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Falta de insumos e custo de energia prejudicam indústria, aponta CNI
Sondagem Industrial mostra que terceiro trimestre deste ano foi marcado por uma forte pressão nos custos industriais, que estão afetando a retomada da economia de forma mais sustentada
A falta ou
alto custo das matérias-primas completou cinco trimestres consecutivos no topo
do ranking de principais problemas enfrentados pela Indústria. De acordo com a Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 62,4% das
indústrias ainda enfrentam problemas com insumos. Além disso, o alto custo de
energia apareceu como um importante problema enfrento pelas indústrias entre
julho e setembro deste ano. Foram consultadas 1.954 empresas entre 1º e 15 de
outubro.
De acordo
com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o problema dos
insumos tem sido bastante significativo. “A alta dos preços de uma série de
insumos ainda é bastante severa e generalizada e ainda há situações de
escassez, atraso ou mesmo falta de insumos. Tudo isso afeta a produção.
Percebemos uma desorganização das cadeias de produção, com impacto negativo na
situação financeira das empresas e no custo das indústrias, o que limita uma
recuperação industrial que poderia ser melhor”, explica Marcelo Azevedo.
O indicador
de evolução do preço de matérias-primas registrou 73,2 pontos, resultado bem
acima da linha divisória de 50 pontos. Dados abaixo de 50 pontos indicam queda
de preços e acima aumento de preços. Por estar bem longe da linha de corte, o
índice revela aumentos significativos e bem acima da média histórica.
No caso da
energia, o economista explica que a questão energética impacta diretamente a
produção industrial e deve permanecer como ponto de atenção nos próximos meses.
“O percentual de assinalações mais que dobrou entre o primeiro e o terceiro
trimestres. E foi indicado por quase um quarto dos respondentes”, ressalta.
O índice de
evolução do nível de estoques ficou em 50,1 pontos, praticamente sobre a linha
divisória de 50 pontos, que separa a queda da alta dos estoques de produtos
finais. Já o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado registrou
49,1 pontos em setembro, o que mostra que o nível de estoques segue aquém do
planejado pelas empresas.
Percepção
sobre condições financeiras das empresas piorou no trimestre
Diante dos
problemas com insumo e energia, a percepção sobre condições financeiras das
empresas piorou no trimestre. O indicador de satisfação com a situação
financeira da empresa caiu de 52,1 pontos no segundo trimestre para 51,7 pontos
no terceiro trimestre. O indicador que mede a satisfação com o lucro
operacional caiu passou de 47,6 pontos para 47,3 pontos, com resultado abaixo
da linha divisória de 50 pontos, o que indica insatisfação dos empresários com
a margem de lucro.
A
facilidade de acesso ao crédito apresentou pequeno recuo no trimestre, passando
de 43,1 pontos para 42 pontos. Apesar da queda, o indicador está acima da média
histórica de 39,7 pontos. O índice revela que as empresas ainda encontram
dificuldade em obter crédito. O acesso ao crédito é uma questão relevante,
principalmente em um contexto de reestruturação das empresas, que vem ocorrendo
em decorrência da pandemia.
Otimismo dos empresários industriais diminui em outubro
Em outubro
de 2021, o otimismo dos empresários diminuiu. O índice de expectativa de
demanda dos empresários industriais reduziu de 59,7 pontos em setembro para
57,1 em outubro. É o segundo mês consecutivo de queda.
O índice de
expectativa de exportações sofreu recuo de 1,1 ponto, na comparação dos meses
de setembro e outubro, passando de 54,6 para 53,5 pontos. Esse é o menor valor
do índice desde março de 2021.
Com a
redução dos índices de expectativas de demanda e de exportações também houve
redução na expectativa dos empresários em aumentar suas compras de matérias-primas
e em aumentar o número de trabalhadores. O índice de expectativa de compras de
matérias-primas registrou 54,8 pontos em outubro, valor 2,4 pontos menor do que
em setembro, enquanto o índice de expectativa do número de empregados registrou
52,5 pontos, valor 1,7 ponto menor do que o mês anterior.
“Apesar da piora das
expectativas, todos os índices ficaram acima da linha divisória de 50 pontos,
indicando que há otimismo dentre os empresários industriais”, explica Marcelo
Azevedo.
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