Alunos do SENAI de Ariquemes vivenciam processos da Indústria 4.0
Programa do governo deve impulsionar o mercado de crédito, avalia CNI
Medida
reúne ações importantes para melhorar o acesso ao financiamento das micro,
pequenas e médias empresas. Atualmente, elas pagam taxas superiores aos
elevados juros cobrados das grandes
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o Programa Acredita reúne ações importantes para melhorar o acesso ao crédito pelas micro, pequenas e médias empresas (MPME), além de ampliar o financiamento imobiliário. A iniciativa, materializada por meio da MP 1213/2024 é considerada positiva pela indústria.
De acordo com o diretor de
Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, o Brasil tem um problema
histórico de baixo acesso ao crédito por empresas e consumidores, devido ao
elevado custo e a reduzida oferta. E MPME são as mais atingidas, sobretudo na
atual situação de taxa de juros básica, Selic, ainda muito elevada.
“A taxa de juros das operações
de crédito é alta para as empresas como um todo, em torno de 20,6% ao ano em
média. Mas quando se analisa os dados apenas para as empresas de menor porte,
as taxas de juros passam para 43,2% ao ano para as microempresas e 37,9% ao ano
para as pequenas empresas em média, de acordo com dados para o segundo
trimestre de 2023. Consequentemente, a inadimplência se torna mais elevada para
as empresas de menor porte. Em fevereiro de 2024, a inadimplência das MPME
junto aos bancos girou em torno de 4,3% ao mês, ante 0,7% ao mês das grandes
empresas”, explica Lucchesi.
Diante disso, o setor
industrial considera importante a renegociação de dívidas bancárias das micro e
pequenas empresas, prevista no Desenrola Pequenos Negócios e, principalmente,
no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Pronampe). “Com a regularização de seus débitos, essas empresas poderão voltar
ao mercado de crédito e, dessa forma, financiar novos projetos”, avalia o
diretor da CNI.
A criação do Procred 360,
focado na redução da taxa de juros para empresas com faturamento anual de até
R$ 360 mil, também é oportuna. Adicionalmente, a CNI avalia que como ponto
positivo a melhoria nas garantias concedidas no âmbito do Programa Emergencial
de Acesso a Crédito (PEAC), com previsão de comissão pecuniária reduzida a 20%
da comissão pecuniária vigente para o FGI Tradicional, até 31 de dezembro de
2024 – com aumento progressivo a partir de 2025.
Além disso, diz Lucchesi, a
expansão das linhas no âmbito Fundo de Aval para a Micro e Pequena Empresa
(FAMPE) do Sebrae, juntamente com o Fundo Garantidor de Operações (FGO) e o
Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), fortalece os instrumentos disponíveis
para superar a dificuldade de oferta de garantias pelas micro e pequenas
empresas.
Indústria defende
aperfeiçoamento no Pronampe
Na avaliação da CNI, para aprimorar
as propostas voltadas para as MPME, sobretudo no enfrentamento da barreira das
garantias, seria adequado aproveitar a oportunidade para estabelecer em lei que
os recursos do Pronampe, que a partir de 2025 devem voltar à União, sigam por
tempo indeterminado no Fundo Garantidor de Operações (FGO), assim como os
valores disponibilizados conforme as empresas paguem suas parcelas dos
empréstimos. Dessa forma, esses recursos no FGO poderão ser usados para cobrir
novas operações de crédito a micro e pequenas empresas.
Novas oportunidades para o
crédito imobiliário
A introdução de um mercado
secundário para empréstimos imobiliários é uma estratégia com potencial de
aumentar a oferta de crédito nesse segmento.
Com a ampliação do papel da
Empresa Gestora de Ativos (EMGEA) como securitizadora no mercado imobiliário,
os bancos terão a oportunidade de oferecer uma quantidade maior de empréstimos
imobiliários a taxas mais acessíveis para as famílias, o que fortalecerá a
construção civil, setor altamente empregador.
Proteção Cambial para
Investimentos Verdes ajudará transição ecológica
A volatilidade cambial
brasileira ainda é um limitante à entrada de capitais estrangeiros no país,
sobretudo para investimentos de mais longo prazo, visto o alto custo de hedges
cambiais para essas operações. Por isso, o Programa de Mobilização de Capital
Privado Externo e Proteção Cambial (Programa Eco Invest Brasil), que
complementa o Programa Acredita, se apresenta como uma solução adequada, ao
visar a redução dos custos de se investir em projetos sustentáveis no Brasil.
Ao favorecer a entrada de
capitais estrangeiros direcionados a projetos sustentáveis, a medida deve
contribuir com o processo de transição ecológica nacional, considerado um dos
eixos da tão necessária agenda de neoindustrialização.
Mais notícias
Alunos do SESI de Porto Velho recebem as medalhas da OBMEP – 2024
Dia de música associada à leitura no SESI de Porto Velho
Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI