Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Matéria-prima: 71 por cento das indústrias registraram alta acima do esperado
Pesquisa da CNI mostra um agravamento da pressão sobre os preços dos insumos, coincidindo com o início da guerra na Ucrânia. Setor aponta para aceleração nos custos e atraso na entrega dos insumos
A alta dos
preços de insumos e de matérias-primas atingiu o setor industrial de modo
inesperado em março. A última Sondagem
Especial feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o
aumento dos custos de insumos e matérias-primas nacionais superou as
expectativas de 71% das empresas, na média indústria extrativa e de
transformação, e de 73% no caso específico da indústria da construção civil.
Foram ouvidas 1.842 empresas, sendo 744 pequeno porte, 660 médio porte e 438 de
grande porte.
Entre as
empresas que dependem de insumos importados no seu processo produtivo, 58% das
empresas na indústria extrativa e de transformação e por 68% na construção
relatam aumento de preços acima do esperado. O gerente-executivo de Economia da
CNI, Mário Sérgio Telles, explica que a pressão sobre os preços coincide com a
invasão da Ucrânia pela Rússia, que, além da grave consequência humanitária,
também agravou a desestruturação das cadeias de suprimento.
“O conflito
e as sanções impostas à Rússia acentuaram o problema das cadeias de
suprimentos, gerando gargalos no fornecimento de insumos e energia, além de
barreiras ao sistema de logística internacional. Esse fato provoca atrasos e
interrupções no fornecimento de insumos, além da excessiva elevação de preços,
como temos visto”, explica.
Em cinco
setores, o aumento generalizado dos preços nacionais surpreendeu mais de 80%
das empresas. São eles: Produtos de Borracha, Biocombustíveis, Metalurgia e
Veículos automotores Produtos de Limpeza. A alta de custos nos insumos
importados superou as expectativas de 100% das empresas de biocombustíveis, de
94% das indústrias de produtos de borracha, de 75% do setor de impressão e 73%
da indústria química.
43% das
indústrias pretendem trocar fornecedores estrangeiros por nacionais
As
dificuldades e os atrasos nas cadeias de suprimentos começam a gerar uma
reconfiguração na produção das indústrias brasileiras. De acordo com a pesquisa
da CNI, 40% da indústria geral (extrativa e de transformação) e 54% da
indústria da construção que dependem de insumos importados pretendem mudar a
estratégia de aquisição de insumos e matérias-primas e buscar fornecedores no
Brasil. Entre as empresas que já compram no Brasil, 43% da indústria geral
(extrativa e de transformação) e 50% da indústria da construção afirmam que
buscam outros fornecedores no país.
A parcela
de empresas nacionais que busca por fornecedores alternativos fora do país é de
18% na indústria extrativa e de transformação e de 3% na construção civil.
Caiu o
percentual de empresas que acreditam em normalização na oferta de insumos ainda
neste ano
A proporção
de empresas na indústria extrativa e de transformação que preveem normalização
da oferta de insumos e matérias-primas, ainda em 2022, foi de 39%. Em outubro
de 2021, 80% das indústrias acreditam na reestruturação das cadeiras produtivas
neste ano. O percentual de empresas da indústria geral e da indústria da
construção que esperam normalização apenas em 2023 é de 25% e 36% para produtos
nacionais e 31% e 45% para importados.
Também chama a atenção o
percentual de respostas “Não sei/prefiro não responder” sobre as expectativas
de normalização das cadeias de suprimento, o que sinaliza as dificuldades na
definição de previsões diante do contexto atual.
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