Presidente da FIERO participa da COP29 e defende o protagonismo da indústria Amazônica
Aprovação da reforma tributária é conquista para todo o país, diz CNI
A
modernização do sistema de tributos sobre o consumo permitirá aos
contribuintes, cidadãos e empresários, pagar os seus impostos de forma mais
racional e transparente
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a
aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, na madrugada desta
sexta-feira (7), uma conquista para todo o país. Aguardada há mais de 30 anos,
a modernização do sistema de tributos sobre o consumo permitirá ao
contribuinte, cidadãos e empresários, pagar os seus impostos de forma mais
racional e transparente, de acordo com regras claras e compatíveis com os
melhores modelos utilizados mundo afora.
O
presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca que o projeto construído
pelo Congresso Nacional é resultado de um amplo debate na sociedade. “Essa
proposta traz um conjunto de virtudes que, uma vez em vigor, serão benéficas
para todos os setores econômicos e para os brasileiros em geral. Vamos ter no
Brasil, enfim, um sistema tributário moderno e que deixará de ser um estorvo
caro no dia a dia de quem paga seus impostos, não importa quem seja”, afirma.
Para a CNI,
é crucial que a reforma tributária avance com celeridade no Senado, mantendo os
pontos positivos da proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. “O modelo que
defendemos elimina o principal obstáculo para o Brasil crescer de forma
sustentada, por remover travas ao investimento e promover um ambiente de
negócios que favoreça o crescimento das empresas, a geração de emprego e a
melhora da renda do brasileiro”, completa o presidente da CNI.
Conheça
abaixo os principais avanços da reforma tributária e como elas contribuem para
melhorar o dia a dia do contribuinte:
FIM DA
CUMULATIVIDADE
No sistema
atual, há impostos que incidem sobre impostos cobrados sobre bens e serviços.
Essa distorção representa uma tributação adicional e oculta, que vai se
acumulando em cada etapa da cadeia de consumo, da matéria prima até o produto
finalizado chegar no consumidor – o chamado “resíduo tributário”. O IVA Dual
põe fim à cumulatividade ao criar um sistema claro e racional de créditos
tributários que, finalmente, conseguirão ser aproveitados pelas empresas de
todos os setores da economia.
>> Por
que é um avanço: o modelo acaba com o resíduo tributário, impostos que se
acumulam ao longo da cadeia de consumo. A existência dessa tributação oculta
penaliza as empresas brasileiras, seja quando exportam, seja na competição com
o produto importado no mercado brasileiro.
GARANTIA DE
DEVOLUÇÃO RÁPIDA DOS CRÉDITOS
Um dos
pontos centrais da proposta aprovada pela Câmara é a garantia de que os
créditos do IBS e da CBS serão devolvidos rapidamente aos contribuintes. Dois
pontos da proposta aprovada dão segurança aos contribuintes. O principal dele é
o recolhimento centralizado do IBS no Conselho Federativo e a previsão de
restituição dos créditos do IBS antes da distribuição da receita aos estados e
municípios. Além disso, há determinação de que seja previsto um prazo máximo de
restituição dos saldos credores de IBS e CBS em lei complementar.
>> Por
que é um avanço: A garantia e a rapidez na restituição dos saldos credores
são a essência do IVA em todos os países que o utilizam. Sem essa garantia, o
imposto não funciona.
DOIS IVAS
DE BASE AMPLA, INCIDENTES SOBRE TODOS OS BENS E SERVIÇOS
A reforma
tributária tem como foco os impostos que incidem sobre o consumo de bens e
serviços, que são obsoletos e repletos de problemas. Pelo novo modelo, será
criado o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) Dual, composto por um tributo
federal – a CBS – e outro subnacional – o IBS. A CBS substituirá o PIS, a
Cofins e o IPI, recolhidos ao governo federal. Já o IBS agregará o ICMS, dos
estados, e o ISS, dos municípios.
>> Por
que é um avanço: o modelo é mais simples que o atual, elimina um conjunto
de distorções que hoje existem e será transparente, o que significa dizer que o
consumidor saberá o quanto do preço que paga é imposto. Além disso, replica um
sistema já aplicado em mais de 170 países e que representa as melhoras práticas
internacionais.
IMPULSO ÀS
EXPORTAÇÕES
O fim da
cumulatividade e a garantia e a rapidez na restituição dos saldos acumulados do
IBS e da CBS às empresas têm impacto adicional para as empresas que exportam.
No sistema atual, como os impostos se acumulam e as empresas não conseguem
recuperar créditos tributários, o produto brasileiro chega nos mercados
internacionais com impostos embutidos no seu preço.
>> Por
que é um avanço: O Brasil passa a fazer o que todo o mundo faz. A não
oneração das exportações é uma prática comum aos países que adotam o sistema de
IVA. Na prática, os bens e serviços brasileiros terão mais isonomia para
competir com aqueles de outros países ao terem o tributo totalmente excluído de
seu preço final.
ESTÍMULO AO
INVESTIMENTO
O sistema
tributário brasileiro atual penaliza investimentos produtivos. Com a reforma,
será eliminada a incidência de ISS sobre essas operações – um tributo que as
empresas não conseguem recuperar como crédito – e ao prever crédito imediato do
IBS e da CBS. Hoje, as empresas que investem só podem recuperar seus créditos
após 48 meses e apenas quando começa a fase operacional de seus
empreendimentos.
>> Por
que é um avanço: os investimentos produtivos são aqueles que criam empregos
para a população e contribuem para o aumento da produtividade da economia. A
eliminação desta distorção contribui para tornar o Brasil mais atrativo para
receber investimentos relevantes para o crescimento da economia.
ALÍQUOTA
PADRÃO PARA TODOS OS BENS E SERVIÇOS
A reforma
avança ao prever uma alíquota padrão para bens e serviços. Porém, é preciso
estancar o crescimento do número de exceções, para as quais estão previstas
alíquotas reduzidas. A reforma acerta ao prever regimes favorecidos para
situações que também estão previstas em outros países que utilizam o IVA, como
os serviços de educação, bens e serviços de saúde, de transporte de
passageiros, produtos agropecuários in
natura e alimentos e produtos de higiene pessoal da cesta básica.
Mas a introdução de exceções adicionais, além de aumentar a alíquota padrão,
reduz a neutralidade e a simplificação do novo sistema tributário.
>> Por
que é um avanço: a reforma substitui uma legislação complexa e obsoleta,
que dá ampla margem para interpretações e judicialização. Na prática, a adoção
de poucas exceções à alíquota padrão simplificará o sistema tributário de
questionamentos sobre o enquadramento tributário de bens e serviços.
O SIMPLES
CONTINUA SIMPLES
A reforma tributária
prevê ao contribuinte escolher apurar o IBS-CBS por débito e crédito, mas
também mantém a opção por permanecer integralmente no regime unificado, no qual
a transferência dos créditos será equivalente ao montante cobrando pelo
Simples.
>> Por que é um
avanço: a reforma prevê um tratamento adequado à realidade das micro e
pequenas empresas brasileiras.
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