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17 de October de 2023 - 09h49

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Custos da indústria caem, mas estão 31,3 por cento acima do nível pré-pandemia, diz CNI

Os gastos industriais no segundo trimestre desaceleraram, entre outros, pela normalização das cadeias de insumos e menor pressão sobre os preços de energia

 

O Indicador de Custos Industriais (ICI) caiu 4,6% no segundo trimestre de 2023 na comparação com o primeiro trimestre deste ano. Este indicador é formado por outros três e todos estão menores. O custo de produção teve queda de 5,1%, o custo de capital recuou 6,3% e custo tributário ficou 0,6% abaixo do trimestre anterior.

 

A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, ao longo de 2023, houve um movimento gradual de queda no indicador de custos. No entanto, eles ainda estão em patamar elevado, 31,3% acima do nível pré-pandemia.

 

“A queda de custos sinaliza uma menor pressão nos preços de insumos e energia. É positivo que a maioria dos indicadores tenham melhorado na comparação com o trimestre passado, mas os custos industriais ainda estão em patamar bem elevado, o que prejudica a competitividade da indústria, tanto no mercado doméstico como no internacional”, diz a economista da CNI Paula Verlangeiro.

 

>> Confira sonora com a economista da CNI Paula Verlangeiro sobre o ICI.

 

Produção, capital e tributo. Por que os custos caíram?

 

Na produção, a queda nos custos reflete as reduções nos preços internacionais de commodities energéticas, que ainda estavam em ritmo de queda entre abril e junho, além da reorganização das cadeias globais e o menor gasto com bens intermediários. A redução não foi maior devido ao aumento do custo com pessoal, de 1,4%, impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e o fato do período referente ao segundo trimestre ser historicamente favorável ao aumento de contratações. Em um ano, o custo com mão-de-obra subiu 10,5%.

 

O custo com capital apresentou queda de 6,3%, influenciado pela redução na taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres para pessoa jurídica na comparação do segundo com o primeiro trimestre do ano. “O contexto ainda é de maior restrição na concessão de crédito e menor procura diante das taxas elevadas. A taxa média de juros para capital de giro, usada no indicador de capital, apresentou leve queda na passagem do primeiro para o segundo trimestre”, explica a economista.

 

O custo tributário, calculado pela soma dos tributos federais e estaduais pagos pela Indústria divididos pelo PIB industrial, apresentou queda de 0,6% na comparação do segundo com primeiro trimestre de 2023. Essa queda no indicador ocorreu porque o crescimento do PIB industrial foi mais que suficiente para compensar o aumento da arrecadação dos tributos considerados pelo indicador (IPI, PIS/Cofins e ICMS), no segundo semestre de 2023, na comparação com o trimestre anterior.


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