SESI de Cacoal promove Sarau com o tema A beleza nas pequenas coisas
Indústria paga quase 10 por cento a mais do que outros setores, revela estudo inédito da CNI
Levantamento
prova que remuneração dos trabalhadores empregados na indústria é superior à de
trabalhadores com as mesmas características em serviços e na agropecuária
O rendimento dos trabalhadores
da indústria foi, em média, 9,6% superior ao dos funcionários da agropecuária e
dos serviços, no 4º trimestre de 2024. No setor de indústria extrativa, a
diferença chega a 30%. É o que mostra uma nota econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira, 12. O levantamento
tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
Trimestral (PNADCT), do IBGE.
A CNI comparou a remuneração
de profissionais com mesma escolaridade, experiência, tempo de casa, sexo,
região, raça/cor e formalidade. Superintendente de Economia da CNI, Mário
Sérgio Telles diz que três fatores explicam por que a indústria paga salários
maiores do que os outros setores.
Fatores como produtividade maior,
oferta de salários melhores para reter talentos e predominância de empresas de
médio e grande portes, que valorizam profissionais com maior escolaridade,
ajudam a compreender a diferença de remuneração.
“A produtividade do trabalho
na indústria é maior do que na média da economia. A indústria é um setor mais
complexo e moderno, por isso a rotatividade de mão-de-obra é mais prejudicial
que em outros setores. Então, paga-se mais para reter os trabalhadores para
evitar o custo de perder essas pessoas. O fato de a indústria ter muitas
empresas grandes, que valorizam profissionais muito qualificados e com maior
escolaridade, principalmente em setores tecnológicos, também contribui para
salários mais altos”, avalia Telles.
Segundo a pesquisa, o
diferencial de rendimento da indústria em relação aos demais setores não é
sazonal. Pelo contrário, é algo que se mantém ao longo dos anos. Entre 2021 e
2024, oscilou entre um mínimo de 8,6%, no 3° trimestre de 2022, e um máximo de 10,5%,
no 3° trimestre de 2021.
No recorte por setores
industriais, a nota econômica mostra que um indivíduo empregado na indústria
extrativa ganhava, no 4º trimestre de 2024, 30% a mais, em média, do que o
restante do setor privado. Entre 2021 e 2024, esse diferencial oscilou entre um
mínimo de 23,5% no 2º trimestre de 2022 e um máximo de 35,1% no 4º trimestre de
2023.
Na indústria de transformação,
o diferencial de rendimento em relação aos outros setores da economia era de
7,8% no 4º trimestre de 2024. Entre 2021 e 2024, esse diferencial oscilou entre
um mínimo de 6,6% no 4º trimestre de 2022 e um máximo de 9,7% no 3º trimestre
de 2021.
Na indústria da construção, o
diferencial de rendimento em relação aos outros setores da economia era de
11,5% no 4º trimestre de 2024. Entre 2021 e 2024, esse diferencial oscilou
entre um mínimo de 7,9% no 1º trimestre de 2021 e um máximo de 13,1% no 4º
trimestre de 2021.
No segmento de eletricidade,
gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, a distância foi de 8,8%
no 4º trimestre de 2024. Entre 2021 e 2024, esse diferencial oscilou entre um
mínimo de 8,8% no 4º trimestre de 2024 e um máximo de 16,5% no 1º trimestre de
2021.
Sem isolar características
favoráveis, indústria paga 15,8% a mais do que os outros setores
O principal objetivo da
pesquisa era descobrir se a indústria paga melhores salários, de fato, ou se
ela apenas concentra trabalhadores que, devido às suas características, como
experiência, escolaridade, formalização e região de moradia, seriam sempre mais
bem remunerados, independentemente do setor no qual estivessem alocados.
Sem isolar tais
características, os trabalhadores da indústria receberam 15,8% a mais, em
média, do que os demais funcionários do setor privado. Trata-se de um salário
médio de R$ 3.022,87, enquanto os trabalhadores dos serviços têm rendimento
médio de R$ 2.682,82, e os da agropecuária, de R$ 1.792,74.
Entre os segmentos
industriais, o rendimento médio dos empregados na indústria extrativa alcançou
R$ 4.631,70, no 4º trimestre do ano passado. No segmento de eletricidade, gás,
água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, o salário médio é de R$
3.814,28 enquanto na indústria de transformação chega a R$ 3.098,37, e na
indústria da construção, a R$ 2.483,93.
Indústria tem baixa
informalidade
Segundo o levantamento, uma
das características que ajuda a explicar o diferencial de rendimento dos
trabalhadores da indústria é a menor proporção de informalidade do setor. Na
indústria, o percentual de trabalhadores informais é de 23,7%, contra 31,9% nos
serviços e 56,8% na agropecuária.
No recorte por segmentos
industriais, a maior proporção de trabalhadores informais está na construção:
48,8% não têm carteira assinada. O número de informais é significativamente
menor na indústria de transformação (15,2%), no segmento de eletricidade, gás,
água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (12%) e na indústria extrativa
(também 12%).
Escolaridade e distribuição
geográfica também contribuem para salários maiores
Outro aspecto por trás dos
salários médios mais altos na indústria é a proporção de funcionários com alto
nível de escolaridade. O percentual de indivíduos com ensino superior completo
é de 2,7% entre os empregados da agropecuária, sobe para 15,4% entre os
trabalhadores da indústria, e para 21,3% no setor de serviços.
A indústria extrativa
concentra a maior proporção de trabalhadores qualificados, com 26,5% tendo
concluído o ensino superior, número que cai para 24,1% no segmento de
eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos; para 16,7%
na indústria de transformação; e para 9% na indústria da construção.
Segundo a CNI, a distribuição
geográfica também contribui para que o rendimento médio dos trabalhadores da
indústria seja maior que o dos funcionários dos demais setores. Isso se deve à
concentração dos postos de trabalho industriais em áreas urbanas, a maioria
deles localizados na região Sudeste que, tipicamente, conta com salários mais
elevados, em média, em relação às outras regiões.
Ao todo, 47,1% dos
trabalhadores da indústria estão no Sudeste. No setor de serviços, a proporção
chega a 48,6%. Já na agropecuária cai para 31,6%. Além disso, 93,7% dos
trabalhadores da indústria residem em áreas urbanas, contra 95,9% do setor de
serviços e 49,1% da agropecuária.
A pesquisa também revela o
rendimento médio dos trabalhadores dos três setores por Unidade da Federação
(UF).
• Os maiores rendimentos médios da indústria se encontravam
em São Paulo (R$ 3.862,31), no Rio de Janeiro (R$ 3.613,63), no Distrito Federal
(R$ 3.386,31) e no Paraná (R$ 3.305,76);
• Os maiores salários médios da agropecuária estavam no Mato
Grosso (R$ 3.002,69), Mato Grosso do Sul (R$ 2.630,69), São Paulo (R$ 2.475,45)
e Distrito Federal (R$ 2.438,82);
• No setor de serviços, os maiores rendimentos médios estavam em São Paulo (R$ 3.461,91), no Distrito Federal (R$ 3.239,61) e em Santa Catarina (R$ 2,999,03).
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