IMPRENSA
12 de March de 2024 - 10h04

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Competição desleal se tornou um grave problema para a indústria de transformação, afirma CNI

Pesquisa aponta ainda preocupação do setor com alta carga tributária, baixa procura por bens industriais e elevadas taxas de juros, responsáveis por dificuldades de crédito e maior inadimplência

 

Os empresários da indústria de transformação perceberam um aumento significativo da competição desleal em 2023. De acordo com a Nota Econômica 31, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no primeiro trimestre de 2021, a competição desleal foi citada por 10,4% dos empresários como uma dificuldade importante naquele momento. No terceiro trimestre de 2023, entrou para a lista dos três principais problemas ao ser assinalada por 20% dos empresários industriais.

 

O documento mostra que está cada vez mais difícil competir com a informalidade, contrabando e pirataria. A concorrência desleal só ficou atrás de dois problemas recorrentes: a elevada carga tributária, que foi o principal problema da indústria de transformação, com 37,5% assinalações; e demanda interna insuficiente, atestada por 31,2% dos empresários industriais. As taxas de juros aparecem em quarto lugar com 19,5%.

 

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, entre os 22 setores analisados, a competição desleal ficou no topo do ranking para o setor de produtos diversos, e como segundo maior problema para os setores de vestuário e acessórios e produtos de borracha.

 

“As consequências desses problemas são perda de competitividade pela alta carga tributária, baixa procura por bens da indústria pela demanda interna insuficiente e dificuldades na obtenção de crédito e maior inadimplência pelas taxas de juros elevadas”, diz o economista.

 

Elevada carga tributária é o principal problema de 14 setores da indústria de transformação

 

A elevada carga tributária foi o principal problema para 14 dos 22 setores industriais analisados na pesquisa. Mas em três deles, o problema é bastante crítico. Nos setores de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal; bebidas; e impressão e reprodução, mais da metade dos empresários marcaram a carga tributária como sua principal dificuldade.

 

Os setores de madeira e de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal foram os setores com as maiores variações na quantidade de respostas, com alta de 12,7 pontos percentuais entre o quarto trimestre de 2023 e o terceiro trimestre do ano passado. No setor de móveis, a variação foi positiva em 12,6 pontos percentuais no período e a preocupação do setor couros e artefatos de couro aumentou 9,6 pontos percentuais.

 

Mesmo nos setores que não elegeram a tributação como o principal problema, a carga tributária aparece entre os três principais no último trimestre de 2023.

 

Baixa procura por bens industriais é o principal problema para 8 setores da indústria de transformação

 

A demanda interna insuficiente foi o principal problema em oito setores: têxteis; couros e artefatos de couro; metalurgia; minerais não metálicos; equipamentos de informática, eletrônicos e óticos; máquinas e materiais elétricos; produtos de borracha; e celulose e papel.

 

Dos 22 setores considerados, 20 elencaram a demanda interna insuficiente dentre os três principais problemas. Ela só não figurou dentre os três maiores entraves para vestuário e acessórios e bebidas.

 

Os setores couros e artefatos de couro e equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos foram os que registraram maiores altas no quarto trimestre de 2023, em relação ao terceiro trimestre de 2023, com aumentos de 16 e 11,9 pontos percentuais, respectivamente. Outro setor que também observou grandes altas foi de têxteis, com aumento de 8,9 pontos percentuais. Os setores com as maiores reduções no período são: vestuário e acessórios, com queda de 13,5 pontos percentuais, e móveis, com queda de 12,4 pontos percentuais.

 

Alta taxa de juros segue entre os principais problemas das indústrias

 

O problema dos juros elevados não foi classificado como principal para nenhum dos setores, mas, mesmo assim, ainda prejudicam os setores da indústria de transformação. É ainda a segunda questão mais citada na indústria de veículos automotores e máquinas e equipamentos. A queda nas assinalações ocorre em sintonia com os consecutivos cortes na taxa básica de juros, Selic.


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