Vereadora eleita faz visita à Casa da Indústria
Presidente da FIERO aborda crise hídrica de Rondônia em reunião do COEMAS-CNI
Na última terça-feira, 24, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, também presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (COEMAS) da Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou a crítica situação da seca no rio Madeira durante a 138ª reunião do COEMAS, levando ao centro do diálogo a paralisação histórica do principal porto de Porto Velho, um reflexo direto da crise hídrica que afeta a região.
Thomé enfatizou que a crise
não é um evento isolado, mas resultado de anos consecutivos de chuvas abaixo da
média, o que torna a Amazônia cada vez mais vulnerável. "Estamos
enfrentando um cenário crítico, em que o período de chuvas não atingiu o mínimo
necessário", afirmou.
Gilberto Maciel, diretor
comercial da Companhia Norte de Navegação (CNN), relatou que a empresa, que
normalmente opera com balsas semanais partindo de Porto Velho, suspendeu as
embarcações há duas semanas. Para preservar os empregos, a empresa optou por
férias coletivas, enquanto teme os impactos financeiros da paralisação.
"Estamos sem condições seguras de navegação; algumas de nossas balsas
estão encalhadas. Para evitar a perda de pedidos, alguns clientes estão optando
por transportes rodoviários para Santos, o que encarece significativamente a
logística", comentou.
Contudo, apesar do nível do
Madeira ter chegado a uma marca crítica em algumas regiões como em São Carlos e
Humaitá, em outros locais ainda há navegabilidade e um número reduzido de
portos em operações, segundo Wescley Ferreira, chefe da Unidade Regional da
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) em Porto Velho. De acordo
com Ferreira, isso acontece porque, no calado do rio o nível da água está em
cerca de 1,70 metros e as embarcações conseguem operar com até 1,50 metros.
“Apenas seis dos quatorze
portos da cidade estão em operação, e a previsão é que, sem chuvas, até 15 de
outubro todas as atividades hidroviárias possam ser suspensas. Atualmente, as
embarcações estão operando com apenas 40% da capacidade”, explicou Ferreira.
A ANTAQ está monitorando a
situação e busca auxiliar os navegadores para minimizar interrupções. A
hidrovia do Rio Madeira é considerada uma das mais importantes da Região Norte
e é fundamental para o escoamento de grãos.
A FIERO tem acompanhado
atentamente a crise hídrica e as queimadas em Rondônia, mobilizando diversos
setores para colaborar em uma agenda de enfrentamento. O objetivo é construir
um plano de adaptação que aumente a resiliência do estado e mitigue os efeitos
das mudanças climáticas, que tendem a impactar ainda mais o setor produtivo.
A FIERO reforça seu
compromisso em colaborar com soluções levando essa pauta para o diálogo em
âmbito nacional junto a CNI, buscando soluções que garantam a conservação ambiental
e a continuidade da produção, por meio de um esforço conjunto entre o setor
público, privado e a sociedade.
Jornalista: Thais Rivero
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