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08 de July de 2022 - 09h33

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CNI projeta crescimento de 1,4 por cento para o PIB em 2022

Instituição revisou para cima a previsão do Produto Interno Bruto brasileiro devido à melhoria no mercado de trabalho e ao aquecimento do setor de serviços no primeiro semestre. Indústria deve crescer 0,2%

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de acordo com o Informe Conjuntural do 2º trimestre. O percentual se aproxima da previsão de alta de 1,2% feita em dezembro de 2021, antes da guerra na Ucrânia e do agravamento da pandemia de Covid-19 na China, que pressionaram preços e adiaram as expectativas de normalização das cadeias globais de produção. Esses fatores levaram a CNI, em abril, a prever uma expansão da economia menor, de 0,9%. No entanto, o primeiro semestre de 2022 tem sido marcado por um bom desempenho da atividade econômica no Brasil, com melhoria no mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços.

 

O gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que o setor de serviços surpreendeu positivamente no primeiro trimestre. A indústria registrou altas moderadas da produção ao longo do primeiro trimestre, pouco acima do previsto, com maior dinamismo em setores ligados a commodities. “Os dados do segundo trimestre disponíveis até o momento permitem esperar continuidade desse bom desempenho”, explica o economista.

 

Uma série de impulsos ajudam a explicar o desempenho favorável da atividade econômica na primeira metade de 2022. A recuperação do mercado de trabalho segue firme, com o emprego em elevação desde 2020, totalizando 97,5 milhões de pessoas ocupadas, maior ocupação desde o início da série, em 2012. O rendimento médio real também vem crescendo, a despeito da inflação elevada. Revisamos nossa expectativa de taxa de desemprego média no ano, de 12,9% para 10,8%, e o crescimento da massa salarial real, de 1,4% para 1,6%.

 

Antecipação do 13º salário e liberação do FGTS aqueceram economia no primeiro semestre

 

Mário Sérgio enumera alguns fatores transitórios que também contribuíram para um desempenho melhor no primeiro semestre. São eles: adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS; liberação de saques do FGTS; retomada do pagamento do abono salarial; e aumento das transferências diretas de renda.

 

Dessa forma, a CNI revisou também as projeções para o PIB da Indústria e de Serviços. Além do aumento da massa salarial, o setor de serviços também tem sido beneficiado pela normalização pós-pandemia de serviços ligados à mobilidade. Assim, a projeção de crescimento passou de alta de 1,2% para alta de 1,8%. A Indústria, por sua vez, segue enfrentando dificuldades, mas a projeção de PIB industrial passou de queda de 0,2% para alta de 0,2%. A revisão da Agropecuária foi no sentido inverso, com previsão de estabilidade (0%), ante alta de 1,3%. O recuo ocorre devido aos efeitos do clima adverso no início do ano para a soja, que foram mais intensos do que o previsto.

 

Selic deve encerrar o ano em 13,75%

 

A inflação por todo o mundo surpreendeu negativamente na maior parte do primeiro semestre. No Brasil, a CNI revisou para cima a previsão de inflação (IPCA) para 2022, de 6,3% ao ano para 7,6% ao ano, mesmo considerando o significativo impacto da redução do ICMS de combustíveis (gasolina, diesel e etanol), energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. Por conta disso, a taxa de juros Selic foi elevada para além de das expectativas do primeiro trimestre, com a expectativa de mais uma elevação em agosto, que levaria a taxa para 13,75% ao ano até o fim de 2022.


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