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A Amazônia é a maior vantagem competitiva do Brasil, diz Thomé
Diretor
do Instituto Amazônia+21, que foi apresentado a investidores árabes na missão
ao EAU, Marcelo Thomé explica o objetivo da nova iniciativa e fala da
importância de o Brasil centrar seus esforços no crescimento verde
Sustentabilidade não é uma opção, mas uma exigência para qualquer atividade econômica. Com as emergências climática demandando mais ação de governantes, lideranças empresariais e sociedade, o desenvolvimento sustentável é uma premissa básica, inclusive para o mundo dos negócios.
Com o objetivo de apoiar empresas e novos empreendimentos
na região amazônica e conectá-los com fundos de investimentos e grandes
empresas interessadas em financiar ou participar de negócios sustentáveis, foi
criado o Instituto Amazônia+21 (IAMZ+21), por meio de uma parceria entre a
Federação de Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e a Confederação Nacional
da Indústria.
Hoje, o diretor do instituto e presidente da FIERO, Marcelo
Thomé, apresentou a nova iniciativa a investidores estrangeiros no fórum Invest
in Brazil, organizado pela Apex-Brasil em Dubai. Confira a entrevista de Thomé,
onde ele explica um pouco dos objetivos da entidade e também fala das
oportunidades de o Brasil alavancar seu crescimento a partir dos ativos da sua
biodiversidade.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: O que é o Instituto
Amazônia+21?
MARCELO THOMÉ: O Instituto Amazônia+21 é uma iniciativa
empresarial nascida na Amazônia, para promover negócios sustentáveis na Amazônia.
Ele surge apoiado pelas oito federações de indústria dos estados da Amazônia
Legal. Isso é um diferencial incrível, pois significa empresários que conhecem
a realidade amazônica propondo as bases e linhas de negócios sustentáveis para
participação de grandes empresas do Brasil e do mundo, bem como de fundos de investimentos
e instituições financeiras interessadas na conservação do nosso bioma a partir
da sustentabilidade da atividade econômica na Amazônia.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: A iniciativa do Instituto
Amazônia+21 foi mapeada no Fórum Mundial Amazônia+21, em 2020. O que esse
evento mostrou?
MARCELO THOMÉ: O Fórum Mundial seria em Porto Velho, em
2020, mas a pandemia exigiu um evento 100% virtual. Tivemos 110 painelistas e
120 instituições de vários países, mais 25 mil pessoas participando em tempo
real. Foi um sucesso. Os debates apontaram diversos caminhos para o
desenvolvimento sustentável da Amazônia, mas todos passam pela proteção do
bioma e pela melhoria da qualidade de vida de mais de 23 milhões de pessoas que
vivem na Amazônia Legal. Ficou claro que a oportunidade de trazer dinheiro para
movimentar a economia na nossa região está nos negócios sustentáveis.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: A Amazônia é um grande
mercado consumidor, ávido por negócios sustentáveis. Como o Instituto vai atuar
diante dessa necessidade?
MARCELO THOMÉ: A Amazônia é a maior vantagem competitiva do
Brasil em um mundo decidido pela economia verde. A Amazônia guarda as melhores
possibilidades de crescimento do país, é o maior ativo nacional para o
desenvolvimento sustentável. E o Instituto Amazônia+21 surge com um diferencial
significativo. É o empresariado amazônico pensando sua própria realidade. É um movimento
de dentro para fora. Vamos gerar e impulsionar projetos de impacto positivo, a
partir do que é próprio daqui da região. Seremos o elo entre quem produz e
conhece o local e aqueles que têm interesse e compromisso de investir de
maneira sustentável, tornando-se aliados na conservação da Amazônia. O
protecionismo pelo isolamento ou o desenvolvimento a qualquer custo são
premissas superadas. Vamos virar essa chave.
"A
Amazônia é a maior vantagem competitiva do Brasil em um mundo decidido pela
economia verde. A Amazônia guarda as melhores possibilidades de crescimento do
país, é o maior ativo nacional para o desenvolvimento sustentável."
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Na prática, como o
instituto vai estimular processos de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Amazônia?
MARCELO THOMÉ: Promovendo negócios sustentáveis. São os
negócios que movimentam a economia e para isso demandam investimentos em
pesquisas, inovação e tecnologia. Por exemplo, uma agroindústria precisa se
reinventar para tornar-se sustentável, nesse processo, ela procura
financiamento para buscar soluções nos seus processos de produção e na sua
cadeia produtiva. E essas soluções exigem pesquisas previstas no projeto para
obtenção do financiamento. É assim que o mercado funciona, que as pesquisas se
tornam possíveis e trazem inovações.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Tecnologia e inovação, bioeconomia,
indústria verde e mercado de carbono são possibilidades estratégicas para o desenvolvimento
socioeconômico da Amazônia. Como fazer isso acontecer?
MARCELO THOMÉ: A economia verde tem a cara da Amazônia. O
bioma amazônico é a base mais valiosa para geração de riquezas a partir de
negócios sustentáveis. O mercado de carbono é demanda de compensação dos países
industrializados e aí nossas florestas têm os maiores ativos. Há um grande
estoque de terras degradadas para a produção agrícola crescer sem avançar um
palmo sobre a floresta. A Amazônia oferece possibilidades em todos os setores,
agropecuária, turismo, indústria, serviços. Agora é preciso adotar princípios
ESG, com cuidado ambiental, responsabilidade social e boa governança das
empresas. A economia verde exige isso, consumidores de todo o mundo exigem
isso.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA INDÚSTRIA: Como o Instituto
Amazônia+21 vai funcionar?
MARCELO THOMÉ: Estamos agora na fase inicial de
implantação, lançando o instituto, envolvendo lideranças empresariais. Em
breve, entraremos em fase operacional, e as federações de indústrias serão a
nossa interface em cada estado da Amazônia, a base para o atendimento das
empresas em cada estado da região. Teremos um escritório executivo em São Paulo
para atuar mais perto das grandes empresas, instituições financeiras e
investidores.
Com informações da CNI
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