60 por cento das indústrias apontam carga tributária como fator de maior impacto na conta de luz, diz CNI
Custos da indústria caem pela 5ª vez seguida, mas estão 25 por cento acima do período pré-pandemia
Indicador
recuou 2,3% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023 empurrado por quedas
no custo de capital e no custo de produção, que inclui gasto com pessoal,
energia e bens intermediários
O Indicador de Custos Industriais (ICI), divulgado nesta
terça-feira (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou queda
pelo quinto trimestre consecutivo. Os custos da indústria recuaram 2,3% no
terceiro trimestre de 2023 na comparação com os três meses anteriores. No
entanto, o ICI ainda se encontra em patamar elevado: 25,3% acima dos níveis
pré-pandemia.
Na
avaliação da equipe econômica da CNI, essa queda na comparação trimestral pode
ser explicada pelo recuo de dois dos três componentes do ICI: o custo de
produção caiu 2,7% e o custo de capital, 2,1%. Já o custo tributário apresentou
alta de 0,7%, o que não foi suficiente para reverter o recuo dos demais
componentes do índice.
>> Confira
aqui a entrevista completa com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo
Azevedo.
“Mais uma queda nos custos da indústria é um bom sinal, mas não significa que o segmento já tenha se recuperado da alta nos valores verificada durante a pandemia de Covid-19. Os números mostram que os custos ainda estão 25% superiores ao período pré-pandemia”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Custo com
produção recua puxado pela queda no custo de bens intermediários
Embora o
custo de produção tenha caído 2,7% no terceiro trimestre do ano passado, o
índice continua em patamar elevado: 41,5% acima do período pré-pandemia. Todos
os três componentes do custo de produção caíram, sendo o de bens intermediários
o que recuou com maior intensidade e contribuiu para o resultado trimestral –
queda de 3,4%, apesar de ainda estar com custo 47% mais alto do que antes da
pandemia.
Os demais
componentes registraram recuos mais tímidos. No caso do custo de energia, a
queda na comparação do terceiro com o segundo trimestre de 2023 foi de 0,2% e
ocorreu em razão da diminuição no custo com gás natural, que contrabalanceou os
aumentos nos custos de energia elétrica e de óleo combustível. O custo com
pessoal também recuou, apenas 0,2%.
Custo com
capital cai pelo segundo trimestre consecutivo
Os dados
divulgados revelam também que, depois de sete trimestres de alta, o índice de
custo com capital registrou a segunda queda consecutiva – dessa vez de 2,1%. Na
avaliação da CNI, esse movimento está relacionado à redução da taxa básica de
juros, que sofreu dois cortes de 0,5 ponto percentual ao longo daquele
trimestre. Apesar do recuo, os gastos com capital tiveram elevação de 44,8% em
relação ao período pré-pandemia.
Custo
tributário da indústria é o único índice que registra alta
De acordo
com o ICI, o custo tributário apresentou alta de 0,7% na comparação do terceiro
com o segundo trimestre de 2023. Esse índice é mensurado pela soma dos tributos
federais e estaduais pagos pela indústria divididos pelo PIB industrial.
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