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Dia da Educação Profissional: Brasil patina e se distancia da meta do Plano Nacional de Educação
PNE
estabelece 4,8 milhões de matriculados, mas Brasil fecha 2021 com 1,8 milhão e
queda de 0,9% em comparação a 2018. Números contrariam expectativas dos jovens
e do mercado de trabalho
Nos últimos
anos, o Brasil patinou e não conseguiu avançar na expansão da educação
profissional técnica de nível médio, distanciando-se da meta do Plano Nacional
de Educação (PNE) e contrariando o interesse dos jovens e dos empregadores por
esse tipo de formação.
De acordo
com o PNE, o país deveria triplicar as matrículas no período de 2014 a 2024,
chegando a 4,8 milhões; contudo, em oito anos, o número não alcançou 2 milhões.
Além de não evoluir no ritmo esperado para a década, houve uma queda de 0,9% de
2018 para cá, com o ano de 2021 fechando em 1,8 milhão de matrículas. Os dados
são do relatório 4° ciclo de
monitoramento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Analisar o
período mais recente é relevante não só para entender o impacto e as lacunas
deixadas pela pandemia, mas também para refletirmos sobre as políticas e
iniciativas em andamento, afirma o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael
Lucchesi.
"A
formação profissional e o curso técnico contribuem para elevar o nível de
escolaridade da população e a empregabilidade dos alunos, e, por isso, devem
ser vistos por governos, instituições de ensino, empresas e pela própria
sociedade civil como política educacional e de emprego prioritária”, defende
Lucchesi.
Formação
deve contribuir para reduzir desemprego entre jovens
Prova do
interesse do jovem por essa formação é o crescimento no número de alunos de
cursos técnicos do SENAI. Em todo o ano passado, a instituição, que é
referência na formação para ocupações de base industrial, registrou 232 mil
matrículas. No ano de 2018, foram cerca de 178 mil.
Anualmente,
o SENAI realiza uma pesquisa com os ex-alunos para avaliar a empregabilidade. A
mais recente, com egressos de 2020 a 2022, mostra que 76% estão empregados em
até um ano depois de formados. O diretor-geral destaca que mais de 50% dos
alunos de cursos técnicos são jovens, grupo que, no Brasil, responde pelas
maiores taxas de desemprego: enquanto a média de desocupação da população em
geral é 9,3%, para quem tem entre 18 e 24 anos o índice chega a 19,3%.
Rafael Lucchesi chama atenção para outro levantamento, o de
demanda por formação e de novas vagas. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, até 2025, devem ser
abertas 136 mil novas vagas de nível técnico em ocupações de base industrial,
um crescimento de 6,3%. Nesses quatro anos, o país vai precisar qualificar 303
mil pessoas em formação inicial – para repor inativos e preencher as novas
vagas – e requalificar 1,4 milhão de técnicos já formados, que estão no mercado
de trabalho, mas precisam se atualizar.
Sendo
assim, ampliar a oferta da educação profissional é preocupação dos
empregadores. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra
que 1 em cada 3 empresários afirma que a educação deve ser a principal
prioridade do presidente eleito; e, para 34%, o ensino técnico é o nível que
mais precisa do olhar do poder público, seguido pelo ensino básico e médio. Já,
entre a população, a alfabetização aparece como prioridade
para 36% das pessoas e o ensino técnico para 20%.
O que é a
educação profissional e quem faz?
O 23 de setembro
foi escolhido como Dia da Educação Profissional em razão da data da assinatura
do decreto que criou 19 escolas de aprendizes artífices, em 1909. A Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) é uma modalidade de formação que tem como
objetivo preparar o aluno para o exercício de uma profissão. Para desenvolver
no jovem ou adulto as competências exigidas pelo mundo do trabalho, ela deve
apostar em atividades práticas e conteúdo bem atual, alinhado com a realidade e
as necessidades das empresas e do futuro do trabalho.
As
propostas dos quatro candidatos à Presidência mais bem colocados nas pesquisas
defendem a valorização do ensino técnico ou a retomada do Plano Nacional de
Educação, mas o desafio para quem for eleito será grande.
Confira o
retrato da educação profissional técnica no Brasil
*Dados do
relatório de monitoramento do PNE 2021
1.851.541
matrículas em todo o país
Estados com maior número de
matrículas
São Paulo -
443.542
Rio de Janeiro - 162.880
Bahia - 158.064
Rio Grande do Sul - 129.743
Minas Gerais - 114.486
*A Região
Sudeste se destaca com mais de 765 mil matrículas
Sexo
Masc. 42,1%
Fem. 57,9%
Cor/raça
Pretos -
36,72%
Brancos -
33,12%
Amarelos
- 0,47%
Indígenas -
0,31%
Não
declarados - 29,38%
Dependência
administrativa
17,9% rede
federal
43,2% rede
estadual
1,2% rede
municipal
37,8% rede privada (inclui
os serviços nacionais de aprendizagem, como o SENAI)
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