IMPRENSA
21 de June de 2023 - 17h49

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Juros estão acima do necessário para combater a inflação e impõem riscos à economia, avalia CNI

A Selic em nível elevado foi um dos principais fatores de desaceleração da atividade  econômica no fim de 2022 e tem comprometido significativamente a indústria em 2023

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que manutenção da taxa básica de juros, Selic, está acima do necessário para o combate à inflação e, no momento, apenas impõe riscos adicionais para atividade econômica. De acordo com a CNI, há mais de um ano que a Selic está em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e, assim, controlar a inflação. Esse quadro ficou ainda mais evidente nos últimos meses. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou fortemente e ficou em 3,9% no acumulado dos últimos 12 meses.


Desta forma, a CNI considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a Selic em 13,75% ao ano. “Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.


Robson Andrade lembra que as expectativas de inflação têm sido sucessivamente revisadas para baixo, conforme indica o Relatório Focus, do Banco Central. Para 2023, a inflação esperada caiu para 5,1%; enquanto para 2024, caiu para 4,0%. Além disso, a apreciação da taxa de câmbio nos últimos meses representa mais um elemento favorável ao cenário de controle da inflação.

 

Manutenção da Selic em 13,75% ao ano significa aperto ainda maior na política monetária


A manutenção da Selic em 13,75% ao ano, com as expectativas de inflação para os próximos 12 meses em queda, representa menos dinheiro em circulação e um pé no freio na atividade econômica, que no jargão econômico é chamado de “intensificação do caráter contracionista da política monetária”


A CNI calcula que, entre a reunião de 2 e 3 de maio e a reunião desta quarta-feira (21 de junho) a taxa de juros real – que desconsidera os efeitos da inflação esperada – subiu de 8,1% ao ano para 9,2% ao ano. Com isso, a taxa de juros real está 5,2 pontos percentuais acima da taxa de juros real neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica.


Além disso, é importante lembrar que a Selic em nível elevado foi um dos principais fatores de desaceleração da atividade econômica no final de 2022 e continua comprometendo significativamente a atividade em 2023.


A produção industrial caiu em três dos quatro primeiros meses deste ano. Na comparação de abril de 2023 com abril de 2022, nota-se queda de 2,7% na produção industrial. Situação também adversa ocorre com o volume de serviços, que, em abril, ficou 2,9% abaixo do nível de dezembro de 2022 – na série livre de efeitos sazonais.

 

Os prejuízos da Selic alta também são percebidos no mercado de crédito


Os prejuízos da Selic alta também são percebidos no mercado de crédito. A concessão de crédito às empresas caiu, em termos reais, 8,6%, na comparação dos primeiros quatro meses de 2023 com os últimos quatro meses de 2022.


Outro aspecto que vale ressaltar são os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil, os quais também têm influência negativa sofre o mercado de crédito. Esses acontecimentos, associados aos elevados níveis de inadimplência, têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta de crédito e tende a encarecê-lo ainda mais.


A redução da Selic exige boa coordenação entre política monetária e política fiscal. Nesse sentido, merece destaque a proposta de novo arcabouço fiscal, que está em vias de ser aprovada pelo Congresso Nacional, com o objetivo de garantir o controle das despesas públicas.


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