IMPRENSA
07 de February de 2022 - 07h27

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Investimento da indústria em pesquisa e desenvolvimento cresceu 33,4 por cento, após 2016

Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança ferramenta interativa Perfil Setorial da Indústria que apresenta evolução de 33 setores sobre inovação, mercado de trabalho, tributação e outros indicadores

 

De cada R$ 100 investidos pelas empresas brasileiras em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), R$ 69 vêm da indústria. Entre 2016 e 2019, em valores correntes, o aporte em inovação de processos e produtos cresceu 33,4 cento - de R$ 12,7 bilhões para R$ 16,9 bilhões, percentual acima dos 11,2 por cento da inflação acumulada no período (IPCA), o que reforça o empenho do setor industrial em preservar os investimentos em inovação mesmo depois da crise de 2015-2016, que prejudicou fortemente a condição financeira das empresas.

 

Nesse movimento, alguns setores se destacam, como o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que ampliou seus investimentos em 63,9 por cento, na década, passando de R$ 955 milhões para R$ 1,6 bilhão. Só de 2018 para 2019, o incremento no valor investido do setor foi de 7,9 por cento, ou R$ 115 milhões. Já as empresas de veículos automotores representam as que mais investiram em P&D no período: mais de R$ 2,8 bilhões apenas no ano de 2019. Em seguida, vem o setor de químicos, com investimento da ordem de R$ 2,5 bilhões em P&D.

 

Os dados estão no Perfil Setorial da Indústria, uma plataforma inédita que será lançada em 7 de fevereiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O portal reúne dados sobre mercado de trabalho, tributação, produção, comércio exterior, custos, inovação e investimento de 33 setores da indústria brasileira.

 

Pela plataforma é possível criar rankings e comparativos entre os setores e os indicadores disponíveis, além de calcular a evolução dos números ao longo da série histórica, no recorte que o usuário preferir.

 

“Os números não deixam dúvidas quanto à relevância do setor industrial para o Brasil. Ele é responsável por 20 por cento do PIB e 20 por cento dos empregos formais no país, 69 por cento das exportações brasileiras de bens e serviços, 69 por cento dos investimentos empresariais em P&D e 33% da arrecadação de tributos federais”, comenta o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

Emprego e remuneração

 

O Perfil Setorial revela que o setor que mais emprega atualmente no Brasil é o de alimentos, com mais de 1,6 milhão de trabalhadores, ou 16,9 por cento do total da força de trabalho da indústria brasileira. O setor com o segundo maior número de empregados é o de construção de edifícios, com cerca de 820 mil trabalhadores.

 

Analisando toda a série histórica disponível na plataforma, que vai de 2006 a 2020, o setor que mais aumentou sua força de trabalho, em termos percentuais, foi o de manutenção, reparação e instalação de equipamentos. No período analisado, essa indústria teve 131% de incremento na mão de obra, contratando 115.276 pessoas.

 

Já os melhores salários da indústria são pagos a quem trabalha na indústria extrativa. Os profissionais da extração de petróleo e gás natural recebem em média R$ 19.375,27 mensais, enquanto os funcionários de atividade de apoio à extração de minerais recebem em média R$ 10.013,60 mensais. São especialistas responsáveis por retirada de amostras do solo, bem como perfurações para análise de campos de petróleo e outras áreas de mineração.

 

Participação no PIB industrial

 

O setor de alimentos também é o que tem a maior participação no PIB industrial, ocupando uma fatia de 8,25% do total. Em seguida, vem o setor de extração de petróleo e gás natural, que teve 6,6 por cento de participação no PIB industrial.

 

Esse também foi o setor que mais aumentou sua participação ao longo dos últimos anos. Analisando a série histórica que vai de 2010 a 2019, a atividade cresceu 5,6 pontos percentuais na composição do PIB industrial brasileiro, saindo de 1% para os atuais 6,6% de participação.

 

Tributos recolhidos

 

Em termos de tributos federais, a indústria de veículos automotores foi que mais recolheu para o Fisco, num total de R$ 26,7 bilhões, em 2020. Em seguida, aparece o setor de biocombustíveis e derivados do petróleo: R$ 26,3 bilhões. Essa indústria é responsável pelo refino do petróleo, álcool e biodiesel.

 

Setores que mais exportam

 

Em relação às vendas para o mercado externo, o setor de extração de minerais metálicos ocupa o posto de maior exportador da indústria, com US$ 48,6 bilhões embarcados em 2021. Seguido do de alimentos, que exportou US$ 45,4 bilhões em 2021.

 

Quando se analisa as exportações em proporção ao que produz, o setor que mais destina suas vendas ao exterior é o de outros equipamentos de transporte. Em 2018, 73,4 por cento dos bens produzidos por suas indústrias foram para o exterior.

 

O setor fabrica embarcações, balsas, helicópteros, aviões, trens, motos e outros veículos que não entram na categoria de “automotores” (carros, ônibus e caminhões). Em segundo lugar no ranking dos maiores exportadores está a indústria de fumo que, em 2018, vendeu 42% do que produziu para o exterior.

 

Empresas em operação

 

Em número de empresas existentes no Brasil, o setor de construção de edifícios é o que lidera. São mais de 73 mil. Outro gigante em termos de empresas constituídas é o setor de serviços especializados para construção, que tem mais de 66 mil indústrias.

 

Metodologia

 

O Perfil Setorial da Indústria foi desenvolvido pelas Gerências de Estatística e de Análise Econômica da CNI com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Receita Federal, Ministério da Economia, e da própria Confederação Nacional da Indústria (CNI). A série histórica varia conforme o indicador e a plataforma é atualizada na medida em que as pesquisas são renovadas.


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