Presidente da FIERO participa da estreia do programa “Fala Indústria” promovido pela CNI
CNI lança panorama da infraestrutura da Região Sul
Relatório mostra que 81 por cento dos empresários industriais apontam precariedade da malha de transportes como o maior problema e traz propostas de melhorias para a infraestrutura no Sul
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança nesta
terça-feira (30) o relatório “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul”, com o
detalhamento do setor na Região Sul. O estudo mostra um panorama das áreas de
transporte, energia elétrica, gás natural, telecomunicações e saneamento
básico, bem como identifica gargalos e propostas para melhorias da
infraestrutura nos três estados do Sul.
Este é o
primeiro de uma série de cinco trabalhos regionais produzidos pela CNI que vão
trazer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras,
identificando necessidades de investimentos e pleitos do setor industrial. O
relatório do Sul será apresentado durante encontro na Federação das Indústrias
do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta segunda-feira e na Reunião de Diretoria da
CNI, marcada para esta terça-feira (30), também na sede da Fiergs, em Porto
Alegre.
O
presidente da CNI, Ricardo Aban, ressalta que o relatório busca contribuir para
a melhora da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento
da indústria e da economia. “Esse estudo é fruto de uma articulação com
empresários e com as federações das indústrias da Região Sul no intuito de
preparar e fortalecer a infraestrutura dos estados para a neoindustrialização
que o Brasil precisa”, afirma Alban.
Para o
presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, uma infraestrutura que facilite
o escoamento da produção é condição fundamental para reter e atrair
investimentos. “A carência que temos nesta área ameaça o desenvolvimento
econômico do Estado. Além disso, nos impõe um grande desafio para acelerar a
conclusão das obras prioritárias, cujo tempo de execução de algumas delas já
superam dez anos”, diz Petry.
O trabalho
é dividido em três partes principais:
- Retrato da Infraestrutura: Etapa descritiva que contempla diversos dados do
setor de infraestrutura extraídos de diferentes fontes oficiais;
- Pesquisa de percepção do empresário industrial: Diagnóstico realizado por empresários locais sobre as
condições de infraestrutura e prioridades de investimento na região;
- Propostas para avançar na infraestrutura: Uma série de propostas regionais (Federações de
Indústria) e nacionais (CNI) para mitigação dos principais problemas de
infraestrutura.
O diretor
de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, alerta que a infraestrutura
deficiente é um dos principais componentes do Custo Brasil. “Encontrar formas
de superar os obstáculos colocados pelo Custo Brasil deve ser uma prioridade da
indústria brasileira” destaca o diretor da CNI. Muniz menciona que 81% das
empresas do Sul sinalizaram a precariedade da malha de transporte como
principal gargalo de infraestrutura. Segundo ele, a má qualidade dessas
infraestruturas tem impacto direto sobre os acidentes, o meio ambiente e a
competitividade da região.
“A
infraestrutura deficitária de transportes afeta a segurança viária, eleva a
emissão de poluentes, gera engarrafamentos e pressiona os custos logísticos em
virtude do aumento do consumo de combustível e deterioração dos veículos. Como
consequência, o setor produtivo perde competitividade em relação a outros
mercados”, pontua o diretor da CNI.
Gargalos da
infraestrutura identificados por empresários da Região Sul:
- Qualidade
das rodovias
- Acesso
aos portos
- Falta de
hidrovias
- Custo da
energia
- Custo dos
combustíveis
-
Disponibilidade de fibra ótica
-
Tratamento de água e esgoto
De acordo
com Roberto Muniz, apesar das dificuldades em estabelecer uma carteira
prioritária de projetos para investimento, o governo federal tem feito esforços
para reduzir o déficit de infraestrutura no país. O Novo PAC, elaborado em
parceria com estados e municípios, foi anunciado no ano passado com previsão de
R$ 231,1 bilhões para serem alocados na Região Sul – a maior parte para o eixo
“Transporte Eficiente e Sustentável”.
Potencial
do Sul para a agenda de transição energética
O relatório
destaca ainda a relevância que a região tem para a produção de energia limpa e
renovável. A Usina de Itaipu, por exemplo, localizada no Rio Paraná, é a
terceira maior do mundo em termos de capacidade instalada, com 14.000 MW. Já em
termos de empreendimentos de eólica offshore com pedido de licenciamento no
Ibama, o Sul conta com o maior potencial bruto do Brasil.
“Com a tendência
global de implementação de políticas que promovam a redução das emissões de
gases de efeito estufa, a região tem potencial para desempenhar papel
estratégico na transição energética”, afirma Roberto Muniz.
Números do
trabalho
O “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.
Propostas
elencadas pelas federações estaduais da indústria para a Região Sul
Rodovias
- Realizar
obras de adequação, manutenção e expansão de corredores rodoviários
estratégicos como: BR-101; BR-290; BR-376; BR-277; BR-476; BR-116; e
BR-392.
- Avançar
nas obras do Contorno da Baía de Guaratuba; da Nova Ponte do Guaíba; da
Nova Ponte Brasil e Argentina e da Ponte do Fandango.
Hidrovias
- Realizar
reformas estruturais das represas equipadas com eclusas (Amarópolis, Bom
Retiro do Sul, Dom Marco e Fandango).
- Dragagem
de desassoreamento e balizamento da Hidrovia de Lagoa Mirim (Brasil -
Uruguai), incluindo o Canal de São Gonçalo/RS.
- Eliminar
os gargalos presentes na Lagoa dos Patos e Lago Guaíba relacionados ao
assoreamento de canais.
- Instalação
de estruturas de proteção dos pilares das duas pontes sobre o Rio Guaíba.
Portos
- Ampliar
o calado nos principais portos da Região (Porto de Paranaguá, Complexo
Portuário da Baía da Babitonga e Porto de Itajaí).
- Desestatizar
portos a partir da adoção de administração portuária autônoma, sem
ingerência política.
- Realizar
a derrocagem para remoção de rocha do canal de acesso do Porto de Laguna.
- Elaborar
acesso rodoferroviário ao Porto de São Francisco do Sul.
Ferrovias
- Acompanhar
e fiscalizar o processo de concessão (renovação antecipada ou nova
concessão) da Malha Sul.
- Estabelecer
uma nova descida da serra do mar para acesso ferroviário ao Porto de
Paranaguá.
- Viabilizar
um ramal ferroviário entre Chapecó e Passo Fundo para integrar a malha da
Região Sul com a Nova Ferroeste.
Aeroportos
- Implantar
uma nova pista no aeroporto Afonso Pena.
- Construir,
reformar e reaparelhar o aeroporto Santa Terezinha em Joaçaba.
- Realizar
obras de expansão e homologação dos equipamentos e procedimentos de pouso
para situações meteorológicas adversas no aeroporto de Caçador.
Energia
elétrica
- Buscar
uma solução junto a ANEEL para autorizar o Grupo Cobra a assumir o
empreendimento UTE Rio Grande.
- Superar
as barreiras regulatórias, mercadológicas, tecnológicas, e de
infraestrutura para geração de energia eólica.
- Destravar
os projetos de pequeno porte de geração hídrica que estão em tramitação
junto a ANEEL ou na fase de licenciamento ambiental.
Gás Natural
- Garantir
investimentos estruturais para ampliação da capacidade do Gasbol.
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