta edição, a
quarta do documento, desde seu lançamento, em 2007. As ações em temas como
produtividade, inovação, internacionalização e capacitação de colaboradores e
gestores foram desenvolvidas levando em consideração dois pontos: nenhum
fator-chave pode ser visto de forma isolada e as empresas também têm um dever
de casa a cumprir.
Um exemplo dessa visão
sistêmica está no fator-chave: Educação. A educação é fundamental para o
sucesso dos demais. Sem educação básica, profissional e superior adequadas, com
foco em ganhos de produtividade, é impossível garantir o processo de
descarbonização e a convergência para um modelo circular; a engenharia
necessária à construção da infraestrutura de que o país precisa; a
implementação de boas práticas regulatórias e processos adequados de governança
e compliance públicos e privados; a inovação e o desenvolvimento produtivo; e a
capacidade de as empresas operarem em um mercado global extremamente
competitivo.
Mapa Estratégico da
Indústria tem meta de promoção da equidade de gênero nas empresas
A indústria colocou como
meta reduzir em 36% o índice de desigualdade de gênero do Brasil até 2032, o
que equivale a uma queda de 4 p.p. ao ano. Entre as ações recomendadas estão:
estimular ações que incentivem a maior participação das mulheres no mercado de
trabalho, além da promoção e a ascensão de mulheres em cargos de liderança.
Além disso, o Mapa Estratégico da Indústria 2023-2032 também prevê o fortalecimento de
mecanismos e políticas que promovam a diversidade, equidade e inclusão, em
âmbito público e privado, além do incentivo à construção de ambientes de
trabalho mais receptivos às diferenças, com reflexos socioeconômicos positivos
para toda a sociedade.
Como funciona o Mapa Estratégico da
Indústria 2023-2032?
O Mapa Estratégico ficará
sediado em plataforma digital e, assim, pode ser permanentemente atualizado,
pois tantas mudanças em um intervalo de tempo tão curto representam um grande
desafio para o planejamento a longo prazo.
Estruturado em formato de
mandala, o Mapa possui flexibilidade para remover fatores
de competitividade que não sejam mais considerados prioritários e tem a
capacidade de se adaptar para incluir novos fatores que se tornem relevantes
para a indústria.
Além disso, o novo Mapa não
estabelece uma relação hierárquica entre os fatores-chave e privilegia a
interconexão entre eles.
Para cada tema prioritário,
o Mapa apresenta
uma breve descrição do problema a ser enfrentado, sugere possíveis soluções e
indica os benefícios esperados ao seguirmos na direção recomendada. São
elencados objetivos dentro de cada tema prioritário, com indicadores e metas
para 2032, que direcionam para onde a indústria gostaria de ver esses
indicadores evoluindo ao longo da década.
Da mesma forma, são
apresentadas as iniciativas necessárias para cada objetivo. São os caminhos que
precisam ser percorridos, com ações concretas ao longo dos anos, para que as
metas estabelecidas sejam alcançadas.
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