IMPRENSA
03 de August de 2021 - 09h05

A- A A+

Testes em tecidos antivirais têm 99 por cento de eficácia contra a Covid-19

Até o momento, 10 empresas foram avaliadas pelo SENAI e Fiocruz para analisar a eficácia antiviral dos tecidos em relação a transmissão do coronavírus e outras doenças respiratórias


Pesquisadores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) testam tecidos antivirais capazes de filtrar até 99% das partículas virais contra doenças como o coronavírus, sarampo, influenza e rubéola. Os testes fazem parte de um acordo firmado entre o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil - SENAI CETIQT e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), unidade técnico-científica da Fiocruz, para realização de testes antiviral em tecidos que estão sendo desenvolvidos pelo Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras.

 

A Bio-Manguinhos está avaliando, experimentalmente, a eficácia de tecidos antivirais em relação a transmissão do novo coronavírus e outras doenças respiratórias. Os testes que estão sendo realizados em seu Laboratório de Tecnologia e Virologia (LATEV) e na plataforma NB3 multiuso do Instituto Oswaldo Cruz – IOC, tiveram início em fevereiro e devem durar até dezembro de 2021, com a possibilidade de prorrogação de prazo. Até o momento, 10 empresas já foram avaliadas.

 

“Nós observamos o surgimento de novas variantes da cepa e sabemos que o vírus sofre novas mutações o tempo todo. O tecido é mais um meio de se proteger. Logicamente, uma coisa não subtrai a outra e além da vacina, estes têxteis se transformam em mais uma arma para lutarmos contra esse vírus”, analisa Raphael Bergamini, pesquisador do SENAI CETIQT. Ele ainda reforça a importância do projeto para a instituição. “Essa é uma parceria muito valiosa para nós, pois seremos os catalizadores da indústria têxtil brasileira na avaliação desses materiais antivirais”. 

 

Segundo o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico da Bio-Manguinhos, Sotiris Missailidis, esse é um momento histórico para a instituição. Aproveitando o Marco Legal de Ciência e Tecnologia e, em meio à maior crise de saúde pública, a parceria permite que todos saiam da “zona de conforto” e apliquem o conhecimento científico em áreas fora da tradicional linha de atuação, visando oferecer retorno para a sociedade na frente de materiais impregnados com produtos antivirais e antibacterianos.

 

“No começo, com financiamento do SENAI, era um projeto de pesquisa. Atraiu atenção e deu a possibilidade de virar uma prestação de serviços, com o apoio do SENAI CETIQT, para usar a infraestrutura e conhecimento dos profissionais da Bio-Manguinhos no crescimento, inativação e neutralização de vírus. Além da testagem de materiais oriundos de parceiros da indústria têxtil, que tradicionalmente não teriam esta capacidade”, revela. 

 

Inovação e tecnologia aliados da indústria têxtil

 

Até o momento, 10 empresas foram avaliadas e apresentaram eficácia para os tecidos analisados. As pesquisas para enfrentar a pandemia do coronavírus não se restringem apenas à busca da vacina ou medicamentos que ajudem no combate à doença. Por meio da inovação e da tecnologia a indústria têxtil tem investido em alternativas para o enfrentamento da doença com a produção de tecidos capazes de reduzir a carga viral de transmissão do vírus.

 

Com a análise desses tecidos, malhas, fibras, é possível desenvolver novas formulações, que aprovadas, permite criar uma linha de produtos para diversos setores da indústria, como a produção de máscaras, jalecos, uniformes, por exemplo.

 

Empresas de saúde que já possuem tecidos antivirais também podem participar do experimento. As companhias que quiserem enviar o material produzido para a análise, receberão orientações e tecnologia para a melhoria dos tecidos antes produzidos.

 

A indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

 

Acompanhe todas as notícias sobre as ações da indústria no combate ao coronavírus na página especial da Agência CNI de Notícias


Mais notícias

Estoque de produtos industriais volta ao patamar planejado pelas empresas depois de seis meses, revela CNI

Alta dos juros e desvalorização do real derrubam Índice de Confiança do Empresário Industrial de dezembro, mostra CNI

Aumentar Selic é insistir no erro, avalia CNI

PEC sobre operações de crédito no exterior pode inviabilizar financiamentos à exportação, avalia CNI