Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Produtividade na indústria brasileira cai e volta ao patamar de 2014
Queda de
2,8% foi a segunda maior da série histórica, e 2022 foi o terceiro ano
consecutivo com redução no indicador. Na comparação com concorrentes,
desempenho do Brasil é o mais fraco de 11 países
Uma
pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta
quarta-feira (23) aponta que a produtividade do trabalho na indústria de
transformação caiu 2,8% em 2022, na comparação com 2021. Segundo a Produtividade
do Trabalho na Indústria, essa foi a segunda maior queda
anual da série histórica do indicador – iniciada em 2000 – e fez de 2022 o
terceiro ano consecutivo de queda no dado, que retorna a um patamar próximo ao
observado em 2014.
O resultado
negativo, segundo a pesquisa, ainda é reflexo, em grande parte, das interrupções
nas cadeias produtivas, provocadas pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na
Ucrânia. No ano passado, o indicador ficou 7,9% menor que o nível pré-pandemia.
A produtividade do trabalho na indústria de transformação é a razão entre o
volume produzido e as horas trabalhadas na produção.
"No
período, as horas trabalhadas cresceram, enquanto a produção ficou praticamente
estagnada, resultando na queda. A expectativa de recuperação da economia,
apesar das dificuldades, faz com que as empresas decidam por não dispensar seus
trabalhadores ou até mesmo contratar mais, mesmo que isso não resulte em
aumento da produção no curto prazo”, avalia a gerente de Política Industrial da
CNI, Samantha Cunha.
>> Assista entrevista
com Samantha Cunha, gerente de Política Industrial da CNI, sobre a produtivida-de na indústria.
Produtividade brasileira foi a que menos cresceu entre 2019 e 2021
A
produtividade do trabalho efetiva caiu 9% entre 2019 e 2021. O indicador compara
a produtividade da indústria brasileira com a média de seus 10 principais
parceiros comerciais – Reino Unido, Coreia do Sul, Argentina, Países Baixos,
Estados Unidos, México, Itália, Alemanha, Japão e França. O indicador reverteu
a trajetória de crescimento observada entre 2011 e 2019, e desde então registra
quedas.
O
desempenho registrado pelo Brasil foi o mais fraco, praticamente empatado com a
França, com perda de 5,2% de produtividade entre 2019 e 2021. Entre os 11
países analisados, só o Brasil, a França e o Japão ainda apresentam
produtividade abaixo do nível pré-pandemia.
Desde o
início da série (2000-2021), a produtividade efetiva acumula queda de 23%. No
mesmo período, a produtividade da indústria de transformação brasileira cresceu
9,2%, à frente apenas do crescimento da indústria manufatureira japonesa
(4,8%). Todos os 11 países analisados registraram alta no mesmo período. Os
maiores aumentos foram observados na Coreia do Sul e no Reino Unido, que
conseguiram mais do que dobrar a produtividade de seus trabalhadores, com alta
de 132,2% e 127%, respectivamente.
“Esse indicador mostra que
mesmo quando a produtividade do Brasil cresce, o país pode perder
competitividade frente aos parceiros que apresentam um desempenho melhor que o
dele. Na média, a produtividade do Brasil caiu 23% desde 2000 em relação aos 10
concorrentes. As dificuldades do contexto global afetaram todos os países, mas
foram mais sentidos pelo Brasil, que teve o pior desempenho. Superadas as
dificuldades conjunturais, a recuperação da produtividade passa pela criação
das condições para a retomada dos investimentos”, afirma Samantha Cunha.
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