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CNI aumenta de 2,4 por cento para 3,4 por cento a projeção de crescimento do PIB de 2024
Entidade
altera de 2,3% para 3,2% a expectativa de alta do PIB industrial, com
contribuições expressivas dos segmentos de transformação e construção, que
caíram no ano passado
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve subir 3,4% em 2024, projeta o Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (10). A expectativa da CNI para o crescimento da economia aumentou 1 ponto percentual em relação ao levantamento anterior, que previa alta de 2,4%.
O superintendente de Economia
da CNI, Mário Sérgio Telles explica o que levou a entidade a rever o
crescimento do PIB deste ano de forma expressiva.
“A CNI aumentou a previsão do
PIB de 2024, principalmente, por causa do desempenho da economia no primeiro
semestre, que foi muito positivo, acima das nossas expectativas. Além disso, os
fatores que têm contribuído para o crescimento não devem desaparecer até o fim
do ano e o segundo semestre vai ter como base de comparação o período mais
fraco da atividade em 2023”, afirma.
Entre as razões para o
desempenho da economia, sobretudo para sustentar a demanda e o investimento,
estão o aumento do consumo das famílias, consequência de um mercado de trabalho
aquecido; a alta da massa salarial e a maior oferta de crédito; além dos gastos
do governo. Apesar de prever menor intensidade, a Confederação acredita que
esses fatores seguirão impulsionando a atividade na segunda metade de 2024.
Emprego e rendimento dos
trabalhadores em alta
Hoje em 6,9%, de acordo com o
IBGE, a taxa de desemprego deve continuar no mesmo patamar até o fim do ano,
aponta o Informe. Já a massa de rendimentos tende a crescer 7,4%.
Todos os segmentos industriais
devem crescer em 2024
Para o PIB da indústria, a CNI
reviu a projeção de alta de 2,3% para 3,2%. De acordo com o Informe, a
indústria de transformação deve avançar 2,8% em 2024, recuperando-se da queda
de 1,3% no ano passado. A melhoria do segmento este ano se deve, sobretudo, à
maior demanda por bens industriais.
A indústria da construção, por
sua vez, deve crescer 3,7%, acima do PIB. A maior demanda e os lançamentos do
Programa Minha Casa, Minha Vida ajudam a explicar a projeção positiva para o
segmento, segundo a CNI.
O PIB da indústria extrativa
deve crescer 3,1%, enquanto o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e
atividades de gestão de resíduos deve subir 3%.
A exemplo do que ocorreu no
primeiro semestre, a atividade do setor de serviços tende a se manter elevada
no segundo semestre. Deve registrar o maior crescimento entre os setores
econômicos em 2024: alta de 3,5%, de acordo com a CNI.
No caso do PIB da
Agropecuária, a CNI projeta queda de 3% em 2024 na comparação com o ano
passado. Embora a produção animal tenha se expandido fortemente no primeiro
semestre de 2024, o crescimento não compensa o impacto da queda da produção
vegetal, afetada pelas adversidades climáticas relacionadas ao El Niño após um
2023 de desempenho muito positivo.
Impacto da Selic sobre o crédito deve ser mais sentido em 2025
De acordo com as projeções da
CNI, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará mais dois
aumentos de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia. Hoje em
10,75% ao ano, a Selic deve fechar o ano em 11,25%.
Mário Sérgio Telles avalia que
os efeitos da alta da Selic devem ser percebidos efetivamente a partir do ano
que vem.
“O crédito é um fator muito
importante de crescimento esse ano. Infelizmente, teve início um novo ciclo de
aumento da Selic, mas como esse aumento começou recentemente, não deve ser
sentido totalmente em 2024. A elevação da Selic deve impactar negativamente o
crédito, o consumo e o crescimento econômico em 2025. É o ponto de maior
preocupação da CNI com relação ao cenário econômico”, aponta.
Mesmo em um contexto de
política monetária mais restritiva, a CNI espera crescimento de 7,3% nas
concessões totais de crédito este ano. Já os investimentos devem subir 5%,
segundo a entidade.
O maior volume de
investimentos no segmento da construção e na compra de bens de capital, como
máquinas e equipamentos, é uma sinalização positiva para o futuro da economia,
diz Mário. “É um sinal de que a capacidade de produção da economia brasileira
está aumentando e isso pode sustentar um ritmo de crescimento em torno de 3%
nos próximos anos”, projeta.
Expansão fiscal tende a desacelerar
Para a CNI, a tendência é que
a expansão dos gastos públicos continue no segundo trimestre, mas a um ritmo
mais lento do que o observado na primeira metade do ano. Se, por um lado, isso
contribui menos para o crescimento da demanda, por outro, traz melhores
perspectivas para o ajuste das contas públicas, diminuindo a pressão
inflacionária.
A entidade projeta que o
governo federal terá um déficit primário de R$ 51,1 bilhões, o equivalente a
0,44% do PIB.
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