Nova elevação da Selic impõe fardo ainda mais pesado à economia, afirma CNI
7 propostas da indústria para aumentar o PIB e o emprego no próximo governo
Elas fazem
parte de um conjunto de cinco estudos da CNI, para melhorar o ambiente de
negócios, que foram entregues aos presidenciáveis. O trabalho busca ampliar a
competitividade e o crescimento do país
O problema
central da economia brasileira é que o Brasil cresce pouco e intercala três ou
quatro anos de expansão com recessão. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que, sem
crescimento econômico, é cada vez mais difícil reduzir o número de pessoas que
vive abaixo da linha de pobreza e garantir condições dignas de vida para a
população mais pobre. O fraco desempenho da economia brasileira não é um
fenômeno recente: entre 1980 e 2019, o PIB per capita brasileiro cresceu, em
média, apenas 0,93% ao ano.
O
presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que países pobres são pobres
não porque crescem mais devagar, mas por terem mais episódios de crescimento
negativo. “Reafirmamos a necessidade de a economia nacional voltar a crescer de
forma vigorosa e sustentada, e criar oportunidades de trabalho para os milhões
de desempregados, além de elevar a renda e a qualidade de vida da população.
Trata-se de uma tarefa de grandes proporções, que precisa ser enfrentada com
muita determinação, liderança política e capacidade de negociação”, diz.
Relatório
da consultoria McKinsey sobre 18 economias, que tiveram o desempenho econômico extraordinário
nas últimas décadas, mostra que 1 bilhão de pessoas saíram da extrema pobreza
entre 1990 e 2013. Foram 731 milhões na China, 168 milhões na Índia e 158
milhões nos demais países.
Os estudos
integram as Propostas da Indústria para as Eleições 2022, que a CNI
entregou aos pré-candidatos à Presidência da República.
1. Reforma
tributária:
aprovar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110
A PEC
contempla a substituição dos principais tributos incidentes sobre o consumo por
um Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA) modelo de tributação utilizado em
mais de 170 países. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais prevê um
aumento de 7,5% nos empregos nos anos seguintes à reforma.
2. Equilíbrio
dos gastos públicos e a controle da inflação
A confiança
de que a economia brasileira será mantida em bases sólidas, sem interferências
que colocam sua estabilidade em risco, é essencial para a decisão de
investimento e, por consequência, para o crescimento econômico.
3. Manter e
fortalecer teto de gastos
Lei de
Responsabilidade Fiscal, resultado primário, regra de ouro e o Teto de Gastos
precisam ser mantidos para controlar a trajetória de dívida pública e tornar os
gastos do governo mais eficientes. Retrocessos nas regras fiscais levariam à
desvalorização do Real, e consequentemente, ao aumento da inflação e da taxa de
juros. Os efeitos são nocivos para a economia e, sobretudo, para os
brasileiros.
4. Renovar até 2028 os incentivos fiscais
para regiões
menos desenvolvidas
A Medida
Provisória nº 2.199-14/2001 promoveu o aumento de investimentos nas áreas de
atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Superintendência Desenvolvimento Amazônia (Sudam) com incentivos fiscais de redução de 75% do IRPJ. O
prazo termina em 31/12/2023 e a CNI propõe que seja ampliado até 2028, para
desenvolver uma indústria dinâmica nas regiões mais pobres.
5. Reduzir a
tributação das empresas de 35% para patamar abaixo da média de 23% da OCDE
O Brasil
precisa aperfeiçoar e harmonizar suas regras de tributação da renda das
empresas com os padrões internacionais e com as práticas tributárias da OCDE e
do G7. A convergência, além de recomendável e necessária para a economia
brasileira, passou necessária diante do pedido de acessão à OCDE
6. Ampliar e
reduzir o custo do crédito bancário
As micro e
pequenas empresas respondem por apenas por 18% das carteiras de crédito de
instituições financeiras, enquanto as de médio porte representavam 24%. As
grandes, por sua vez, eram responsáveis por 58% do crédito tomado, segundo
dados do Banco Central. Assim é essencial reduzir os custos tributários e
administrativos sobre a intermediação financeira, estimular a concorrência
entre as instituições financeiras, reduzir assimetrias informacionais entre
emprestadores e tomadores, facilitar o acesso das empresas ao sistema de
garantias e aumentar a segurança jurídica dos contratos de financiamento.
7. Aumentar o
financiamento não bancário:
Atualizar e aprimorar a
regulação com a simplificação de normas e procedimentos, desenvolver um
arcabouço regulatório específico para abertura de capital de empresas menores,
fomentar o desenvolvimento de fintechs, e garantir a atuação do Estado no
mercado de capitais, seja no papel de coordenador da criação de ativos
financeiros, seja por meio do BNDES.
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