IMPRENSA
15 de September de 2021 - 11h19

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Estudo mostra importância da implantação do mercado de carbono no Brasil

O estudo Mercado de Carbono – Análise e Experiências desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que apresenta o conhecimento das regras e dos sistemas de governança adotados na União Europeia e países como o México, Estados Unidos e Japão e que são fundamentais para a identificação de tendências e a construção destas normas ambientais que já estão em funcionamento no mundo, foi apresentado ontem durante evento híbrido realizado nesta terça-feira, 14.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), e do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da (CNI), Marcelo Thomé, apresentou a estratégia da indústria para consolidar uma economia de baixo carbono no Brasil a ser apresentada durante a realização da 26ª Conferência das partes sobre Mudanças Climáticas (Cop-26), evento que ocorrerá de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow – Escócia.

Conforme Thomé, o mercado de carbono é importante ferramenta para conter o aquecimento global, pois nos próximos 10 anos, serão cruciais para o mundo e todos devem ter compromissos mais ambiciosos para limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5 grau e evitar o agravamento dos desastres ocasionados pelas mudanças do clima. “Isso vai exigir ações mais efetivas de conservação do meio ambiente, expressivos investimentos em inovação e tecnologia, e profundas mudanças nas atuais estruturas de produção e de negócios”, afirmou.

O presidente da FIERO afirma que as transformações que visam a economia de baixo carbono, podem abrir inúmeros oportunidades para o Brasil, pois suas características naturais têm uma série de vantagens em relação aos demais países. “Grande parte da nossa matriz energética é formada por fontes renováveis e dispomos de enorme potencial para o uso sustentável de recursos florestais”, apontou.

Thomé ressalta que o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a apresentar metas absolutas de redução das emissões de gases de efeito estufa. “O país também se comprometeu a alcançar a neutralidade climática até 2050, antecipando em 10 anos o compromisso assumido no Acordo de Paris, durante a reunião da Cúpula do Clima deste ano”, disse. O líder empresarial disse também que os empresários vêm fazendo investimentos significativos e obtendo resultados satisfatórios na descarbonização dos processos de produção.

O setor industrial brasileiro também participa ativamente com propostas para as negociações internacionais relacionadas ao clima e à sustentabilidade. A CNI defende um projeto nacional que consolide a economia de baixo carbono, baseada em quatro pilares: transição energética, precificação do carbono, economia circular e conservação das florestas.

Para debater o tema foram convidados a chefe adjunta da delegação da União Europeia no Brasil, Ana Beatriz Martins, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, o deputado federal, José Silva. Ana Beatriz afirmou que a União Europeia e o Brasil serão parceiros-chave nas negociações para assumir medidas concretas para conter as alterações climáticas, apesar das diferenças, a representante da união europeia acredita que há convergências nas abordagens adotadas na Europa e o Brasil nesta matéria. O gerente executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo fez a apresentação da estratégia de baixo carbono da entidade industrial nacional, bem como a participação da indústria na Cop-26.

Também foi apresentado um painel sobre Mercado de Carbono: Oportunidades e Desafios a qual participaram o sócio-diretor da Green Domus Consultoria, Felipe Bottini, o coordenador geral de ciência do clima e sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcio Rojas, a diretora de Sustentabilidade Natura & Co Latam, Denise Hills, o presidente da Shell no Brasil, André Araújo e o diretor executivo da Indústria Brasileira de Árvores, embaixador José Carlos da Fonseca Júnior. O debate foi moderado pela diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.


Instituto Amazônia+21


Para encerrar, o presidente da FIERO apresentou os propósitos do Instituto Amazônia+21, que dialoga diretamente com a agenda do mercado de carbono na medida em que a partir do reconhecimento do potencial econômico do bioma amazônico, que oferece uma parcela significativa da biodiversidade do planeta. “O objetivo é desenvolver projetos de alto impacto e inovadores na Amazônia Legal, orientados pelos princípios da governança socioambiental (ASG)”, comentou.

E tendo como ponto de partida o Fórum Mundial Amazônia+21, evento correalizado pela CNI e que teve a parceria de diversos atores na promoção do diálogo pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, foi definida a criação do Instituto Amazônia+21 para desenvolver e promover projetos para capturar investimentos de alto impacto e fixar uma marca que possibilite distinguir o produto produzido na região, que traduza em si toda a integridade e credibilidade e sustentabilidade necessária exigida pelos consumidores atualmente.

“A criação do Instituto Amazônia+21 é um compromisso da CNI e uma mobilização da indústria brasileira, em especial das federações de indústrias na região da Amazônia Legal, que dialogam diretamente com a questão do mercado de carbono e todo o reposicionamento do empresário industrial brasileiro em perceber as oportunidades que a agenda ambiental traz e não apenas como pauta de regulação, obrigações e licenciamento”, concluiu Marcelo Thomé.


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