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População aprova mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio
Pesquisa do
SENAI e do SESI revela que menos de 15% dos brasileiros acham que hoje o jovem
sai preparado para faculdade ou mercado de trabalho. Embora pouco conhecidas,
medidas são bem aceitas
O novo
ensino médio começou a ser implementado nas escolas públicas e privadas do
país, no ano passado, de forma escalonada até 2024. Apesar de a população estar
pouco informada sobre o modelo, mais de 70% dos brasileiros aprovam as
principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de
currículo. A possibilidade de o estudante fazer um curso técnico é aprovada por
9 em cada 10 pessoas.
A pesquisa
do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI) ouviu 2.007 brasileiros
em abordagem domiciliar em dezembro de 2022. Os resultados são representativos
da população com mais de 16 anos e a margem de erro é de 2 pontos percentuais.
O material, que traz a percepção sobre a educação no Brasil, será divulgado em
três etapas (1 - Novo Ensino Médio, 2 - Ensino Técnico e 3 - Evasão e
prioridades).
- 55% estão
pouco ou nada informados sobre o modelo e apenas 15% estão informados ou muito
informados, mas quando são listadas as principais mudanças:
- 93% aprovam o
curso profissionalizante/técnico durante o ensino médio;
- 87% aprovam o
aluno fazer escolhas dentro do currículo que estejam relacionadas à carreira
que pretende seguir;
- 75% aprovam a
possibilidade de o aluno escolher parte das disciplinas que pretende cursar;
- 72% aprovam
novo modelo de currículo;
- 69% aprovam
aumento da carga horária.
Ensino
médio não prepara para o ensino superior nem para o mercado de trabalho
A boa
aceitação das mudanças vem acompanhada do fato de que o ensino médio é a
segunda etapa escolar com pior avaliação no que diz respeito à qualidade. A
alfabetização aparece em primeiro, com 20% dos entrevistados a avaliando como
ruim ou péssima, seguida pelo ensino médio, com 14%. O ensino fundamental tem
13%; creches, 11%; ensino técnico e ensino superior, 8%;
especialização/pós-graduação, 7%.
“A
percepção da maior parte dos brasileiros converge com todas as avaliações do
ensino médio. Temos um ensino de baixa qualidade, com altos índices de evasão e
distorção idade série, que não engaja nem dialoga com os anseios da juventude e
os desafios do século XXI. Mesmo pouco informada sobre a reforma do ensino
médio, a sociedade concorda que as mudanças são necessárias”, observa o
diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.
A última
etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória
profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57%
acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados
para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem
preparado.
Quando a
pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se
repete: 57% acham que prepara pouco ou nada, sendo que, entre os entrevistados
com ensino superior, o percentual aumenta para 71%. Só 14% dos brasileiros - 4%
de quem tem nível superior - avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado
para ingressar no mundo do trabalho.
>> Confira
entrevista com o diretor do SENAI e do SESI, Rafael Lucchesi, sobre os dados.
Na
entrevista, Lucchesi responde quais as principais conclusões da pesquisa, o que
o novo ensino médio traz de novidade e de pontos positivos, quais os desafios
para implementar o novo ensino médio, como o Brasil está em relação a outros
países e se há experiências internacionais que podem servir de inspiração.
Expectativas
com o novo modelo
A percepção
de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das
principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas.
Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55%
acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito
grande. Na população geral, esse índice é de 40%.
Além disso:
- 83% acreditam
que o novo ensino médio irá desenvolver os conhecimentos, habilidades e
atitudes necessárias para os jovens;
- 83% que as
escolas brasileiras irão formar jovens mais preparados para os desafios e
demandas do atual mercado de trabalho;
- 80% que irá
promover a elevação da qualidade do ensino no país.
>> Entenda
tudo que muda com no Novo Ensino Médio.
O SENAI e o
SESI
O Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Social da Indústria
(SESI) foram criados em 1942 e 1946, respectivamente, como uma rede nacional
responsável por iniciativas de apoio ao setor industrial brasileiro na área de
educação profissional e básica, inovação, tecnologia, saúde e segurança no
trabalho. Integram essa rede ainda a Confederação Nacional da Indústria (CNI),
o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), as federações estaduais da indústria dos 26
Estados e do Distrito Federal, além de 1.280 Sindicatos Patronais Industriais.
Hoje o SESI conta com mais
de 400 escolas e 200 mil alunos de ensino infantil, fundamental, médio e
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, a rede foi pioneira na
implementação do novo ensino médio, em parceria com o SENAI. Desde então, já
passaram pelo modelo mais de 50 mil alunos. Em 2022, foram 28.517 mil
matrículas do 1º ao 3º do ano do novo ensino médio.
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