IMPRENSA
14 de July de 2025 - 17h15

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Tarifaço agrava situação da indústria brasileira, sufocada por juros altos e aumento de custos

A economia e a indústria brasileira estão asfixiadas pelo injustificado patamar das taxas de juros, hoje em 15% ao ano. É o patamar mais alto desde 2006, que coloca o país na segunda posição do infame ranking de maiores taxas de juros reais do mundo.


Nesse nível, a taxa de juros penaliza, brutal e desnecessariamente, nosso sistema produtivo e todos os brasileiros. As consequências do desmonte da capacidade de fazer investimentos produtivos, primeiro efeito de uma Selic tão alta, são graves e moldarão o presente e o futuro do país.


Não bastasse a deterioração das condições internas para a indústria nacional, aumenta a pressão externa. Um elemento sobressalta aos olhos: a entrada massiva de produtos manufaturados importados, sobretudo de bens de consumo, com aumento superior a 20% em relação ao primeiro semestre de 2024. Agora, outra ameaça complica ainda mais o cenário brasileiro: o tarifaço sem fundamentos econômicos imposto pelos Estados Unidos.


A decisão do governo norte-americano de sujeitar todos os produtos importados do Brasil a uma tarifa de 50%, desamparada por qualquer estudo técnico que o justifique, vai além da ruptura de uma relação comercial centenária, marcada por forte integração produtiva.


A taxação põe fim à previsibilidade que sustenta milhares de contratos de longo prazo, afetando fábricas brasileiras e plantas nos Estados Unidos que dependem de componentes e insumos produzidos no Brasil para manter linhas produtivas e empregos. Aumenta, portanto, o risco de retrocesso de forma substancial, ameaçando a competitividade de ambos os lados e lançando mais incerteza sobre planos de investimento e negócios em andamento.


O momento exige ações enérgicas, contundentes, para reverter o quadro, interna e externamente. Nas relações exteriores, precisamos de moderação e equilíbrio para contornar a política tarifária dos EUA. Devemos negociar a revogação da taxação na condição de país parceiro e de nação soberana. Cabe ao governo brasileiro defender os interesses da sociedade brasileira evitando, sobretudo, as armadilhas da polarização política que o episódio coloca no caminho.


Da fronteira para dentro, temos tarefas árduas e imprescindíveis para melhorar as condições atuais pois o tempo de questionar se havia retrocesso da atividade econômica passou. Depois da queda de 1% no PIB da indústria de transformação no primeiro trimestre de 2025, a produção da indústria de transformação amargou queda acumulada de 1,2% em abril e maio na comparação com março, segundo o IBGE.


As pesquisas da CNI mostram ainda quedas consecutivas no faturamento real, na utilização da capacidade instalada e nas horas trabalhadas na indústria de transformação. Assim, aumentam os estoques e a falta de confiança do empresário, que já dura sete meses – a sequência mais longa de pessimismo em dez anos.


O equilíbrio fiscal e maior sensibilidade por parte do Banco Central sobre o momento econômico levarão à redução da taxa de juros e ao destravamento dos investimentos.


Além disso, precisamos avançar em reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios e reduzam custos, sobretudo em energia, insumo essencial para a indústria. Neste sentido, não há soluções fáceis. O aumento de impostos para financiar uma máquina pública ineficiente nem sequer deveria estar em discussão. Não há espaço para isso.


O mesmo senso de união que deve nos governar para defender nossos interesses no mundo deve se fazer presente para atacar os problemas internos que comprometem a atividade produtiva e a nossa competitividade. Não há mais tempo de hesitar.


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