Indústria paga quase 10 por cento a mais do que outros setores, revela estudo inédito da CNI
Indústria vai à COP28 debater estratégia climática e mostrar soluções do setor
CNI levará
delegação recorde e terá estande com agenda intensa durante a conferência do
clima, com mais de 40 atividades e debates. Como membro-observador, entidade
também contribui para as negociações
A indústria
brasileira se prepara para uma participação recorde na 28ª Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), com a presença de mais de 100
empresários e uma intensa agenda de atividades. Pela primeira vez, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) terá um estande
próprio no evento e vai apresentar o trabalho que o setor vem fazendo para se
tornar cada vez mais sustentável.
O espaço de
100 m2 vai sediar debates, painéis e apresentações de empresas
convidadas. São mais de 40 atividades previstas, em que serão discutidos temas
como financiamento climático, mercado de carbono, o potencial da energia eólica
offshore e de novas tecnologias, ações necessárias para adaptação às mudanças
climáticas e capacitação dos países em desenvolvimento para lidar com essas
questões.
Duas
plantas industriais estarão expostas no estande para mostrar como produzir
hidrogênio verde – energia sustentável na qual o Brasil é uma potência em
ascensão - e como a semente de macaúba, uma palmeira nativa e disseminada pelo
território brasileiro, pode se tornar um biocombustível.
“A agenda
ambiental é uma questão central e um fator de competitividade para a indústria
no Brasil e a COP28 é uma oportunidade de mostrar como a indústria brasileira
já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às
mudanças climáticas. Mostraremos que nós já fizemos, há muito tempo, o que
muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora”,
destaca Ricardo Alban, presidente da CNI.
O dirigente
exemplifica: “A nossa indústria, principalmente aquela intensiva em uso de
energia, como a do cimento, por exemplo, já fez esse dever de casa e temos
muito para compartilhar com o mundo. As emissões de gases de efeito estufa dos
fabricantes de cimento instalados no país são 10% menores do que a média
mundial”, diz.
Pesquisa recente realizada pela CNI com cerca de mil
empresários industriais corrobora a preocupação do setor em relação à
sustentabilidade. De acordo com o levantamento, nove em cada dez empresas industriais
(89%) adotam medidas para reduzir a geração de resíduos sólidos, 86% têm ações
para otimizar o consumo de energia e 83% implementam medidas para otimizar o
uso de água.
>> Clique
aqui para ver a programação do estande da COP28.
Diálogo
empresarial busca oportunidades de negócios e investimentos
No dia 6 de
dezembro, a CNI realizará o Diálogo
Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono, evento que
proporcionará um debate entre o setor empresarial brasileiro e estrangeiro
alicerçado em quatro pilares estratégicos: transição energética, mercado de
carbono, economia circular e conservação florestal. O objetivo é proporcionar
um ambiente de relacionamento e oportunidades entre indústrias brasileiras,
congêneres de outros países e organismos internacionais.
Serão
abordadas possibilidades de negócios e investimentos para a descarbonização da
indústria e a contribuição do setor para que o país consiga atingir as metas de
redução de emissões e dos assuntos relevantes da agenda climática discutidos na
COP28. É também um espaço para prospectar parcerias, tendência e novas
tecnologias que contribuam para a competitividade e a sustentabilidade da
indústria.
Contribuições
para a negociação global
A CNI
também participa da conferência como membro-observador, contribuindo ativamente
com o governo brasileiro nas negociações que realizará junto às demais partes.
Nesse sentido, algumas das ações defendidas pelo setor incluem a definição da
estratégia de descarbonização da economia, o avanço na implementação do mercado
global de carbono e a mobilização dos países para o financiamento climático.
As
propostas se encontram no documento Visão da Indústria para a COP28, entregue
ao governo em outubro. Confira aqui.
“Considerando
a importância de o setor empresarial conhecer e gerir as oportunidades e os
riscos que os eventos climáticos extremos podem acarretar aos negócios, a CNI
entende que a COP28 será estratégica para avançar na definição da meta global
de adaptação à mudança do clima. Na última COP, o progresso nas negociações da
agenda de adaptação à mudança do clima ficou abaixo do esperado, apesar dos
relatórios do IPCC demostrarem, de forma robusta, que os impactos das mudanças
do clima serão cada vez mais frequentes e severos”, destaca o presidente Alban.
Sobre o
evento
A COP28 acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai,
nos Emirados Árabes Unidos, e reunirá líderes governamentais, executivos,
especialistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo para avaliar
o progresso já alcançado pelo Acordo de Paris e estabelecer novas estratégias e
medidas efetivas pelos países. São esperados mais de 70.000 participantes,
incluindo chefes de estado, funcionários governamentais, líderes industriais,
acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil.
Objetivos
da CNI na COP28
-
Apresentar experiências bem-sucedidas do setor industrial brasileiro
relacionadas à estratégia de baixo carbono da CNI, nos 4 pilares: transição
energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal e
bioeconomia.
- Debater
estratégias e iniciativas em neutralidade climática, adaptação climática,
financiamento climático e comércio internacional.
- Discutir
experiências internacionais e desafios da implementação de Sistemas de Comércio
de Emissões, bem como a implementação do Artigo 6º do Acordo de Paris
(regulamentação do mercado de carbono), considerando as regras aprovadas na
COP26 e na COP27.
- Dialogar
sobre políticas, programas e investimentos mundiais em bioeconomia, economia
circular e tecnologias verdes como hidrogênio de baixo carbono, captura uso de
carbono, entre outras.
- Promover
a COP30 que acontecerá em Belém do Pará, em 2025.
Parceiros
no estande da CNI
O estande
da CNI na COP28 tem como coorganizadores o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). São parceiros da iniciativa:
Petrobras, Porto do Açu, Acelen, Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP),
Cosan, Atvos, Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Vale,
Suzano, Latam, JBS, Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), BRF, Marfrig e o
Sistema Transporte - Confederação Nacional do Transporte (CNT), Serviço Social
do Transporte (SEST) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) e
Instituto de Transporte e Logística (ITL).
Todos os painéis realizados
no estande serão gravados e divulgados no dia seguinte no canal da CNI no
YouTube.
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