Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Geração de energia solar aumenta e atinge marca histórica no Brasil
Fonte
renovável bate recorde de capacidade instalada com expectativa de que a
potência dobre até 2023. Energia limpa é um dos temas da COP27 e parte da
estratégia da CNI para economia de baixo carbono
O Brasil
bateu dois recordes em relação ao setor de energia solar em setembro de 2022.
Ultrapassou a marca de 19 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar
fotovoltaica, juntando as usinas de grande porte e os sistemas de geração
própria, e atingiu a marca histórica de 13 GW de potência instalada em
telhados, fachadas e pequenos terrenos. Os dados são da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e, segundo análise da associação e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicam que a
capacidade instalada poderá dobrar até o início de 2023.
De janeiro
a setembro deste ano, a capacidade instalada juntando os dois segmentos (usinas
e sistemas de geração própria) saltou de 13 GW para 19 GW, um aumento de 46,1%,
com crescimento médio de 1 GW por mês nos últimos 120 dias. Assim, a energia
solar representa atualmente 9,6% da matriz elétrica do país e se consolidou na
terceira posição, atrás das fontes hidrelétricas e eólica.
Já em
relação apenas ao sistema de geração própria, que são aqueles com painéis em
telhados e fachadas, a potência operacional instalada foi de 8,4 GW para 13 GW
no mesmo período, um crescimento de 54%. Para se ter uma ideia do tamanho, a
usina hidrelétrica de Itaipu opera com 14 GW.
Segundo a
Absolar, a energia solar trouxe ao Brasil mais R$ 99,7 bilhões em investimentos
e evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de
eletricidade. Entre as principais vantagens desta fonte, estão capacidade de
produção a baixo custo e a redução na pressão sobre recursos hídricos.
De acordo
com a CNI, a tendência é de crescimento também por causa do incentivo aos
consumidores que instalarem sistema solar no telhado de residências e empresas
até 2023, que pagarão mais barato na tarifa até 2045, como previsto na Lei
14.300/2022. Mais de 1,2 milhão de unidades no Brasil usam geração distribuída,
sendo 80% em residências. No entanto, também há indústrias que aderiram a esse
sistema, principalmente as de pequeno porte, e a expectativa é chegar a 1,5
milhão de consumidores até o ano que vem.
Energia
solar terá maior participação na geração de energia
Uma das
empresas que prevê crescimento neste setor é a Solstar, uma energitech que tem
quase 10 mil projetos homologados, e projeta dobrar de tamanho este ano. A meta
é alcançar o faturamento de R$ 200 milhões. A tendência, de acordo como CEO
Matheus Bazan, é de que, até 2035, cerca de 40% dos lares brasileiros passem a
ter esse sistema. “O Brasil pode chegar a ser o primeiro em produção de energia
fotovoltaica, temos bons resultados de Norte a Sul do país, com sol em todo
lugar”, destaca.
Para Bazan,
“nada substitui você ter em casa a energia no seu telhado”. “Por mais que o
sistema seja implantado por meio de algum financiamento, uma hora ele será
quitado, e a unidade passará a ter autossuficiência energética”, ressalta.
Transição
energética é tema da COP27 e um dos pilares de sustentabilidade da indústria
O
protagonismo do Brasil na produção de energia limpa será um dos temas levados
pelo país à 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP27), que ocorre em novembro, no Egito. Entre os temas a serem discutidos na
COP está a busca por soluções em energia renovável e segurança energética.
O aumento
no percentual de energias renováveis na matriz energética brasileira, além de
compromisso do país, também é um dos pilares que sustentam a estratégia da
indústria para a transição para uma economia de baixo carbono, juntamente com mercado de
carbono, economia circular e conservação florestal.
O Brasil já
fez a transição energética, e hoje tem uma das matrizes mais
limpas do mundo – cerca de 84% da matriz elétrica é constituída por fontes
renováveis –, mas precisa continuar avançando na diversificação de fontes
limpas para atingir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa
(GEE) estabelecidas no Acordo de Paris.
Entre os
quase 200 países signatários do Acordo, o Brasil assumiu uma das metas mais
ambiciosas de redução de suas emissões de GEE, entre os países em
desenvolvimento. Tendo como base as emissões de 2005, o compromisso do país é
de redução de 37% até 2025 e de 50% até 2030.
O gerente
de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que a
indústria brasileira busca impulsionar a estratégia de transição energética
tanto por meio da expansão do uso de fontes renováveis como pela otimização dos
processos produtivos.
“Muitas
empresas têm investido em projetos de eficiência energética. Isso significa
usar menos energia para obter o mesmo resultado e isso pode ser alcançado por
meio de melhorias tecnológicas ou de mudanças na gestão energética das
empresas”, destaca.
Uma iniciativa da CNI que
tem contribuído para isso é o Programa Aliança 2.0,
que destinará R$ 20 milhões, em quatro anos, para o desenvolvimento de projetos
em 24 indústrias energointensivas – ou seja, que consomem grande quantidade de
energia para poder funcionar de forma adequada. Na primeira etapa, o programa
atendeu 12 plantas industriais, gerando uma economia anual de R$ 122 milhões e
evitando o consumo de 175 GWh de energia, o suficiente para abastecer uma
cidade de 60 mil habitantes durante um ano.
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