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Indústria brasileira pede urgência no programa de renovação de parque fabril
Em carta aberta, CNI e 26 federações estaduais de indústria pedem que o governo implemente rapidamente a depreciação imediata, conforme prometido há seis meses pelo Ministério da Fazenda
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e 26 federações
estaduais de indústria afirmam, em carta aberta, que é “urgente que o governo
implemente o programa prometido (de depreciação imediata), para evitar riscos
maiores em relação à dinâmica do investimento produtivo e ao crescimento
econômico”.
No documento, os industriais lembram que o Programa de
Depreciação Imediata, em um valor que seria entre R$ 3 bilhões e R$ 15 bilhões,
foi anunciado em dois momentos pelo governo: em 25 de maio deste ano, em evento
no Palácio do Planalto, e em 24 de julho. A promessa é de que sairia do papel
até dezembro.
“Reconhecemos os esforços já empreendidos pelo governo federal,
mas reforçamos que a importância da renovação do parque industrial, que
contribuirá para o avanço do desenvolvimento tecnológico e proporcionará um
ambiente mais propício para o crescimento sustentável. Os investimentos
convertidos hoje serão a base do nível de competitividade e produtividade que
poderemos alcançar no futuro”, afirmam a CNI e as federações de indústria.
A depreciação imediata não implica renúncia fiscal, avalia
CNI
A depreciação imediata vai incentivar a ampliação e a
renovação da indústria brasileira ao permitir que o valor usado na compra de
equipamentos e máquinas e em edificações seja deduzido do lucro real da empresa
de forma mais rápida. Com a medida, a base de cálculo do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
será menor no ano em que o investimento for feito.
Não é uma medida de renúncia fiscal pois, por terem feito
toda a dedução no primeiro ano, nos anos seguintes as empresas não terão nenhum
valor referente a esses investimentos a deduzir da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL, o que vai aumentar o total de tributo a ser recolhido. Na prática, essa
medida, apesar de não diminuir a tributação total acumulada ao longo dos anos,
ajuda o fluxo de caixa das empresas, justamente quando ela tende a ter mais
despesas, que é quando realiza os investimentos.
Nos cálculos da CNI, com a depreciação imediata, no ano de
sua aquisição, de 100% do valor da compra de bens de capital, ainda que vigente
por um ano, haverá um aumento adicional de 8,35% no investimento, 3,46% no
Produto Interno Bruto (PIB) e 4,53% nas exportações. Estes efeitos positivos
serão contabilizados ao longo de 10 anos. Além disso, estima-se expansão da
arrecadação de R$ 12,9 bilhões nesse período.
Estudo recente da CNI mostra que máquinas e equipamentos
industriais têm em média 14 anos e 38% deles estão próximos ou já ultrapassaram
a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal. “Diante de um
cenário extremamente adverso, caminhamos para a nova queda tanto do PIB da
indústria de transformação quando da produção industrial em 2023”, avalia o presidente
da CNI, Ricardo Alban.
Como funciona a depreciação imediata?
Pelo regramento padrão vigente da depreciação tributária, o
investimento feito em um maquinário com vida útil de 10 anos deve ser deduzido
do lucro real da empresa durante esses 10 anos. Assim, a cada ano, 10% do valor
pago é abatido da base de cálculo em que deverá incidir o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Já com a depreciação imediata, nos moldes propostos pela
CNI, o valor integral da máquina será deduzido do lucro real da empresa logo no
ano de sua aquisição, e nos anos posteriores a empresa não terá valor a deduzir
relativo a essa máquina. Nota-se que equivale a uma antecipação do valor a ser
deduzido no IRPJ/CSLL e não uma redução da tributação.
Confira aqui a íntegra da carta aberta da indústria
brasileira sobre a depreciação imediata.
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