Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Indústria defende retomada do financiamento à exportação de serviços pelo BNDES
CNI
considera urgente a aprovação do PL 5.719/2023 pelo Congresso, que alinha o
sistema de crédito à exportação de serviços às melhores práticas internacionais
e a retomada do apoio público à modalidade
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que o
Projeto de Lei no 5.719/2023, em análise no Congresso Nacional,
representa um passo importante para a retomada e o fortalecimento do financiamento
à exportação de serviços no Brasil. A proposta permite ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) retomar o apoio ao financiamento de
obras e serviços no exterior, prática comum dentre os grandes exportadores
mundiais.
Segundo a
CNI, a recuperação do crescimento econômico do Brasil está diretamente ligada a
uma inserção mais efetiva no mercado global, e as exportações - de bens e de
serviços - funcionam como catalisadores de inovação, criação de emprego,
diversificação econômica e aumento de renda. Esses fatores reforçam a
importância das políticas públicas voltadas para o financiamento e garantias de
crédito para as exportações.
Apesar da
prática mundial reiterada e do potencial da indústria brasileira, o apoio à
exportação de serviços no Brasil está paralisado desde 2015, especialmente para
serviços de engenharia. “A lei é fundamental para o Brasil ter um marco legal
apoiado nas melhores práticas internacionais, que estimule o aumento das
exportações de serviços, como a maioria dos países fazem”, afirma o diretor de
Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi.
A
importância do crédito oficial à exportação de serviços
A retomada
do apoio brasileiro às exportações de serviços melhoraria as condições de as
empresas brasileiras competirem em um mercado global em plena expansão. Segundo
dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(UNCTAD), em 2022, o total de serviços exportados mundialmente alcançou US$ 7,1
trilhões. Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos exportaram cerca de
US$ 929 bilhões no mesmo ano (13%, do mercado mundial), seguidos pelo Reino
Unido com cerca de US$ 494 bilhões (6,9%).
Em 2022, o
Brasil começou a se reposicionar no mercado de exportações de serviços,
atingindo um valor de serviços exportados de cerca de US$ 39 bilhões. O total
representa uma participação de mercado de 0,6% no mercado mundial, com taxa de
crescimento anual de 25,3%. Mesmo assim, o país segue em desvantagem
competitiva em comparação com economias desenvolvidas e em desenvolvimento.
Segundo
estudo da LCA, a cada dólar exportado de serviços há adição de 30% de renda.
Nas exportações de serviços de engenharia 70% são provenientes de Micro,
Pequenas e Médias Empresas (MPMES).
A retomada
do financiamento à exportação de serviços significa, também, apoiar outras
indústrias na cadeia. As exportações de serviços de engenharia promovem a
criação de canais de distribuição a exportadores de bens, que passam a fornecer
de modo constante mesmo após o fim dos projetos. Mais de 4,8 mil empresas
brasileiras participaram como subfornecedoras das operações de exportação de
serviços apoiadas pelo BNDES, entre 1998 e 2017. Dos US$ 10,5 bilhões
financiados, praticamente um terço (32%), US$ 3,4 bilhões, consistiam em bens e
US$ 449 milhões em serviços fornecidos por outras empresas brasileiras.
Fortalecimento
das práticas internacionais e da transparência
O sistema
de crédito oficial brasileiro opera alinhado com as melhores práticas
internacionais. Por exemplo, quando comparado as políticas de financiamento
público às dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) o sistema brasileiro é até mais conservador não permitindo a
cobertura de gastos locais o que gera uma desvantagem para os exportadores
brasileiros. Tais políticas são um instrumento relevante, pois países competem
entre si para oferecer aos clientes estrangeiros de suas empresas nacionais
condições competitivas com as condições ofertadas por outros países.
A proposta
do PL fortalece o alinhamento às melhores práticas internacionais de crédito à
exportação de serviços e possibilita a retomada do apoio público a essa
modalidade, uma vez que incorpora na legislação referências explícitas de que
os instrumentos de crédito à exportação estão em conformidade com as definições
internacionais de serviços, conforme estabelecido pelo Acordo Geral sobre o
Comércio de Serviços (GATS) da Organização Mundial do Comércio (OMC), que está
em vigor. Além disso, consolida o entendimento de que as condições de operação
e os valores máximos de crédito devem seguir as práticas internacionais.
Outro destaque do PL é o
reforço do compromisso do BNDES com a transparência, com a apresentação anual
de informações sobre a carteira de financiamentos ao Congresso. A proposta
também reitera a proibição de financiar projetos em países inadimplentes, a
menos que haja uma renegociação de dívida formalizada, e alinhamento às
expectativas do Congresso.
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