Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
CNI projeta crescimento de 1,4 por cento para o PIB em 2022
Instituição revisou para cima a previsão do Produto Interno Bruto brasileiro devido à melhoria no mercado de trabalho e ao aquecimento do setor de serviços no primeiro semestre. Indústria deve crescer 0,2%
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta
crescimento de 1,4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de
acordo com o Informe Conjuntural
do 2º trimestre. O percentual se aproxima da previsão de alta de 1,2% feita em
dezembro de 2021, antes da guerra na Ucrânia e do agravamento da pandemia de
Covid-19 na China, que pressionaram preços e adiaram as expectativas de
normalização das cadeias globais de produção. Esses fatores levaram a CNI, em
abril, a prever uma expansão da economia menor, de 0,9%. No entanto, o primeiro
semestre de 2022 tem sido marcado por um bom desempenho da atividade econômica
no Brasil, com melhoria no mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor
de serviços.
O
gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que o setor
de serviços surpreendeu positivamente no primeiro trimestre. A indústria
registrou altas moderadas da produção ao longo do primeiro trimestre, pouco
acima do previsto, com maior dinamismo em setores ligados a commodities. “Os
dados do segundo trimestre disponíveis até o momento permitem esperar
continuidade desse bom desempenho”, explica o economista.
Uma série
de impulsos ajudam a explicar o desempenho favorável da atividade econômica na
primeira metade de 2022. A recuperação do mercado de trabalho segue firme, com
o emprego em elevação desde 2020, totalizando 97,5 milhões de pessoas ocupadas,
maior ocupação desde o início da série, em 2012. O rendimento médio real também
vem crescendo, a despeito da inflação elevada. Revisamos nossa expectativa de
taxa de desemprego média no ano, de 12,9% para 10,8%, e o crescimento da massa
salarial real, de 1,4% para 1,6%.
Antecipação
do 13º salário e liberação do FGTS aqueceram economia no primeiro semestre
Mário
Sérgio enumera alguns fatores transitórios que também contribuíram para um
desempenho melhor no primeiro semestre. São eles: adiantamento do 13º salário
para aposentados e pensionistas do INSS; liberação de saques do FGTS; retomada
do pagamento do abono salarial; e aumento das transferências diretas de renda.
Dessa
forma, a CNI revisou também as projeções para o PIB da Indústria e de Serviços.
Além do aumento da massa salarial, o setor de serviços também tem sido
beneficiado pela normalização pós-pandemia de serviços ligados à mobilidade.
Assim, a projeção de crescimento passou de alta de 1,2% para alta de 1,8%. A
Indústria, por sua vez, segue enfrentando dificuldades, mas a projeção de PIB
industrial passou de queda de 0,2% para alta de 0,2%. A revisão da Agropecuária
foi no sentido inverso, com previsão de estabilidade (0%), ante alta de 1,3%. O
recuo ocorre devido aos efeitos do clima adverso no início do ano para a soja,
que foram mais intensos do que o previsto.
Selic deve
encerrar o ano em 13,75%
A inflação por todo o mundo
surpreendeu negativamente na maior parte do primeiro semestre. No Brasil, a CNI
revisou para cima a previsão de inflação (IPCA) para 2022, de 6,3% ao ano para
7,6% ao ano, mesmo considerando o significativo impacto da redução do ICMS de
combustíveis (gasolina, diesel e etanol), energia elétrica, telecomunicações e
transporte coletivo. Por conta disso, a taxa de juros Selic foi elevada para
além de das expectativas do primeiro trimestre, com a expectativa de mais uma
elevação em agosto, que levaria a taxa para 13,75% ao ano até o fim de 2022.
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