Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Economia de baixo carbono e retomada do crescimento são desafios do novo governo, diz CNI
Expectativa da indústria é que o presidente eleito promova diálogo para a construção de estratégia coesa de investimentos em inovação e tecnologia e maior inserção do Brasil na economia mundial
O
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá o governo em 1º
janeiro de 2023 com o desafio de acelerar o crescimento do país, promover a
transição para uma economia de baixo carbono e melhorar a qualidade de vida dos
brasileiros. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de
Andrade, os próximos quatro anos exigem união e diálogo entre setores público e
privado e a sociedade para a necessária construção de uma política industrial
moderna, pautada nos investimentos em inovação e tecnologia e na agenda do
clima. Além disso, o presidente eleito precisa acelerar a agenda de reformas,
principalmente, a de tributos.
“Muitos dos
problemas econômicos e sociais são antigos. Seus diagnósticos e soluções já
foram exaustivamente discutidos. Precisamos, agora, concentrar esforços no
enfrentamento dessas questões. Por isso, seguindo o exemplo dos países mais
desenvolvidos, defendemos a adoção de uma visão de país de longo prazo, que
tenha como objetivos centrais a inovação, os ganhos de produtividade e a maior
inserção da economia brasileira no concorrido mercado internacional”, afirma o
presidente Robson Andrade.
O caminho
para um país forte, dinâmico e inovador está mapeado nos 21 documentos
entregues à campanha do presidente eleito, que foram construídos a partir de
sugestões de empresários e de representantes das federações estaduais e das
associações nacionais setoriais da indústria.
As ações
estão focadas na aprovação da reforma tributária sobre o consumo, bastante
discutida na sociedade e no Congresso Nacional, para a criação de um sistema
tributário eficiente e que estimule os investimentos produtivos e a criação de
empregos.
Desafios na
agenda de inovação e sustentabilidade
Além da
solução para os obstáculos que há muitos anos dificultam o crescimento mais
vigoroso da economia, o Brasil precisa se preparar para aproveitar as
oportunidades abertas pela Indústria 4.0 e pela descarbonização da economia,
duas revoluções que estão transformando as vidas dos brasileiros e vão
determinar o futuro das empresas e o progresso das nações.
Os
investimentos em pesquisa e inovação também são fundamentais para o país
reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ocupar uma posição de maior
destaque no esforço global para conter o aquecimento do planeta. A indústria,
que atualmente responde por quase 70% dos investimentos empresariais em
pesquisa e desenvolvimento, é essencial para o país se beneficiar das mudanças
trazidas pela digitalização das atividades e pela revolução verde.
“A agenda
do clima é ampla e oferece possibilidades de negócios admiráveis em diversas
áreas. Entretanto, exige novas tecnologias e a adoção de políticas apropriadas
para a produção de energias renováveis e para o uso sustentável da nossa rica
biodiversidade”, ponderou Robson Andrade.
Educação
básica e ensino profissional para o futuro do trabalho
A revolução
tecnológica que está em curso demanda um sistema educacional mais conectado com
a era do conhecimento, assim, há desafios da educação e da formação
profissional e técnica dos trabalhadores. Por isso, o novo governo deve dar
prioridade à melhoria da qualidade da educação básica e oferecer aos jovens
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, para que se prepararem
adequadamente para atender às exigências de um mercado de trabalho em constante
transformação.
A retomada
do crescimento e o aumento da produtividade exigem um sistema educacional que
ofereça oportunidades a todos e esteja sintonizado com os avanços da sociedade,
da ciência e da tecnologia. Sem isso, não serão ofertados aos estudantes as
competências e as habilidades exigidas pela economia contemporânea que está
delineando o trabalho do futuro.
Mais
investimentos e melhora na qualidade da infraestrutura
Outro
problema histórico do Brasil é a infraestrutura deficiente. Mesmo com os
avanços alcançados com as concessões e as privatizações, ainda há muito a ser
feito para adequar essa área às necessidades das empresas e da população. Entre
as ações indispensáveis para ampliar e modernizar a infraestrutura, está a
adoção de medidas regulatórias efetivas para promover a competição no mercado
de gás natural, de combustíveis e de energia elétrica, e ampliar os
investimentos em sistemas eficientes de transportes.
O Brasil
precisa aumentar os investimentos em transportes em, pelo menos, três vezes
para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e tornar sua
logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem como para as exportações
e importações. Atualmente, o país investe em infraestrutura de transportes
apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB). O patamar ideal para modernizar a
logística de transporte do país seria de 2% do PIB.
“Nossa expectativa é
diálogo entre todos os setores da sociedade com o governo eleito. Estou
convicto de que, com a interlocução aberta e democrática entre a iniciativa
privada e o setor público, poderemos fazer as mudanças de que o Brasil tanto
necessita para ter um futuro mais próspero, ambientalmente equilibrado e
socialmente justo", afirma Robson Andrade.
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