IMPRENSA
08 de April de 2024 - 14h00

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Exportações da indústria de transformação têm o segundo melhor resultado da série histórica em 2023

Dados da CNI mostram que, apesar do comportamento positivo, o valor das vendas externas de bens industriais foi menor do que o ano anterior e a participação da indústria na pauta exportadora caiu


As exportações da indústria de transformação registraram o segundo maior valor desde o início da série histórica do monitoramento, em 2001. No ano passado, foram vendidos para fora do Brasil US$ 177,1 bilhões, valor que só fica atrás do alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 181,4 bilhões em preços correntes. Os dados são da Nota Econômica nº 32, divulgada nesta segunda-feira (8) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar do resultado positivo, a análise aponta a queda da participação do setor produtivo no total das exportações brasileiras e a necessidade de o Brasil diversificar a pauta exportadora.


Em 2023, as exportações da indústria de transformação mantiveram patamar alto, mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que causaram forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.


O desempenho recorde não reverteu a tendência de queda na participação da indústria de transformação na pauta exportadora, que voltou a diminuir em 2023 - com redução de 54,3% para 52,2% em relação a 2022. A razão, segundo a CNI, é que a composição das exportações brasileiras segue em processo de comoditização, quando cresce regularmente a concentração de bens primários na pauta exportadora.


Para a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, embora o valor registrado de exportações da indústria seja importante, a presença do setor produtivo nas exportações ainda é um desafio que tem de ser enfrentado. “O aumento do valor das exportações industriais é, sem dúvidas, um sinal positivo. Contudo, para promover impactos positivos na cadeia produtiva e na economia brasileira, precisamos aumentar a participação da indústria na pauta exportadora, diversificar os fluxos comerciais e aumentar o valor agregado das exportações de bens”, afirma Negri.


Exportações de bens de capital foram recorde


As exportações de bens de capital alcançaram valor recorde e atenuaram a redução do valor exportado pela indústria de transformação em 2023. As vendas externas desses bens somaram US$ 18,2 bilhões em 2023, o maior valor da série histórica, com aumento de 18,3% em relação ao ano anterior. No período, houve aumento de 7% nos preços dos produtos e de 4,3% na quantidade exportada, e nove setores da indústria de transformação exportaram bens de capital em 2023. Contribuíram para o resultado positivo, principalmente, bens do setor de máquinas e equipamentos e de outros equipamentos de transporte, com influência de 45,8% e 33,1%


>>> Os bens de capital são aqueles usados como meio de produção de bens de consumo. Eles não são diretamente incorporados ao produto final, mas são usados durante o processo de produção. Esses bens podem ser máquinas utilizadas em processos manufatureiros, máquinas agrícolas, elétricas, de mineração e construção, além dos relacionados à tecnologia da informação e comunicação, como computadores e servidores.


América Latina lidera importação de bens da indústria de transformação de maior valor agregado


Considerando as exportações da indústria de transformação de bens de consumo duráveis e de capital, os Estados Unidos continuam como principal destino das vendas externas desses bens, com US$ 5,9 bilhões em 2023, enquanto o Mercosul passou a ocupar a segunda posição ao ultrapassar a União Europeia. No recorte por valor agregado, as vendas externas para o bloco sul-americano somaram US$ 4,5 bilhões no ano passado. No mesmo período, as exportações dos bens para a China foram de apenas US$ 386,7 milhões.


As exportações brasileiras para países da América Latina, incluindo o bloco Mercosul, são ainda mais importantes quando se consideram apenas os bens de consumo duráveis e de capital. O valor exportado para a região foi de US$ 12,2 bilhões, representando mais da metade da pauta exportadora (50,9%) em 2023. A América Latina, os EUA e a União Europeia, em conjunto, responderam por 82,3% das exportações da indústria de transformação brasileiras desses bens de consumo.


A diversificação das exportações de bens da indústria de transformação por destinos, especialmente de bens de consumo duráveis e bens de capital, também é importante para reduzir a vulnerabilidade do fluxo comercial a impactos externos.


Mapa Estratégico da Indústria aponta prioridades para aumentar competitividade no comércio internacional


Fortalecer a competitividade da indústria no comércio internacional passa pela implementação do Mapa Estratégico da Indústria, que destaca fatores-chave e temas prioritários para o desenvolvimento e crescimento do setor. No fator-chave de comércio e integração internacional, são listadas prioridades relacionadas à agenda de aumento da competitividade do comércio exterior brasileiro, à eliminação de barreiras comerciais, à celebração de acordos internacionais e às condições de comércio justo.


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