SESI de Cacoal incentiva contato com a literatura clássica
Logística: gargalo a ser enfrentado em Rondônia

Com o objetivo de buscar alternativas para superar os gargalos logísticos que dificultam a competitividade da produção industrial em Rondônia, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC) promoveu uma missão técnica que reuniu representantes da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio-RO). A comitiva visitou centros logísticos de referência nos municípios de Santo André (SP) e Pouso Alegre (MG).
Durante a missão, os
participantes conheceram o funcionamento de um Centro Logístico e Industrial
Aduaneiro (CLIA), modelo que opera como recinto alfandegado em zona secundária,
oferecendo serviços de importação, exportação, entreposto aduaneiro e regimes
especiais. O CLIA de Pouso Alegre, em Minas Gerais, iniciou sua estruturação há
cerca de 20 anos e se encontra em plena expansão. E o CLIA de Santo André (SP),
a Wilson Sons, com 186 anos de atuação.
Representando o presidente da
FIERO, Marcelo Thomé, o superintendente Gilberto Baptista integrou a comitiva e
destacou o potencial de Rondônia para implantação de uma estrutura semelhante.
“O CLIA é uma experiência bem-sucedida de infraestrutura logística que
contribuiu diretamente para o desenvolvimento regional. A legislação atual não
permite mais a criação de novos CLIAs, mas a instalação de um porto seco em
Porto Velho é uma alternativa viável e extremamente estratégica para integrar
Rondônia às principais rotas de comércio nacional e internacional”, afirmou.
A proposta de implantação de
um porto seco em Porto Velho representa uma solução concreta para os desafios
logísticos de Rondônia. Um entreposto aduaneiro no estado permitiria maior
agilidade na liberação de cargas, redução de custos com transporte e
armazenagem, além de favorecer o fluxo de mercadorias tanto para a importação
quanto para a exportação. Porto Velho está localizada em um ponto de
interligação natural entre diferentes modais logísticos, rodoviário,
ferroviário e hidroviário, tornando-se um eixo central para operações que ligam
o Atlântico ao Pacífico e conectam o Brasil ao mercado asiático.
A visita também apresentou
oportunidades de parceria estratégica. A Cosco Shipping, estatal chinesa que
administra o Porto de Chancay, passou a integrar a sociedade do CLIA de Pouso
Alegre. Representantes da empresa já estiveram na FIERO para estreitar
relações, dialogar sobre o Porto Chancay e explorar novas oportunidades de
negócios.
A Cosco Shipping demonstrou
interesse em expandir sua atuação no Brasil, e a comitiva de Rondônia
manifestou a intenção de estabelecer conexões com a Cosco, buscando viabilizar
a instalação de um porto seco na capital rondoniense. Essa estrutura poderia
funcionar como ponto de entrada de mercadorias asiáticas para abastecer o
mercado interno e o polo industrial de Manaus, além de facilitar o escoamento
da produção local e do noroeste brasileiro, incluindo Rondônia e Mato Grosso.
Em Santo André (SP), a
comitiva conheceu outro exemplo de centro logístico que atua como um importante
pulmão para aliviar a sobrecarga do Porto de Santos. A experiência mostrou como
a legislação pode ser usada a favor da indústria, permitindo, por exemplo, que
mercadorias sejam importadas e permaneçam armazenadas em território alfandegado,
sem pagamento de tributos até o momento da comercialização. Esse modelo oferece
flexibilidade para o planejamento de estoque e fluxo de caixa das empresas, o
que pode ser fundamental para a competitividade do setor produtivo.
“Essa experiência reforça
nossa convicção de que a solução dos gargalos logísticos passa pela inovação em
infraestrutura e pela articulação público-privada. A FIERO acredita que o
desenvolvimento industrial de Rondônia depende diretamente de soluções
logísticas modernas e eficientes. Um porto seco em Porto Velho é uma
oportunidade de transformar o estado em um hub estratégico de comércio e
distribuição. Estamos prontos para liderar esse diálogo e construir parcerias
que tornem esse projeto realidade”, concluiu Gilberto Baptista.
Jornalista: Thais Rivero
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