FIERO afirma que concessão da BR-364 facilitará logística, o grande gargalo na região
Buscaremos diálogo e alternativas para reverter decisão dos EUA, diz CNI
Entidade
lamenta a taxação das importações de aço e alumínio e manifesta preocupação com
a medida. País é o principal destino das exportações da indústria de
transformação brasileira
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamenta a decisão do governo dos Estados Unidos de impor
tarifas de 25% indistintamente para todas as importações de aço e alumínio. A
medida atinge diretamente a indústria brasileira e os possíveis impactos dela
decorrentes causam enorme preocupação ao país. O Brasil é o quarto maior
fornecedor de ferro e aço aos EUA – 54% das exportações brasileiras desses
produtos são para o país. A CNI está atenta à implementação das taxas e, junto
ao governo brasileiro, buscará diálogo com os EUA na tentativa de reverter a
decisão.
“Essa medida é prejudicial
tanto para a indústria brasileira quanto para a norte-americana. Lamentamos a
decisão e vamos atuar em busca do diálogo para mostrar que há caminhos para que
seja revertida. Temos todo o interesse em manter a melhor relação comercial com
os EUA, que hoje são o principal destino dos produtos manufaturados do Brasil,
mas precisamos conciliar os interesses dos setores produtivos dos dois países”,
afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O dirigente destaca que a
parceria econômica entre Brasil e Estados Unidos é estratégica para a indústria
brasileira. “Temos fluxos comerciais e de investimentos altamente
diversificados. A CNI trabalha para aprofundar essa relação por meio de uma
agenda voltada ao fortalecimento do relacionamento bilateral e da integração
internacional”, completa. Por isso, reforça Alban, o Brasil deve trabalhar para
construir alternativas consensuais e que preservem essa relação comercial
histórica.
Dados sobre o comércio de
ferro e aço
- O Brasil exportou US$ 4,1
bilhões FOB desses produtos para os EUA em 2024. É o principal destino das
exportações brasileiras desse produto.
- Esse total correspondeu a
54,4% das exportações brasileiras desses produtos para o mundo.
- O valor corresponde a 1,2%
das exportações brasileiras totais de bens.
- Os produtos citados no
decreto presidencial correspondem a 10,4% do valor exportado brasileiro para os
Estados Unidos em 2024.
- Além dos Estados Unidos, os
demais principais parceiros comerciais do Brasil na exportação de produtos de
ferro e aço citados no decreto presidencial das tarifas incluem México (4,6% do
valor exportado), Canadá (3,7%), Peru (2,7%), República Dominicana (2,7%) e
França (2,3%).
- O Brasil foi a 4ª principal
origem das importações americanas dos produtos de ferro e aço citados no
decreto no ano de 2023, com 8,2% do total importado. Os principais países dos
quais os EUA importam esse produto são Canadá (23,4% do total importado),
México (12,4%) e Coreia do Sul (9,7%).
Fonte: MDIC
As exportações industriais são
essenciais para o crescimento econômico e o fortalecimento da competitividade
do Brasil, por isso a medida anunciada pelo governo norte-americano causa
apreensão ao setor. Os Estados Unidos são o principal parceiro do Brasil nas
exportações da indústria de transformação, especialmente de produtos com maior
intensidade tecnológica, comércio de serviços e investimentos bilaterais. Em
2024, a indústria de transformação brasileira exportou aos EUA US$ 31,6 bilhões
em produtos.
É importante destacar que o
Brasil não representa uma ameaça comercial para os Estados Unidos. A balança
comercial entre os países é, desde 2008, favorável aos americanos, ao contrário
do que ocorre entre os EUA e Canadá, China e México. Em 2024, o Brasil exportou
US$ 40,4 bilhões e importou US$ 40,7 bilhões. Outro ponto que precisa ser
levado em consideração é que as exportações brasileiras, em especial no caso do
aço, são complementares à cadeia produtiva lá existente. Os produtos exportados
pelo Brasil não são concorrentes com a produção norte-americana.
Dessa forma, uma consequência
direta da medida anunciada pelos Estados Unidos será o aumento de custos para
os produtores norte-americanos. Apenas a médio e longo prazo é que se poderia
pensar em um processo de substituição das importações por produção interna nos
EUA.
De acordo com a Associação
Brasileira do Alumínio (Abal), 16,8% das exportações brasileiras do metal têm
como destino os EUA. Esse mercado movimentou US$ 267 milhões do total de US$
1,5 bilhão exportado pelo setor em 2024. Em termos de volume, os EUA foram o
destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de
produtos de alumínio.
Com a implementação da
sobretaxa, o alumínio brasileiro se tornará significativamente menos atrativo
comercialmente. Além dos impactos na balança comercial, outra preocupação são
os efeitos indiretos associados ao aumento da exposição do Brasil aos desvios
de comércio e à concorrência desleal. Produtos de outras origens que perderem
acesso ao mercado norte-americano buscarão novos destinos, incluindo o Brasil,
e podem saturar o mercado interno de produtos a preços desleais.
Segundo o Instituto Aço
Brasil, especificamente em relação ao comércio dos principais itens da cadeia
do aço – carvão, aço e máquinas e equipamentos - EUA e Brasil detêm uma
corrente de comércio de US$ 7,6 bilhões, sendo os Estados Unidos superavitários
em US$ 3 bilhões. Considerando os produtos de 29 categorias do aço, foram
exportados US$ 4,14 bilhões do Brasil para os EUA em 2024, o que representa o
envio de 5,81 bilhões de quilos de aço ao país, segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
“O caminho do diálogo,
portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros
setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante
para a produção brasileira”, finaliza o presidente Alban.
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