SENAI de Ariquemes leva alunos de Técnico de Edificações para visita técnica em uma construção
Cada vez mais utilizada pelas empresas, inteligência artificial provoca corrida por qualificação
Só no
ano passado, mais de 12 mil estudantes se matricularam em cursos de
inteligência artificial no SENAI. Entre 2021 e 2022, a procura por esse tipo de
qualificação aumentou mais de 200%
O ano de 2023 pode ser considerado o ano da inteligência artificial (IA). Nunca se falou tanto sobre o tema. Utilizada cada vez mais pelas empresas para digitalizar e otimizar processos, a IA tem provocado uma corrida por profissionalização na área. Levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) aponta que, só de janeiro a novembro de 2023, 12.156 estudantes se matricularam em cursos de aperfeiçoamento, extensão, técnico, graduação ou pós-graduação na área de IA. Entre 2021 e 2022, o número mais que triplicou, saindo de 2.385 para 8.209. Isso representou um aumento de 246% entre um ano e outro.
O salto nas buscas por profissionalização na área é
correspondente com a demanda do mercado. Segundo o Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil precisará
qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais até 2025. Só no
setor de tecnologia da informação - uma das áreas que se beneficia da
inteligência artificial - haverá mais de 470 mil vagas para profissionalização,
sendo 76,6 mil para formação inicial – para repor inativos e preencher novas
vagas – e 397 mil para formação continuada, para trabalhadores que precisam se
atualizar.
“O SENAI está atento aos setores que irão avançar com maior
automação e mais interconexão entre máquinas, com ganhos de eficiência e
redução de custos. A expansão do número de profissionais qualificados em
inteligência artificial é um dos fatores decisivos”, afirma o superintendente
de Educação Profissional e Superior do SENAI, Felipe Morgado.
Mais profissionais, mais inteligência artificial nas
empresas
Dados da última Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica Semestral (PINTEC) demonstram que a IA é a tecnologia digital avançada menos
utilizada por empresas industriais, sendo usada por 17%. Para comparação, 73,6%
das empresas trabalham com computação em nuvem e 48,6% com internet das coisas.
Entre os motivos que dificultam a implementação de
tecnologias digitais avançadas, dois dos mais citados foram a falta de
funcionários qualificados na empresa (54,6%) e a limitada oferta de
trabalhadores qualificados no mercado (49%).
Ganhos para os profissionais e para a economia nacional
As vantagens para os profissionais qualificados vão além da
ampla demanda do mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Amazon WebServices em parceria com a Access Partnership, divulgada em 2023, aponta que as
empresas nacionais estão dispostas a pagar 46% a mais a funcionários com
habilidades em IA.
Apesar dos benefícios e oportunidades, muitos ainda têm
receios quanto a tecnologia. O Índice de Tendências de Trabalho, divulgado no
ano passado pela Microsoft, aponta que 49% das pessoas expressam preocupações
sobre a IA como um possível substituto para seus trabalhos. Porém, dados do
mesmo levantamento mostram um cenário contrário: quase 90% das pessoas que usam
ferramentas habilitadas por IA se sentem mais satisfeitas porque podem focar no
trabalho que realmente importa.
Além dos ganhos individuais, ainda há os ganhos estimados
para a economia brasileira. O estudo “Monitor da Indústria 4.0”, lançado pela
International Market Analysis Research and Consulting (IMARC) em 2023, avalia
que o mercado brasileiro da indústria 4.0 pode atingir US$ 5,62 bilhões em
2028.
“A formação dos trabalhadores de tecnologia da informação,
incluindo inteligência artificial, significa um grande avanço para a indústria
4.0. Com a expansão desse mercado e o aumento na demanda das empresas, o Brasil
precisa se preparar para acompanhar as tendências e ganhar competitividade”,
conclui Felipe Morgado.
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