Representante da FIERO participa da 1ª reunião de 2024 do Conselho Temático de Assuntos Legislativos da CNI
Produtividade na indústria em 2021 cai para patamar mais baixo desde 2000
Impactos da pandemia e crescimento de ocupações de baixa escolaridade contribuíram para a queda. Indicador recuou 4,6% em 2021, no segundo ano de resultado negativo
A
produtividade do trabalho na indústria em 2021 recuou 4,6%, em comparação com
2020, considerando as séries livres de efeitos sazonais, mostra o estudo
Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este é o patamar
mais baixo desde o início da série, em 2000. É o segundo ano seguido de queda
do indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas
na produção.
Em 2021,
houve um aumento de 4,3% no volume produzido e de 9,3% nas horas trabalhadas na
produção, ou seja, a produção apresentou um crescimento menor. Em todos os
trimestres do ano passado, a produtividade no setor recuou, sendo especialmente
impactada pela segunda onda de Covid-19 no primeiro trimestre.
A maior
queda anual registrada pelo indicador até então foi de 2,2%, em 2008, ano
marcado pela crise financeira global.
Os
movimentos nos últimos dois anos são resultado, principalmente, de fatores
conjunturais, explica a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha.
“A desaceleração em 2021 reflete os efeitos da segunda onda de Covid-19 e as
dificuldades enfrentadas para a retomada dos investimentos e da produção. Há
gargalos antigos e problemas com a falta e o alto custo de insumos e de
matérias-primas”.
Outro fator
que contribuiu para a queda no último ano é a mudança na composição do mercado
de trabalho. “Houve maior crescimento do setor informal frente ao setor formal,
o que indica o avanço de ocupações de baixa escolaridade e menor
produtividade”, completa Cunha.
Confira
entrevista sobre a pesquisa com a gerente de política industrial da CNI,
Samantha Cunha.
No curto prazo, a
perspectiva é de baixo crescimento, em patamar semelhante aos anteriores à
crise sanitária. Em 2018 e 2019, a produtividade na indústria ficou abaixo de
1%. No longo prazo, pode haver um aumento sustentado da produtividade com as
oportunidades relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0 e ao desenvolvimento
do 5G, se houver investimentos em inovação.
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