IMPRENSA
29 de November de 2021 - 08h13

A- A A+

82 por cento das pequenas indústrias já inovaram pelo menos uma vez

Pesquisa da CNI com 500 executivos revela, no entanto, que maior parte dessas empresas não dispõem de estrutura para inovar. 68% não têm área de inovação e 76% não têm profissionais específicos e orçamento

 

As pequenas empresas sabem da importância estratégica da inovação para que se mantenham no mercado e sejam competitivas, mas ainda esbarram em dificuldades para inovar. É o que revela pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto FSB Pesquisa junto a executivos de 500 indústrias de pequeno porte (de 10 a 49 empregados). De acordo com os dados, 82% dessas empresas inovaram pelo menos uma vez nos últimos três anos.

 

No entanto, apesar de a grande maioria ter inovado, em geral as pequenas empresas ainda não têm estrutura para tornar a inovação uma atividade contínua. Segundo a pesquisa, 68% não possuem uma área de inovação e 76% não têm orçamento específico para inovação nem profissionais dedicados exclusivamente a esse fim. Mas para 57% dos executivos, a importância que a empresa dá para a inovação é alta ou muito alta.

 

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, alerta que a inovação será cada vez mais importante no pós-pandemia. “A destinação de recursos financeiros para ciência, tecnologia e inovação será fundamental para o país sair forte da crise, e para a indústria buscar alternativas diante das incertezas que ainda permeiam as relações entre países, para enfrentarmos problemas como a falta de insumos para a produção nos mais diferentes setores”, afirma.

 

Ganhos com inovação na pandemia

 

Os números mostram ainda que, durante a pandemia, 68% das pequenas indústrias inovaram e tiveram ganhos de lucratividade, produtividade e competitividade. De acordo com a pesquisa, 45% das empresas apontaram que a dificuldade para inovar no período de Covid-19 aumentou, enquanto 19% consideram que a dificuldade para inovar no período diminuiu. Para 36%, ficou igual.

 

Entre as principais dificuldades para inovar durante a pandemia destaca-se o acesso a recursos financeiros de fontes externas à empresa, o que foi declarado por 20%. Na sequência, aparecem a dificuldade para contratar profissionais (9%); para obter mão de obra qualificada (6%), de orçamento na empresa (6%); e de acesso à cadeia de fornecedores (5%).

 

Do universo de 500 pequenas indústrias entrevistadas, 78% sentiram impacto da pandemia sobre seus negócios, sendo que 27% disseram ter sido muito prejudicadas; 14% prejudicadas; 17% mais ou menos prejudicadas; e 20% um pouco prejudicadas. Para 55% dos executivos, a cadeia de fornecedores foi o primeiro ou segundo aspecto mais impactado pela pandemia, seguido pelas vendas (50%) e pela relação com os trabalhadores (19%).

 

Reflexos da inovação na pandemia

 

A pesquisa revela também que 45% das pequenas empresas tiveram mais dificuldades em inovar por conta da pandemia. No entanto, para 19% que considerava difícil inovar, o processo melhorou na pandemia. Os executivos consideram as parcerias importantes para inovação em suas empresas. Para eles, os principais parceiros para inovar são: fornecedores (16%), bancos (15%) e outras empresas (11%).

 

A inovação é considerada essencial por 68% das pequenas empresas que não fizeram inovação nesse período. Pensando num mundo pós pandemia, 80% afirmam que terão que investir em inovação para crescerem ou se manterem no mercado. As regiões Nordeste (93%) e Sul (81%) são as que mais acreditam na inovação para o futuro das empresas.

 

Avanços das tecnologias

 

Considerando os avanços da tecnologia nesse período da pandemia, 78% das empresas avançaram, em algum nível, na adoção de novas tecnologias digitais. Com isso, 49% das empresas ampliaram o volume de vendas durante a pandemia, 47% estão produzindo com mais eficiência e 46% ampliaram o volume de produção. Com isso, é possível perceber como a inovação e adoção de novas tecnologias impactaram positivamente no desempenho das pequenas empresas durante a pandemia.

 

Os executivos destacaram, ainda, que a relação com o cliente e o marketing são os itens prioritários para o pós-pandemia. Já para os próximos 3 anos, as prioridades serão a ampliação do volume de vendas, a produção com menos custos e mais eficiência, além do aumento do volume de produção.

 

Trabalho remoto durante a pandemia

 

O trabalho remoto mudou a realidade de muitas empresas durante a pandemia e nas pequenas indústrias o cenário não foi diferente. Nesse período, 43% das empresas adotam o trabalho remoto. As regiões Nordeste e Sudeste foram as que mais tiveram empregados em trabalho remoto, foram 52% e 45% das empresas, respectivamente.

 

Um total de 35% das pequenas empresas que adotaram o home office vão manter esse modelo em definitivo no pós-pandemia, enquanto outras 65% dizem que não pretendem aderir a esse modelo de trabalho.

 

Com as empresas adotando o modelo de trabalho remoto durante a pandemia, a adoção de novas ferramentas se fez necessária e elas dizem que vão manter. A pesquisa mostra que 45% das pequenas empresas tiveram que investir em ferramentas para condução de reuniões online, 43% investiram em serviços de armazenamento na nuvem e 42% em ferramentas de automação. 


Mais notícias

Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica

SENAI de Ji-Paraná realiza ações práticas para turma de Técnico em Edificações

Selic está em patamar excessivo e incompatível, afirma CNI

Banco Central não deve insistir em aumento da Selic, defende CNI