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12 de January de 2024 - 14h06

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Cada vez mais utilizada pelas empresas, inteligência artificial provoca corrida por qualificação

Só no ano passado, mais de 12 mil estudantes se matricularam em cursos de inteligência artificial no SENAI. Entre 2021 e 2022, a procura por esse tipo de qualificação aumentou mais de 200%

 

O ano de 2023 pode ser considerado o ano da inteligência artificial (IA). Nunca se falou tanto sobre o tema. Utilizada cada vez mais pelas empresas para digitalizar e otimizar processos, a IA tem provocado uma corrida por profissionalização na área. Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) aponta que, só de janeiro a novembro de 2023, 12.156 estudantes se matricularam em cursos de aperfeiçoamento, extensão, técnico, graduação ou pós-graduação na área de IA. Entre 2021 e 2022, o número mais que triplicou, saindo de 2.385 para 8.209. Isso representou um aumento de 246% entre um ano e outro.


O salto nas buscas por profissionalização na área é correspondente com a demanda do mercado. Segundo o Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais até 2025. Só no setor de tecnologia da informação - uma das áreas que se beneficia da inteligência artificial - haverá mais de 470 mil vagas para profissionalização, sendo 76,6 mil para formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 397 mil para formação continuada, para trabalhadores que precisam se atualizar.


“O SENAI está atento aos setores que irão avançar com maior automação e mais interconexão entre máquinas, com ganhos de eficiência e redução de custos. A expansão do número de profissionais qualificados em inteligência artificial é um dos fatores decisivos”, afirma o superintendente de Educação Profissional e Superior do SENAI, Felipe Morgado.


Mais profissionais, mais inteligência artificial nas empresas


Dados da última Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica Semestral (PINTEC) demonstram que a IA é a tecnologia digital avançada menos utilizada por empresas industriais, sendo usada por 17%. Para comparação, 73,6% das empresas trabalham com computação em nuvem e 48,6% com internet das coisas.


Entre os motivos que dificultam a implementação de tecnologias digitais avançadas, dois dos mais citados foram a falta de funcionários qualificados na empresa (54,6%) e a limitada oferta de trabalhadores qualificados no mercado (49%).


Ganhos para os profissionais e para a economia nacional


As vantagens para os profissionais qualificados vão além da ampla demanda do mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Amazon WebServices em parceria com a Access Partnership, divulgada em 2023, aponta que as empresas nacionais estão dispostas a pagar 46% a mais a funcionários com habilidades em IA.


Apesar dos benefícios e oportunidades, muitos ainda têm receios quanto a tecnologia. O Índice de Tendências de Trabalho, divulgado no ano passado pela Microsoft, aponta que 49% das pessoas expressam preocupações sobre a IA como um possível substituto para seus trabalhos. Porém, dados do mesmo levantamento mostram um cenário contrário: quase 90% das pessoas que usam ferramentas habilitadas por IA se sentem mais satisfeitas porque podem focar no trabalho que realmente importa.


Além dos ganhos individuais, ainda há os ganhos estimados para a economia brasileira. O estudo “Monitor da Indústria 4.0”, lançado pela International Market Analysis Research and Consulting (IMARC) em 2023, avalia que o mercado brasileiro da indústria 4.0 pode atingir US$ 5,62 bilhões em 2028.


“A formação dos trabalhadores de tecnologia da informação, incluindo inteligência artificial, significa um grande avanço para a indústria 4.0. Com a expansão desse mercado e o aumento na demanda das empresas, o Brasil precisa se preparar para acompanhar as tendências e ganhar competitividade”, conclui Felipe Morgado.


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