SESI de Cacoal volta às origens nos festejos "julinos"
Tarifaço agrava situação da indústria brasileira, sufocada por juros altos e aumento de custos
A economia e a indústria brasileira estão asfixiadas pelo injustificado patamar das taxas de juros, hoje em 15% ao ano. É o patamar mais alto desde 2006, que coloca o país na segunda posição do infame ranking de maiores taxas de juros reais do mundo.
Nesse nível, a taxa de juros
penaliza, brutal e desnecessariamente, nosso sistema produtivo e todos os
brasileiros. As consequências do desmonte da capacidade de fazer investimentos
produtivos, primeiro efeito de uma Selic tão alta, são graves e moldarão o
presente e o futuro do país.
Não bastasse a deterioração
das condições internas para a indústria nacional, aumenta a pressão externa. Um
elemento sobressalta aos olhos: a entrada massiva de produtos manufaturados
importados, sobretudo de bens de consumo, com aumento superior a 20% em relação
ao primeiro semestre de 2024. Agora, outra ameaça complica ainda mais o cenário
brasileiro: o tarifaço sem fundamentos econômicos imposto pelos Estados Unidos.
A decisão do governo
norte-americano de sujeitar todos os produtos importados do Brasil a uma tarifa
de 50%, desamparada por qualquer estudo técnico que o justifique, vai além da
ruptura de uma relação comercial centenária, marcada por forte integração produtiva.
A taxação põe fim à
previsibilidade que sustenta milhares de contratos de longo prazo, afetando
fábricas brasileiras e plantas nos Estados Unidos que dependem de componentes e
insumos produzidos no Brasil para manter linhas produtivas e empregos. Aumenta,
portanto, o risco de retrocesso de forma substancial, ameaçando a
competitividade de ambos os lados e lançando mais incerteza sobre planos de
investimento e negócios em andamento.
O momento exige ações
enérgicas, contundentes, para reverter o quadro, interna e externamente. Nas
relações exteriores, precisamos de moderação e equilíbrio para contornar a
política tarifária dos EUA. Devemos negociar a revogação da taxação na condição
de país parceiro e de nação soberana. Cabe ao governo brasileiro defender os
interesses da sociedade brasileira evitando, sobretudo, as armadilhas da
polarização política que o episódio coloca no caminho.
Da fronteira para dentro,
temos tarefas árduas e imprescindíveis para melhorar as condições atuais pois o
tempo de questionar se havia retrocesso da atividade econômica passou. Depois
da queda de 1% no PIB da indústria de transformação no primeiro trimestre de
2025, a produção da indústria de transformação amargou queda acumulada de 1,2%
em abril e maio na comparação com março, segundo o IBGE.
As pesquisas da CNI mostram
ainda quedas consecutivas no faturamento real, na utilização da capacidade
instalada e nas horas trabalhadas na indústria de transformação. Assim,
aumentam os estoques e a falta de confiança do empresário, que já dura sete
meses – a sequência mais longa de pessimismo em dez anos.
O equilíbrio fiscal e maior
sensibilidade por parte do Banco Central sobre o momento econômico levarão à
redução da taxa de juros e ao destravamento dos investimentos.
Além disso, precisamos avançar
em reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios e reduzam custos,
sobretudo em energia, insumo essencial para a indústria. Neste sentido, não há
soluções fáceis. O aumento de impostos para financiar uma máquina pública
ineficiente nem sequer deveria estar em discussão. Não há espaço para isso.
O mesmo senso de união que
deve nos governar para defender nossos interesses no mundo deve se fazer
presente para atacar os problemas internos que comprometem a atividade produtiva
e a nossa competitividade. Não há mais tempo de hesitar.
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