Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Conselho Industrial do Mercosul lista prioridades para governos do bloco
A conclusão
do acordo Mercosul-União Europeia e a implementação do acordo de facilitação de
comércio do grupo econômico estão entre as medidas apontadas como fundamentais
pelos setores privados
Os setores
industriais dos países membros do Mercosul apresentaram aos governos, nesta
segunda-feira (27), um documento com as medidas prioritárias para a agenda do
bloco. A implementação do Acordo de Facilitação de Comércio do Mercosul e a
conclusão do acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia estão entre
as ações elencadas pelo Conselho Industrial do Mercosul – formado pela União
Industrial Argentina (UIA), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pela União
Industrial Paraguaia (UIP) e pela Câmara de Indústrias do Uruguai (CIU).
A
declaração conjunta foi apresentada durante o XI Fórum Empresarial do Mercosul,
principal evento prévio à cúpula do bloco, promovido pela CNI e pelo Ministério
das Relações Exteriores (MRE). O encontro, realizado em meio à presidência
temporária do bloco pelo Brasil, foi palco de debate sobre os desafios e as
oportunidades em comércio e sustentabilidade, empreendedorismo feminino no
Mercosul e integração produtiva no grupo econômico.
Para o
presidente da CNI, Ricardo Alban, a presidência temporária do Brasil no
Mercosul é uma oportunidade para que o país fortaleça a agenda econômica e
comercial interna do bloco e avance no relacionamento externo, melhorando o
desenvolvimento econômico do Brasil.
"A
parceria econômica com o Mercosul é fundamental para o Brasil e tem papel
estratégico no processo de fortalecimento da indústria nacional", avalia
Alban. "Na agenda externa, uma das principais recomendações que defendemos
em conjunto com o setor produtivo dos países sócios do bloco é a conclusão do
Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, uma oportunidade que não podemos
perder se quisermos de fato dar um salto na inserção competitiva das nossas
economias", afirma o presidente.
Fortalecimento
rápido do Mercosul é fundamental para parceria estratégica
Na
declaração conjunta para os governos do bloco, o Conselho Industrial do
Mercosul ressalta a importância da cooperação com as agendas consideradas
fundamentais para o setor industrial, além de firmar o compromisso de colaborar
ativamente com o desenvolvimento do Mercosul – para estimular o crescimento
econômico sustentado e aprofundar ainda mais a parceria estratégica entre os
países da região.
"O
Mercosul tem importante papel no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Por exemplo, cada R$ 1 bilhão exportado pelo país para o Mercosul, em 2022,
gerou quase 25 mil empregos e mais de R$ 550 milhões em renda na economia
brasileira", afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da
CNI, Rafael Lucchesi. "Os desafios e oportunidades que nossos países
tem de avançar na agenda da neoindustrialização, de desenvolvimento
sustentável, e de inserção internacional estratégica serão melhor enfrentados
com um Mercosul integrado e fortalecido do que com um bloco enfraquecido ou
fragmentado”, completa Lucchesi.
Entenda as prioridades listadas pelo setor industrial:
1.
Implementação do Acordo de Facilitação de Comércio do Mercosul
Assinado em
2019, o acordo deve desburocratizar os procedimentos de exportação, importação
e trânsito de mercadorias, reduzindo obstáculos desnecessários que prejudicam
os fluxos comerciais intrabloco e impedem o pleno aproveitamento dos benefícios
da integração regional. O Conselho acredita em uma iniciativa regional, baseada
em um esforço conjunto dos setores público e privado, para promover e criar uma
gestão coordenada das fronteiras.
2. Concluir
o acordo Mercosul-União Europeia
Há
oportunidade de construir uma associação birregional moderna, alinhada com os
compromissos internacionais assumidos por cada país no que diz respeito a
desenvolvimento sustentável, que contribuirá para aumentar o comércio,
favorecer os investimentos e estimular a inovação e a capacidade produtiva.
3. Promover a agenda de comércio e sustentabilidade do Mercosul
Em resposta
às medidas de sustentabilidade que podem impactar o comércio internacional, as
entidades industriais do bloco apontam que o Mercosul deve intensificar o
diálogo e propor ações transversais e coordenadas no âmbito do Grupo Ad Hoc
sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável. Também é importante abordar as
questões ambientais de forma que não envolva barreiras comerciais e que sejam
cumpridos os compromissos globais relativos aos fluxos financeiros para estes
fins.
4. Realizar
progressos na convergência regulamentar
É
necessário que a integração dos países do bloco avance com critérios comuns,
reconhecimento mútuo de certificações, registros e autorizações de produtos,
para favorecer a integração produtiva e o comércio, simplificando o cumprimento
dos requisitos técnicos e sanitários e reduzindo a burocracia e as formalidades
que, em muitos casos, criam obstáculos ao comércio, à logística e à integração
das cadeias de valor regionais, especialmente para as pequenas e médias
empresas.
5.
Institucionalizar um mecanismo de diálogo formal com o setor produtivo
Em meio à
intensa transformação da economia global, é essencial criar um mecanismo
permanente de diálogo entre os representantes da indústria do Mercosul e os
governos dos países membros, para promover um amplo debate sobre políticas e
fortalecer estratégias que promovam a integração produtiva e a inserção
internacional competitiva do setor produtivo.
No fórum empresarial, Alckmin pediu apoio da indústria para
fortalecer Mercosul
Em
participação por vídeo, durante a abertura do XI Fórum Empresarial do Mercosul,
o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou os esforços do governo
brasileiro pelo Mercosul e ressaltou a importância do apoio dos setores
privados. “No Mercosul ainda podemos fazer muito mais para aumentar o comércio
e a integração física entre os países membros. Juntos podemos crescer mais e
melhor, e precisamos do apoio de vocês pra fortalecer o bloco”, disse.
Participaram
da abertura do evento, ainda, o presidente da UIA, Daniel Funes; o presidente
da UIP, Enrique Duarte; o presidente da CIU, Fernando Pache; e secretária da
América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE),
embaixadora Gisela Padovan.
Impacto do comércio com o bloco na economia brasileira é
significativo
O Mercosul
é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil. As exportações têm grande
participação da indústria de transformação, especialmente de bens de consumo
duráveis de bens de capital. Em 2022, o bloco foi o principal destino das
exportações brasileiras desses produtos.
Acordo
Mercosul-UE é prioridade para mais de 75% da indústria
Divulgada
pela CNI neste mês, uma consulta com associações empresariais de indústria e
empresas brasileiras mostra que o setor privado brasileiro tem agenda para fortalecer
e ampliar o Mercosul: 78% das entidades setoriais e 76% das empresas avaliam
que, na agenda externa, a prioridade deve ser a conclusão do Acordo
Mercosul-União Europeia. Além disso, o comércio de bens e facilitação de
comércio foram os principais temas indicados pelas entidades e empresas para
aprofundar e modernizar a agenda intrabloco.
O acordo
Mercosul-Canadá também foi apontado como prioridade pela maioria dos
respondentes, indicado por 59% das entidades e por 51% das empresas. Ao todo,
104 entidades e 222 empresas brasileiras foram ouvidas sobre as principais
ações necessárias ao bloco durante a gestão brasileira.
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