Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
CNI apresenta plano de retomada da indústria aos candidatos
Cenário
internacional e contexto econômico interno recomendam que a indústria ofereça
alternativas aos candidatos para que o Brasil retome a trilha do
desenvolvimento de forma sustentável e inclusiva
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregou aos
candidatos à Presidência da República um plano de retomada da indústria
brasileira em 11 eixos, focados na ampliação dos investimentos, da produção
manufatureira e das exportações, para viabilizar a maior inserção competitiva
do país nas cadeias globais de valor e reverter o processo precoce de
desindustrialização. A avaliação é que falta uma política industrial para o
Brasil.
“O
crescimento sustentável da economia depende de uma política industrial moderna,
de acordo com as melhores práticas internacionais, com investimento em
inovação, pesquisa e desenvolvimento, com ênfase em tecnologias socioambientais
sustentáveis, eficiência energética, geração de energias renováveis e
digitalização de processos governamentais”, explica o presidente da CNI, Robson
Braga de Andrade.
O plano
consiste em um conjunto harmônico de objetivos estratégicos de longo prazo, com
propostas para subsidiar as ações dos primeiros 100 dias do próximo governo
eleito, diante dos desafios do desenvolvimento industrial. A iniciativa leva em
consideração as políticas industriais e os desempenhos das principais economias
do mundo, que estão cada vez mais ativas ao estimular investimentos e assegurar
competitividade global de seus produtos e suas tecnologias.
Robson
Andrade afirma que é urgente e imprescindível a mobilização de esforços
públicos e privados pela renovação da indústria nacional e pela aceleração do
crescimento em bases sustentáveis e duradouras. “As propostas não se baseiam em
criação de incentivos nem na redução de tributos. Mas na adoção de medidas que
garantam às indústrias nacionais igualdade de condições frente à acirrada
competição do mercado internacional, com a eliminação do Custo Brasil e com
políticas de apoio à indústria similares às implementadas pelos nossos
competidores. A premissa básica é que não existe país forte e desenvolvido sem
uma indústria dinâmica, competitiva e integrada ao mercado global”, afirma.
Um
levantamento realizado pela CNI sobre os ambiciosos planos de desenvolvimento
industrial de países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, China, Alemanha
e demais países da União Europeia revela que, juntos, eles preveem
investimentos de US$ 5 trilhões, nos próximos anos, em políticas de apoio às
suas respectivas indústrias, com vistas a alcançar objetivos estratégicos, como
a digitalização e a descarbonização da economia.
Cada R$ 1
investido pela indústria movimenta R$ 2,43 na economia brasileira
A
desindustrialização é danosa para toda a economia brasileira, sobretudo devido
à capacidade que o setor tem de multiplicar riquezas. Cada R$ 1 produzido pelo
setor industrial movimenta outros R$ 2,43 na economia. Na agricultura são
adicionados R$ 1,75 e nos setores de comércio e serviços, R$ 1,49. O setor
industrial tem a capacidade de puxar o crescimento dos demais setores por
possuir cadeias produtivas longas e ser o grande indutor de inovações da
economia. A indústria é responsável por 71,8% das exportações e 68,6% dos
investimentos privados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
A alta
produtividade e a produção em larga escala da agropecuária nacional deve-se
também, em grande medida, aos insumos fornecidos pela indústria, tais como
ferramentas e máquinas com grande conteúdo tecnológico, a exemplo de
equipamentos georreferenciais, rações para animais; sementes, fertilizantes e
defensivos.
Transformar
vantagens comparativas em vantagens competitivas
No entanto,
entre 2006 e 2021, a participação da indústria brasileira caiu de 2,58% para
1,28% da produção mundial. Apesar da queda, a indústria financia o Estado em
parcela muito maior do que sua participação na economia. O setor arca com 38%
do recolhimento de impostos federais, contribuições previdenciárias e ICMS. A
indústria responde por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
O
presidente da CNI destaca que o país precisa transformar as vantagens
comparativas em vantagens competitivas, aproveitando sobretudo seu potencial
verde para desenhar políticas públicas que permitam às empresas nacionais
consolidar posições de domínio tecnológico em cadeias de valor estratégicas. E
a CNI está disponível para construir de forma conjunta as políticas e ações
para a retomada da indústria e, consequentemente, da economia brasileira.
Políticas
públicas são decisivas para a avanço da indústria
O setor
industrial chegou a ser responsável por 48% do PIB brasileiro na década de
1980. A expansão do setor foi resultado da adoção de políticas públicas que
incentivaram investimentos do governo e da iniciativa privada em setores
estratégicos como energia, transportes, comunicação, siderurgia, mineração e
petróleo. Essas políticas foram decisivas para o crescimento e a consolidação
do parque industrial brasileiro, que, atualmente, está entre os mais modernos e
diversificados do mundo.
Entretanto,
desde a década de 1990, o Brasil tem sofrido um preocupante processo de
desindustrialização, que se agravou severamente nos últimos dez anos. A indústria
de transformação, que em 1985 representava 36% do PIB, terminou o ano de 2021
com apenas 11% de participação na produção nacional.
11 EIXOS DE
POLÍTICAS E AÇÕES DE ESTADO
>>
Tributação
>>
Financiamento e garantias
>>
Comércio exterior
>> Inovação,
ciência e Tecnologia
>>
Compras governamentais
>>
Melhoria do ambiente de negócios e segurança jurídica
>>
Modernização de marcos regulatórios
>>
Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos
>>
Infraestrutura e logística
>>
Meio ambiente e eficiência energética
>>
Aperfeiçoamento da legislação trabalhista
PRINCIPAIS
AÇÕES DE CURTO PRAZO DO ROTEIRO DE RETOMADA DA INDÚSTRIA
>>
Promover a completa desoneração de investimentos das exportações;
>>
Ampliar as possibilidades de compensação automática de créditos tributários;
>>
Assegurar o ressarcimento imediato dos créditos tributários acumulados;
>>
Restituir, integralmente, os resíduos tributários (Reintegra);
>>
Permitir a depreciação acelerada de bens de capital aplicados a novos
investimentos;
>>
Eliminar as travas para o aproveitamento de prejuízos fiscais;
>>
Harmonizar as regras de tributação de lucros obtidos no exterior com os padrões
internacionais;
>>
Manter a equivalência de tratamento do investimento com capital próprio e
capital de terceiros (JCP ou ACE);
>>
Ampliar os prazos para pagamento de tributos;
>>
Assegurar os recursos públicos e o funding
necessários para ampliação do financiamento e das garantias aos investimentos e
às exportações;
>>
Renovar o papel do BNDES como agente promotor do desenvolvimento industrial e
de EXIMBANK;
>>
Ampliar o conjunto de ativos que podem ser utilizados como garantia de crédito;
>>
Facilitar a migração de tomadores de crédito entre diferentes provedores;
>> Ampliar
os recursos públicos para fundos garantidores;
>>
Diversificar e fortalecer o sistema de financiamento e garantia de crédito para
exportação;
>>
Promover a maior integração da economia brasileira com a economia mundial,
sobretudo por meio da celebração de acordos comerciais abrangentes;
>>
Reduzir o excesso de burocracia e a insegurança jurídica nas operações de
comércio exterior e celebrar acordos de facilitação de comércio com os
principais parceiros comerciais;
>>
Apoiar a inserção da indústria brasileira nas cadeias globais de valor;
>>
Ampliar o intercâmbio das agências e órgãos reguladores brasileiros com os seus
congêneres internacionais e celebrar acordos de reconhecimento mútuo com os
nossos principais parceiros comerciais;
>>
Aperfeiçoar e fortalecer o sistema de financiamento à inovação;
>>
Promover maior interação entre empresas, universidades e institutos de
pesquisa;
>>
Usar o poder de compra do Estado para promover a inovação;
>>
Estimular o uso de gestão da qualidade e lean
production (manufatura enxuta);
>>
Estimular a adoção de tecnologias digitais (Indústria 4.0);
>>
Acelerar a instalação da infraestrutura de 5G e regulamentar a criação de redes
privadas;
>> Aperfeiçoar o INPI
e seus procedimentos, em especial, para reduzir os prazos para a concessão de
patentes aos benchmarkings internacionais.
Mais notícias
SENAI de Ji-Paraná realiza ações práticas para turma de Técnico em Edificações
Selic está em patamar excessivo e incompatível, afirma CNI
Banco Central não deve insistir em aumento da Selic, defende CNI