SENAI de Ariquemes leva alunos de Técnico de Edificações para visita técnica em uma construção
Café Robusta de Rondônia conquista paladar do mundo
O melhoramento da produção de
café em Rondônia, contribuiu significadamente o ambiente de negócios para
empresários e cafeicultores da região. Conforme dados do Ministério da
Indústria e Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações ultrapassaram
os U$ 15,8 milhões, sendo que em 2022, a quantia somou pouco mais de U$ 169
mil. Entre os principais destinos no ano
passado, figuram países como a Bélgica (que concentrou o maior volume de sacas
exportado), Estados Unidos, Colômbia, Vietnã, Itália e Argentina. São números
considerados excelentes pela Federação das Indústrias do Estado de Rondônia
(FIERO).
Entre os fatores que norteiam
esse crescimento está a aplicação de novas tecnologias na lavoura cafeeira. De
acordo com o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Enrique Alves, até 2010, Rondônia produzia café de baixa qualidade
em lavouras de padrão quase extrativista. A partir de estudos, segundo Alves,
houve a substituição de lavouras obsoletas por outras mais modernas e que
empregam novas tecnologias. É um pacote tecnológico que incorpora práticas
como: propagação clonal, materiais genéticos de excelência, irrigação, novos
arranjos espaciais, podas e práticas mais sustentáveis de conservação de água e
solo. “Tudo isso, resulta em maior
uniformidade das características agronômicas da lavoura e resistência a pragas
e doenças. Além do mais, estas práticas
garantem maior produtividade, qualidade e propriedades sensoriais únicas aos
cafés Robustas Amazônicos”, explica. Enrique Alves.
O cafeicultor, empresário e
presidente da Associação dos Cafeicultores da Indicação Geográfica Matas de
Rondônia (Caferon), Juan Travain ressaltou que no segundo semestre de 2023,
houve a visita de uma comitiva internacional de compradores de café de 11
países, ação desenvolvida por meio do programa Exporta Mais Brasil, da Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). “Essa
visita serviu para mostrarmos para o mundo a qualidade do nosso café produzido
em Rondônia, e que já rendeu frutos”, comemora.
Para incrementar as
exportações Travain e Alves informaram que já existe o projeto Carb-Café, que
mede a quantidade de carbono estocado nas plantações e no solo das áreas de
cultivo de café na Amazônia, mais especificadamente, na região Matas de
Rondônia. O projeto que conta com a Parceria do Sicoob, Embrapa, Caferon e
Universidade Federal de São Carlos prevê ainda, trabalhos como o mapeamento das
áreas de café e o inventário de carbono.
Segundo Travain, toda a região
denominada Matas de Rondônia, composta pelos municípios de Alta Floresta do
Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Alvorada do Oeste, Cacoal, Castanheiras,
Espigão do Oeste, Ministro Andreazza, Nova Brasilândia, Novo Horizonte, Rolim
de Moura, Santa Luzia do Oeste, São Felipe do Oeste São Miguel do Guaporé
Seringueiras e Primavera de Rondônia, contará com a rastreabilidade da
produção, que vai aferir que o café Robusta Amazônico é sustentável e não é
cultivado em áreas de desmatamento.
Para o presidente da Federação
das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, essa atitude dos
cafeicultores mostra que é possível produzir na Amazônia, gerar riquezas,
emprego e renda sem degradar o meio ambiente, e serve de exemplo para agricultores
e produtores das demais culturas. “Demonstra o comprometimento com a
preservação do bioma Amazônico, garantindo, ao mesmo tempo, o incremento dos
negócios sustentáveis na região Norte”, enfatiza.
Fotos: Renata Silva - Embrapa
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