Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
73 por cento das grandes indústrias têm plano de investimento produtivo em 2024, aponta CNI
Um terço
destas empresas vão iniciar novos investimentos este ano. As demais seguem o
planejamento de anos anteriores. O foco é ampliar ou melhorar a capacidade e o
processo produtivo
A parcela
das grandes indústrias com planos de investimentos aumentou de 68% para 73%
entre 2023 e 2024, de acordo com a pesquisa Investimentos na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A alta
representará aumento na capacidade produtiva e melhoria dos processos
produtivos industriais.
De acordo com
o gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, os principais
objetivos dos investimentos planejados para 2024 pelas grandes empresas foram a
ampliação ou melhoria da capacidade produtiva (42%) e a ampliação ou melhoria
do processo produtivo atual (42%). Um percentual menor, de 9%, pretende
investir em novos produtos, e 7% dizem que o investimento estará direcionado
para novos processos produtivos. Foram ouvidas 381 empresas com mais de 250
empregados.
“É
importante notar o aumento percentual das grandes empresas que pretendem
investir em 2024, especialmente depois de um ano com um percentual baixo de
empresas investindo e com frustração elevada nos planos de investimentos. O
equilíbrio entre a preocupação com aumento da capacidade produtiva com a
melhoria do processo produtivo sugere tanto a expectativa por maior demanda
como a busca por modernização, alinhada com as necessidades da
neoindustrialização, como inovação e compromisso ambiental”, diz o economista.
>> Confira a
entrevista com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Diante do
alto custo do crédito, 39% das grandes empresas com planos de investir
afirmaram que pretendem usar exclusivamente
recursos próprios, e os investimentos de outros 29% serão feitos em
sua maior parte com
recursos da própria empresa. Além disso, 30% das grandes empresas devem
financiar a maior parte de seus investimentos com recursos de terceiros,
enquanto 3% informaram que vão usar somente recursos de terceiros.
Entre as
grandes empresas que não planejam investir em 2024, 64% justificaram essa
decisão pela falta de um plano de investimento ou pela ausência de intenções
para iniciar um novo investimento no momento. Outros 33% adiaram ou cancelaram
investimentos em andamento.
40% dos
investimentos de grandes indústrias miram o mercado interno
O foco das
grandes indústrias com investimentos planejados para 2024 é o mercado interno.
De acordo com a pesquisa da CNI, 40% das empresas que pretendem investir este
ano assinalaram que seus planos de investimento estão voltados principalmente
para o consumidor brasileiro, 20% afirmaram que visam o mercado interno e 31%
informaram que o alvo será igualmente os mercados interno e externo.
Ao
contrário do que ocorre normalmente, houve uma novidade no mercado-alvo dos
investimentos planejados. Pela primeira vez, o percentual de empresas que
planejam investir no mercado externo atingiu 10% na série histórica. Em 2023, o
percentual era de apenas 5%.
“Embora o
foco seja ainda o mercado interno, importante perceber a maior atenção com o
mercado externo, o que mostra a importância da integração com cadeias
produtivas internacionais, um dos nortes da neoindustrialização”, avalia Mário
Sérgio Telles.
Investimentos
das grandes indústrias focaram na inovação tecnológica, capacitação e
eficiência energética em 2023
Em 2023,
79% das grandes empresas realizaram investimentos, percentual seis pontos
percentuais menor do que o registrado em 2022. Quando estimuladas a revelar
quais ações estratégicas estão associadas aos investimentos realizados em 2023,
74% das grandes empresas que investiram tiveram como objetivo a inovação
tecnológica. Em 58%, os investimentos visaram o desenvolvimento de capital humano.
A busca por maior eficiência energética foi um objetivo para 38% das grandes
empresas, percentual próximo aos 34% que associaram os investimentos à
preocupação com o impacto ambiental.
O
investimento voltado para melhorias para a comunidade, envolvendo governos,
grupos ou pessoas essenciais aos negócios, foi apontado por 12% das grandes
empresas. E 7% delas informaram que os investimentos realizados buscaram a
inserção internacional.
Com relação
ao tipo de investimentos realizados em 2023, 77% das grandes empresas fizeram
aquisição de máquinas ou equipamentos. O percentual inclui tanto o investimento
em máquinas novas quanto usadas. Do total das grandes empresas que fizeram
qualquer tipo de investimento no ano passado, 73% compraram máquinas equipamentos
novos e 18% compraram máquinas ou equipamentos usados.
O segundo
tipo de investimento mais comum, que alcançou 53% das grandes indústrias, foi a
atualização ou modernização de plantas, fábricas e armazéns. Já 42% afirmaram
terem atualizado ou modernizado máquinas ou equipamentos.
Investimentos
na aquisição de equipamentos para informação, comunicação e telecomunicações
foram mencionados por 35% das grandes indústrias. Para 22% delas, os
investimentos abrangeram a aquisição de ativos intangíveis ou produtos de
propriedade intelectual, como despesas com P&D, softwares, banco de dados,
entre outros.
Cresceu o
número de empresas que investiram com recursos próprios em 2023
Os recursos próprios da
empresa ou dos sócios continuam sendo a principal fonte de recursos para os
investimentos. A participação no total aumentou de 71%, em 2022, para 74%, em
2023. Ao mesmo tempo, caiu de 12% para 9% o uso de bancos comerciais privados,
que, apesar disso, continua sendo a segunda fonte mais utilizada para financiar
os investimentos. Apenas 8% dos recursos tiveram como fonte bancos oficiais de
desenvolvimento em 2023.
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