Durante evento, SENAI-RO promove lançamento 1º Prêmio FIERO-SEBRAE de Inovação Industrial
Menos juros, mais crescimento, defende CNI
IOF
e manutenção de Selic em 15% pressionam indústria, que pede redução da taxa
Selic o quanto antes
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera insuficiente e equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. A política monetária contracionista impõe custos desnecessários à atividade econômica e a um cenário cada vez mais adverso para a indústria, motivos que deveriam levar o Copom a ter iniciado o processo de redução da Selic na reunião desta quarta-feira, 30.
"Já tivemos o aumento do
IOF sobre as operações de crédito e câmbio e a elevação das tarifas dos EUA
sobre as nossas exportações. A alta do IOF sobre o crédito vai aumentar em R$
4,9 bilhões o custo para as indústrias, enquanto as tarifas dos EUA podem
causar queda na produção industrial e a perda de milhares de empregos no país.
O momento pede uma política monetária mais favorável. Precisamos de menos juros
e mais crescimento”, aponta o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Segundo Alban, a perspectiva
demanda mudança de postura do Copom, para que, a partir da próxima reunião,
inicie o necessário ciclo de cortes nos juros. “Se isso não acontecer, o quadro
econômico tende a piorar, podendo consolidar uma desaceleração ainda mais
intensa do que temos observado”, completa o presidente da CNI.
Política monetária é cada vez
mais contracionista
A taxa de juros real encerrou
2024 em 7% a.a., mas já se encontra em 10,1% a.a., 5,1 pontos percentuais acima
da taxa de juros neutra, que não estimula nem desestimula a atividade
econômica, de acordo com o Banco Central. O patamar atual dos juros reflete uma
política monetária fortemente contracionista e mantém o Brasil na segunda
posição das maiores taxas de juros real do mundo, atrás apenas de Turquia.
Considerando a Regra de
Taylor, a taxa básica de juros de equilíbrio deveria estar em 10,59% a.a.,
considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Ou seja, a Selic atual
está 4,41 p.p. acima do nível necessário para conter a inflação e evitar
prejuízo ao crescimento econômico.
Crédito caro leva a menos
investimento e consumo
Por causa dos juros elevados,
o crédito está cada vez mais caro. Segundo o Banco Central, a taxa de juros
média cobrada das empresas nas concessões de crédito, considerando as linhas
com recursos livres, subiu de 20,6% a.a. em setembro de 2024 para 24,3% a.a. em
junho de 2025. No mesmo período, a taxa média cobrada dos consumidores passou
de 52,3% a.a. para 58,3% a.a.
Os juros mais altos
inviabilizam diversos projetos de investimento das empresas, que são essenciais
para ampliar e modernizar a estrutura produtiva do país. Também tornam cada vez
mais difícil o atendimento das necessidades financeiras diárias, que demandam
capital de giro. Para os consumidores, os juros elevados dificultam a compra de
diversos produtos, sobretudo os de maior valor, mais dependentes de
financiamento.
Desaceleração da atividade econômica ajuda no controle da inflação
Com o crédito cada vez mais
caro e menos acessível, a atividade econômica dá sinais de desaceleração. Os
números parciais dos setores no segundo trimestre não são animadores. Em abril
e maio, a produção industrial acumulou queda de 1,2% frente ao fim do primeiro
trimestre, de acordo com o IBGE. As vendas do varejo foram ainda piores. O
setor acumulou retração de 1,6% na mesma comparação. Além disso, o IBC-Br,
indicador que serve como prévia do PIB, caiu 0,74% em maio ante abril,
refletindo a desaceleração da economia.
É preciso reconhecer os sinais positivos da inflação
Em meio à Selic elevada e
perda de ritmo da economia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), do IBGE, têm desacelerado a cada mês: 1,31% em fevereiro, 0,56% em
março, 0,43% em abril, 0,26% em maio e 0,24% em junho.
Os preços dos alimentos
subiram apenas 0,02% em maio e caíram 0,43% em junho. O grupo passou de alta de
7,87%, no acumulado em 12 meses até abril, para alta de 6,23%, no acumulado até
junho. Além disso, as perspectivas seguem favoráveis, uma vez que a previsão de
safra em 2025, que já era muito positiva, melhorou.
Outro grupo que tem ajudado a
melhorar o quadro inflacionário é o de preços de bens industriais, que
apresentou alta de apenas 0,05% em maio e junho. Com isso, passou de
crescimento de 4,09%, no acumulado em 12 meses até abril, para crescimento de
3,72%, no acumulado até maio. Essa desaceleração se deve, em grande medida, à
apreciação do real, que se valorizou 11,9% frente ao dólar, no primeiro
semestre de 2025.
Vale destacar que as
expectativas para a inflação no final de 2025 têm sido revistas para baixo há 9
semanas consecutivas, caindo para 5,1%, de acordo com o mais recente Relatório
Focus, do Banco Central.
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