Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Brasil fica em 57º lugar entre 132 países no Índice Global de Inovação
Embora tenha ganhado cinco posições em relação a 2020, país continua mal classificado no principal ranking mundial de inovação e está 10 colocações abaixo da registrada em 2011
O Brasil
ganhou cinco posições no Índice
Global de Inovação (IGI) na comparação com o ranking de 2020 e
agora está no 57º lugar entre 132 países. A colocação brasileira, no entanto, é
considerada ruim, pois o país está 10 colocações abaixo da obtida em 2011,
quando chegou a sua melhor marca, a 47ª posição. No topo da lista aparece a
Suíça, seguida pela Suécia e pelos Estados Unidos.
O ranking
foi divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI - WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da
Indústria Indiana (CII), a Ecopetro e a Assembleia de Exportadores Turcos
(TIM), contando com o apoio do Conselho Consultivo do IGI e de sua Rede
Acadêmica. A CNI, por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), é
parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017. A classificação começou a
ser publicada anualmente em 2007.
Na
avaliação da CNI, a colocação brasileira é incompatível com o fato de o país
ser a 12ª maior economia do planeta, em 2020, e com a realidade de termos um
setor empresarial sofisticado. Recente trabalho do Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial (IEDI) mostra o Brasil em 13º lugar entre 45 países no
ranking internacional para o desempenho da produção da indústria.
O
presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, alerta que os investimentos em
ciência, tecnologia e inovação (CT&I) são fundamentais para que o país
avance e sua indústria seja competitiva no cenário internacional. Ele pontua
que a pandemia reforçou a relevância da CT&I, imprescindível, por exemplo,
para o desenvolvimento de vacinas e para pesquisas sobre medicamentos que
possam controlar a doença.
“O
crescimento sustentável e a superação da crise agravada pela pandemia de
Covid-19 passam pela via da inovação. Uma estratégia nacional ambiciosa, que
priorize o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação para o
fortalecimento da indústria, tornará a economia mais dinâmica, promovendo maior
equidade e bem-estar social”, afirma Robson Andrade.
Posição
brasileira no IGI
O Índice
Global de Inovação é formado pela média de cinco pilares (Instituições, Capital
humano e pesquisa, Infraestrutura, Sofisticação de mercado e Sofisticação
empresarial) do subíndice Insumos de inovação e dos dois pilares (Produtos de
conhecimento e tecnologia, e Produtos criativos) do subíndice Produtos de
inovação, distribuídos em 81 indicadores. Três dos fatores que levaram o Brasil
a uma melhor colocação em relação ao ano passado foram a retração do PIB – que
dá uma falsa percepção de avanço em razão do uso dessa medida relativa em
alguns indicadores –, a inserção de novos indicadores no ranking e a boa
atuação empresarial, refletida no desempenho em indicadores como Produtos de
alta tecnologia e Valores recebidos por uso de propriedade intelectual. O uso
de dados de outros anos e o plano de combate ao backlog de pedidos de patentes
também podem ter contribuído para o ganho de colocações.
De acordo
com os dados, o Brasil continua a ter melhor desempenho em insumos de inovação
do que em resultados de inovação, ocupando o 56º lugar (59º em 2020) e 59º (64º
em 2020), respectivamente. A CNI observa, no entanto, que o país carece e muito
de políticas de incentivo à inovação e tem sofrido cada vez mais com cortes do
financiamento público à agenda de CT&I.
As
principais fraquezas do país, apontadas no ranking, são Formação bruta de
capital, Facilidade para abrir uma empresa, Facilidade para obtenção de crédito
e Taxa tarifária aplicada.
O IGI é um
dos principais instrumentos de referência para dirigentes empresariais,
formuladores de políticas públicas e aos que buscam conhecimentos sobre a
inovação no mundo. As diferentes métricas do ranking podem ser usadas para
monitorar o desempenho de um país, comparando-o com economias da mesma região
ou mesmo grupo de renda.
Brasil é o
quarto colocado entre os países da América Latina e Caribe
Os dados
divulgados nesta segunda-feira mostram que o Brasil ocupa a 11ª posição entre
as 34 economias do grupo de renda média alta e é o 4º colocado entre as 18
economias avaliadas da América Latina e do Caribe, ficando atrás do Chile
(53º), do México (55º) e da Costa Rica (56º). Entre os países dos BRICS, o
Brasil aparece em penúltimo, à frente apenas da África do Sul, que está em 61º
lugar. A China é a 12º colocada, a Rússia está no 45º lugar e a Índia, no 46º.
O
desempenho brasileiro está acima da média do grupo de renda média alta em
apenas quatro pilares: Capital humano e pesquisa; Infraestrutura; Sofisticação
de negócios; e Produtos de conhecimento e tecnologia. Em relação às economias
da região, seu desempenho é acima da média em todos os pilares do IGI.
Evolução
dos indicadores
Os maiores
avanços do Brasil em relação aos dados de 2020 se deram nos indicadores de Crescimento da produtividade no trabalho
(58 posições) e de Gastos
totais com software (46 posições). Como o primeiro é calculado
considerando a média dos três últimos anos em relação ao PIB, sendo 2020 o
último ano, a explicação plausível é que, apesar da redução de empregados, o
PIB foi reduzido drasticamente, dando a falsa impressão de maior produtividade.
O segundo, que tem o ano passado como referência, se explica pelos
investimentos em software aumentados durante a pandemia e sua relação com o
percentual do PIB, que caiu.
Chamam
também a atenção os avanços em Marcas registradas por origem, Pedidos de
patente por origem e Pedidos de modelo de utilidade por origem. Por serem dados
de 2019, podem estar relacionados ao Plano de combate ao backlog, lançado pelo
INPI nesse mesmo ano, que vem reduzindo o estoque de pedidos de patentes desde
o ano citado.
É
importante pontuar, ainda, que a maior parte dos dados analisados é referente a
2019. Além disso, a análise do Brasil considera quatro indicadores com dados
mais antigos que o do ano de modelo do IGI e utilizado pela maioria dos países,
não atualizados pelo governo brasileiro para as fontes que alimentam o IGI.
Dois deles têm cinco anos de defasagem. Pesquisadores,
no qual o Brasil se classifica em 53º lugar, e Talentos na área de pesquisa em empresas,
ocupando o 46º lugar, com avanço de 5 posições em relação a 2020 e Talentos na
área de pesquisa em empresas, ocupando o 46º lugar, com avanço de 5 posições na
comparação com o ano passado.
Também é
importante considerar que há três indicadores sem dados para o Brasil, dois
deles não mensurados pelo governo brasileiro; o outro se refere a um relatório
do Banco Mundial que não foi atualizado para o país – Empresas que oferecem treinamento formal.
Os dados não mensurados pelo governo brasileiro são: Gastos brutos com P&D
por empresas e Gastos brutos com P&D Financiados a partir do exterior. Esses três indicadores
integram o pilar Sofisticação empresarial, onde temos a melhor classificação do
país entre os sete pilares. Como já mencionado, a ausência de dados tende a
favorecer o posicionamento no ranking.
A inovação
na indústria brasileira
A fim de
contribuir para o avanço da agenda de CT&I no país, a CNI tem realizado nos
últimos anos diversas parcerias com órgãos públicos e centros de pesquisa. A
principal iniciativa nesse sentido é coordenar a Mobilização Empresarial pela
Inovação (MEI), que tem como objetivo principal incentivar as empresas a
colocarem a inovação no centro de suas estratégicas de negócios.
A MEI tem
desempenhado papel fundamental na integração dos setores públicos e privado e
das universidades em torno de uma agenda consistente de inovação, que contemple
o aprimoramento do marco regulatório da inovação, a modernização do sistema de
financiamento e a reestruturação dos currículos de engenharia, entre outras
prioridades. A CNI mantém também uma importante rede de institutos de inovação
e tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que ajudam
indústrias de todo o Brasil a inovarem, e centros de inovação do Serviço Social
da Indústria (SESI).
Outra
importante iniciativa em prol da inovação foi a parceria firmada no ano passado
pela CNI com o SOSA – plataforma israelense que tem atuação global em inovação
aberta. O acordo oferece a empresas brasileiras de médio e grande porte a
facilitação de acesso a tecnologias disponíveis em mais de uma dezena de hubs
de inovação. Além disso, também promove startups brasileiras com maior nível de
maturidade em mercados internacionais, por meio de programas de residência nos
ecossistemas de Nova Iorque e TelaAviv.
CNI realiza
live para debater a posição do Brasil no ranking
Para
apresentar e debater o desempenho do Brasil, a CNI e a MEI realizarão uma live
nesta terça-feira (21), às 11h, com transmissão pelas redes sociais da CNI. O
objetivo é apresentar os dados do relatório 2021 e debater o que deve ser
objeto de atenção de formuladores de políticas públicas para um avanço
consistente, pautado pela inovação.
Participarão
do evento online o diretor-geral da WIPO, Daren Tang; o Chefe da Divisão de
Economia e Estatística da OMPI e coeditor do GII, Sacha Wunsch-Vincent; o
presidente do Portulans Institute e co-editor do IGI, Soumitra Dutta; e o
presidente do Conselho de Administração da TOTVS e líder do GT MEI Indicadores
de inovação da MEI, Laércio Cosentino. O debate vai ser moderado pelo
presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra e membro do Conselho do
IGI, Pedro Wongtschowski. A live poderá ser acompanhada no Youtube da CNI.
Top #10 do
IGI:
1 – Suíça
2 – Suécia
3 – Estados
Unidos
4 – Reino
Unido
5 – Coreia
do Sul
6 – Holanda
7 –
Finlândia
8 –
Cingapura
9 –
Dinamarca
10 –
Alemanha
57 – Brasil
Posição dos
países dos BRICS:
12 – China
45 – Rússia
46 – Índia
57 – Brasil
61 – África do Sul
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