SESI-RO inicia aulas da nova turma da EJA Profissionalizante
Puxado por indústria e serviços, PIB do 3º trimestre veio próximo ao projetado pela CNI
Economia
cresceu 0,9% entre julho e setembro. Dados foram divulgados nesta terça-feira,
3 pelo IBGE
O desempenho do Produto
Interno Bruto (PIB) no 3º trimestre veio ligeiramente acima das expectativas,
afirma a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo dados divulgados
nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
a economia cresceu 0,9% entre julho e setembro, resultado pouco superior à alta
de 0,8% projetada pela CNI.
Nesse cenário, a CNI pode
revisar para cima – ainda que de forma modesta – a projeção de crescimento do
PIB para 2024, atualmente em 3,4%. O resultado mostra que a atividade econômica
continua em patamar elevado, ainda que tenha desacelerado frente à alta de 1,4%
no 2º trimestre.
Entre os setores econômicos, o
de serviços foi o que mais se destacou no período. Segundo o IBGE, registrou
alta de 0,9%. Em seguida, veio a indústria, que cresceu 0,6%. A indústria de
transformação, que aumentou 1,3%, foi integralmente responsável pelo desempenho
positivo do setor, uma vez que as indústrias extrativa, de eletricidade, gás,
água e esgoto e de construção recuaram 0,3%, 1,4% e 1,7%, respectivamente.
Para a CNI, o crescimento do
PIB da indústria merece destaque, porque o setor provoca forte encadeamento na
cadeia produtiva, além de pagar salários maiores em relação aos outros setores,
e investir mais em inovação, pesquisa e desenvolvimento.
A agropecuária, por sua vez,
caiu 0,9%, o que travou o crescimento do PIB no 3º trimestre.
Principais destaques
Nesse trimestre, os destaques
foram o crescimento da indústria de transformação, que chega ao quinto
trimestre consecutivo sem resultados negativos; a contínua recuperação do
investimento, com ritmo superior ao do PIB, caracterizando uma alta da taxa de
investimento; a força do consumo, que seguiu em crescimento; e a contribuição
externa negativa.
O PIB da indústria de
transformação cresceu 1,3% no 3º trimestre de 2024, após alta de 2,0% no 2º
trimestre e de 1,1% no 1º trimestre. O segmento iniciou uma trajetória de
crescimento no terceiro trimestre de 2023 e, desde então, acumulou crescimento
de 5,0%.
Para a CNI, o crescimento é
explicado pelo bom desempenho da produção de bens de capital e bens de consumo.
Investimento segue em
recuperação e supera o crescimento do PIB
De acordo com o IBGE, o
investimento cresceu 2,1% em relação ao 3º trimestre de 2024, após altas de
2,2%, no 2º trimestre, e de 4,5%, no 1º trimestre. É o quarto trimestre
consecutivo de crescimento do investimento frente ao trimestre anterior,
acumulando alta de 10%. Em todo esse período, o ritmo de crescimento do
investimento supera o do PIB. Com isso, a taxa de investimento no 3º trimestre
de 2024 foi de 17,6%, o que representa um crescimento em relação àquela
observada no mesmo período de 2023 (16,4%).
A CNI afirma que o
investimento foi movido, especialmente, pela alta do consumo de máquinas e
equipamentos, que se manteve significativa no período, enquanto os
investimentos em construção civil perderam força.
Consumo continua crescendo
devido ao mercado de trabalho aquecido
O consumo cresceu 1,5% em
relação ao 2º trimestre de 2024, após altas de 1,4%, no 2º trimestre, e de
2,5%, no 1º trimestre. O desempenho é explicado pelo mercado de trabalho ainda
aquecido, que sustentou o consumo mesmo com a menor força do estímulo fiscal.
O mercado de trabalho seguiu,
em 2024, com avanços tanto do número de pessoas ocupadas quanto da massa de
rendimento do trabalho. No 1º semestre, o número de pessoas ocupadas e a massa
de rendimento cresceram 3,0% e 3,5%, respectivamente, na comparação com o mesmo
período de 2023. Mais de 1,3 milhão de postos de emprego formal foram criados
no período.
No 3º trimestre, o número de
pessoas ocupadas manteve o ritmo de crescimento, avançando 1,2% na comparação
com o segundo trimestre do ano, com criação de 682,1 mil postos de emprego
formal. Nesse cenário de crescimento continuado, a taxa de desemprego alcançou
a mínima histórica, 6,4%. O avanço da massa de rendimento, por outro lado, foi
discreto, de 0,8%.
De acordo com a CNI, um fator
que contribui para explicar o desempenho mais fraco do rendimento é a tendência
de alta da taxa de participação, que retrata o percentual de pessoas
trabalhando ou procurando trabalho na população em idade de trabalhar. Esse
indicador está abaixo da média histórica, mas está em trajetória de
recuperação, indicando que a proporção de pessoas ingressando no mercado de
trabalho tem subido.
Impacto dos gastos do governo sobre
o PIB diminuiu
A CNI destaca que boa parte da
surpresa com o ritmo mais elevado de crescimento da economia no 1º semestre de
2024 se deveu à expansão dos gastos do governo, com destaque para as despesas
relacionadas à recuperação do Rio Grande do Sul e o aumento dos benefícios e de
beneficiários da previdência.
No 3º trimestre, a força dos
impulsos fiscais foi menor. A partir do 3º trimestre, o governo federal
bloqueou e contingenciou despesas discricionárias para garantir o cumprimento
das regras fiscais. Além disso, a execução de emendas parlamentares parou por
decisão do Supremo Tribunal Federa (STF) no período.
Crescimento das importações e
impactos no resultado do PIB
Parte significativa do consumo
vem sendo abastecido por importados. O volume acumulado de janeiro a outubro
cresceu 26,7% para bens de capital, 20,2% para bens de consumo e 17,1% para
bens intermediários. Somente combustíveis e lubrificantes não apresentaram
crescimento, com queda de 0,95% no volume de importações na mesma base de
comparação.
A CNI destaca, ainda, o
crescimento de automóveis de passageiros: na comparação com o acumulado de
janeiro a outubro de 2023, a importação cresceu 63,0% e, analisando somente as
importações provenientes da China, a importação de automóveis de passageiros
cresceu 354,4% na mesma base de comparação.
Ao mesmo tempo, o volume
exportado tem se expandido de forma mais modesta. Na variação no acumulado no
ano até outubro, o e volume das exportações cresceu 4,3% em 2024 frente a 2023.
A indústria extrativa contribuiu para o crescimento das exportações, com uma
taxa de crescimento no acumulado no ano de 10,2%, seguido pela agropecuária,
com 4,4% e pela indústria de transformação, com 2,3%.
Assim, no 3º trimestre de
2024, enquanto as importações cresceram 1,0%, as exportações caíram 0,6%. No
acumulado dos últimos quatro trimestres, enquanto as importações aumentaram
10,3%, as importações aumentaram apenas 4,8%.
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